Desejo Ardente - II

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Alguns dias se passaram desde a mensagem que eu havia mandado ao Joshua. Não esperava ele fosse demorar tanto para responder.
Eu continuava trabalhando normalmente, mesmo o cansaço me consumindo aos poucos. A minha mãe já havia iniciado o tratamento e eu precisava juntar o dinheiro o mais rápido possível.

A ideia de sair com homens em troca de dinheiro não era nenhum pouco atraente para mim, mas me vi num beco sem saída. E apesar de ser o único que não fazia aquela ideia doer tanto, Josh havia sumido do mapa.

O meu estomago saltou quando senti o telefone vibrar no bolso. Apesar de poder ser qualquer pessoa eu ainda sentia uma pontada de esperança de que pudesse ser ele.
Olhei ao redor e não havia ninguém no bar, quando tirei o aparelho o nome dele apareceu enorme na tela.

- Pode falar agora?

- Não, mas... - ele não esperou eu responder.

- Me mande uma mensagem quando o seu turno acabar, eu vou passar para buscá-la.

Sem esperar a minha resposta ele desligou.
Contei os segundos para finamente dar meia noite. E quando os ponteiros do relógio se encontraram eu quase saltei para o outro lado do balcão.

- Tenha uma boa noite! - Mike se despediu enquanto eu saía. Ele era muito gentil.

Ao sair do banheiro depois de ter trocado o uniforme encontrei a Carol andando de um lado para o outro.

- Noemia. - ela sabia bem o meu nome, e embora eu soubesse que aquilo uma provocação, fiz questão de corrigi-la.

- É Naemyria. - ela me encarou e eu me mantive firme.

- Que seja! Eu quero que você saia do meu caminho com o Josh. É só um aviso.

Me perguntei o que ela faria se soubesse que eles estava me esperando do lado de fora do prédio. A mulher saiu caminhando em passos pesados e não me deu chances de resposta. Não que eu pretendesse dizer alguma coisa.

Saí do bar o mais rápido que eu pude. Olhei para os lados mas não o encontrei em lugar algum. Já estava desistindo quando finalmente fui surpreendida por ele. O cheiro amadeirado me deixou entorpecida. As mãos dele eram ásperas e tinham um cheiro muito bom.

- Me assustou.

- Sinto muito! - ele mordeu o lábio e eu tive que fingir que não mexeu comigo.

- Peço que entre no carro.

Caminhei até o veículo que estava parado do outro lado da rua. Ele dirigiu em silêncio até parar na frente de um condomínio de luxo. Ficamos parados alguns instantes e em silêncio, até que ele quebrou. Tirando um papel de dentro de uma pasta escura.

- O que é isso? - perguntei. Ele me deu uma caneta.

- Se quiser ler antes de assinar, fique a vontade. Mandei uma copia para o seu e-mail caso fique com alguma dúvida.

- Eu... não estou entendo nada.

- É um acordo de confidencialidade, eu não quero assustá-la, mas como disse antes, eu gosto de exclusividade, quero que fique somente comigo. E esse acordo só garante que depois não vai a nenhuma revista de fofoca falar quantos centímetros tem o meu pau.

Fiquei muda. Não conseguia formular nenhuma frase com coerência.
Meus olhos correram lentamente pelas letras minúsculas do contrato. E perdi a conta de quantas vezes li a palavra sexo.

- Eu não sei...

- Vá até a última página. - folheei até a última página e ele colocou o dedo em cima de uma das cláusulas do contrato. Quando tirou pude ver em destaque um valor.

Müller - Contos de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora