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14:40 da tarde, Domingo.

DANTE

- Perdeu a noção? - pergunto, um pouco impaciente, depois de já estarmos do lado de fora.- Não temos nada pra conversar, você não tinha nada o que vir fazer aqui.

- Temos, sim! - ela responde, com firmeza na voz.- Eu já disse repetidas vezes por mensagem que não concordei com nada!

- E o que tem pra concordar? Se eu não quero mais, não tem nada a se fazer!

- Como pode um sentimento mudar assim? Do nada?

- Não foi do nada, e você sabe muito bem disso!

- Me dê mais uma chance! Eu prometo que faço tudo da maneira certa dessa vez. - ela diz, mudando de expressão.

- Não tem "dessa vez". Está acabado, aceite isso. Abi, você é uma mulher tão bacana, vai encontrar alguém legal pra ter ao lado.

- Mas, eu quero que esse alguém seja você!

- Sinto muito. Eu disse que podemos ser amigos/colegas, mas se você continuar com esse comportamento, será difícil!

- Quero ser sua mulher, não sua amiga.

- Eu já falei. Se é só isso o que veio fazer aqui, acho bom ir embora!

Ela me olha com raiva no olhar, mas dava pra ver que ela não havia desistido ainda. Sem dizer mais nada ela virou e saiu.

Voltei pro escritório e Lucas conversava com a Helena enquanto ela arrumava os papéis. A tarde foi longa, mas não muito cansativa.
Batendo 18:00, Lucas e Peter foram tomar umas num bar próximo e eu decidi levar Helena pra jantar, já que não tinha comido muito bem durante o dia.

Como eu já havia pesquisado, a levei em um ótimo restaurante do bairro onde serviam a melhor comida brasileira, segundo o que dizia as avaliações na internet.

- Você disse que é melhor que o que fomos antes? - ela pergunta.

- Bom, é o que as avaliações mostram! - dei uma leve risada.

- A onde vamos sentar? - ela pergunta, enquanto analisa ao redor quando já entramos.

- Na área aberta, o que acha? - pergunto, apontando para as mesas numa área externa do restaurante.

- Pode ser!

Nos sentamos e começamos a olhar o cardápio.

ALEXIA

- Mas, olha... - Yan aponta para o trecho.- Não concorda que fica estranho?

- Eu não achei, a frase encaixou bem.

Yan e eu estávamos analisando a letra da música, enquanto os meninos lanchavam. Hoje o ensaio vai até às 20:00.

- Ainda acho que devia mudar.

- Vai ficar assim, por enquanto. Se eu ver que é melhor mesmo, mudo!

- Tudo bem, então!

- E aí gente, bora mais uma? - Pergunta Zack, ajustando o microfone no apoio.

- Bora, vamos lá! - concordo e Yan levanta junto comigo.

Enquanto ensaiavamos o instrumental, eu cantava a letra mentalmente. Tudo o que faltava era terminar a revisão dela, para então fazer os ensaios completos sem outras preocupações.

Faltavam 2 meses ou 1 e meio para a competição. Tudo com o que eu sonhava desde o anúncio era com a nossa música fazendo sucesso, levar minha banda aos holofotes, sem dúvidas seria uma grandíssima realização!

LÍVIA

Enquanto Elisa dava um mergulho, com os pés na areia me peguei pensando no futuro. No que tudo isso acontecendo com a Helena ía dar, como acabaremos nos formando, se Alexia iria conseguir alcançar o sucesso dela.

- E aí, amiga? - diz Elisa, voltando do mar.- Não vai dar um mergulho?

- Agora não, daqui a pouco eu vou!

- Por que está com essa cara? - ela pergunta, depois de um tempo me analisando.

- Apenas pensando nisso tudo que anda acontecendo e em como vai afetar nossos futuros. - respondi, olhando para o horizonte do mar.

- É...não será nada fácil, ainda mais pra Lena.

- Ela deve estar aflita com a vida dela em risco assim.

- Nem consigo imaginar o quanto, não só a vida dela, mas a da família e a dos amigos, no caso NÓS!

- Você acha que estamos mesmo correndo algum risco?

- Provavelmente. Por isso é bom a gente atender o pedido dela, deixará ela menos preocupada do que já está.

- É, tem razão! - respondo, com um sorriso quase imperceptível.

- E as coisas com o Lucas?

- O que tem?

- Estão planejando sair? - ela esboça um pequeno sorriso travesso.

- Ainda não, ele anda ocupado com a investigação. Mas, você e o William bem que podem, né? - cutuco ela com o cotovelo, devolvendo a provocação.

- Sei de nada disso, não. - ela responde, tentando desviar do assunto.

- Vai me dizer que não rolou um climinha entre vocês?

- Que climinha, Lívia? Você tá é vendo coisa!

- Aham, sei! - dou risada, enquanto pego a água de Coco do meu lado e dou um gole, ainda estava geladinha.

Traçados no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora