Quando Estou Com Você - III

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- Você ficou maluco mesmo. Está todo mundo pensando que você está fodendo com essa garota.

- Cala a sua boca. – baixei os olhos.

- Jake, pensa bem. Você está colocando a vida dessa garota em risco. Meu Deus, cara. Chega dessa merda se repetindo. – Pedro parecia o tipo de pessoa que só percebia que tinha dito as coisas muito tempo depois. – Me desculpe. Mas o meu trabalho é proteger aquele babaca, e você fodeu com o meu trabalho. – ele apontou para o lugar onde Jake estava.

- Vamos resolver essa situação e ninguém vai precisar morrer.

- Olha só quem fala. O Jeffrey Dahmer. – minha respiração entregou meu nervosismo.

Todos estavam nervosos. Ninguém falou mais nada por uma hora inteira.

- Certo. Levamos a garota conosco, e aí? - O segurança perguntou. Ele não parecia feliz com a ideia.

- Em casa nós vemos.

- Você nem conhece essa menina, Jake... quando as outras morreram você pouco se importou com o que aconteceu. E por que agora é diferente? – ele não respondeu.

- Por que... – Pedro não esperou a resposta, porque ela não veio.

Novamente saiu do quarto e só voltou quando a noite caiu.

Quis perguntar onde eu dormiria. E meu corpo já começava a sentir falta de um banho.

- Onde encontro o...

- A porta a sua esquerda. – era como se ele ouvisse meus pensamentos antes de minha boca os dizer.

Entrei no banheiro e tomei um banho longo, a ponta dos meus dedos já estavam enrugadas pelo tempo debaixo da água.  Comecei a pensar nos meus pais, e em como sair daquela situação. Mas nada parecia ser possível.

Nunca fiquei perto da morte, ninguém nunca tentou me matar nem nada do tipo. Mas mesmo com toda a proteção dos meus pais, eu estava prestes a ser assassinada apenas por ter estado mais de uma vez no mesmo lugar que um cara.

O Universo me odeia.

- Helena. Está tudo bem?

Procurei por toalhas em todos os lugares e não encontrei.

Era só o que me faltava.

- Não encontro toalhas? – perguntei segurando a porta. – Como não tem toalhas aqui?

- Eu sou cego!

Revirei os olhos. Ele era insensível com a própria deficiência.

- Eu realmente quero uma toalha. Não tenho certeza de que você é cego mesmo. – ele gargalhou. Achei o som bonito, e se pudesse ouviria outras mil vezes.

- No armário à sua esquerda. Na última prateleira.

- Mas só tem toalhas de rosto. – procurei nas outras prateleiras, mas não encontrei.

- Eu não vou olhar para você. Tenha certeza disso.

Ignorei aquilo e saí do banheiro. Quando abri a porta ele estava parado ao lado. Não  se virou de imediato. Dei espaço para ele, que logo entrou no banheiro.

- Eu vou para outro quarto? - perguntei. Só havia uma cama no quarto.

- Pode ficar com a cama. Eu me viro.

- Obrigada.

- Helena.

- Sim?

- Bela bunda.

Müller - Contos de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora