Capítulo 2 A raiz do mal

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– Vovó... Não bata em Tul... Por favor, não me bata...

– Quem é sua avó? Eu nunca vi você como meu neto!

– Vovó, isso dói. Aiii...! Você me machucou... Vovó... Huu...

– Eu disse que não queria ver você na minha frente! Você ainda não me obedece? E pior ainda, você me faz perder minha honra! Como não ter vergonha de ter um neto mestiço como você? Além disso, a vadia de mãe fugiu com outro homem deixando você aqui!

O menino de 4 anos chamado Ariesthanan (Tul), é tão adorável que pode fazer qualquer um que o conheça se apaixonar por ele só em olhar. Com um rosto bonito, olhos grandes de uma bela cor clara, nariz proeminente, lábios brilhantes e com o tom de pele claro herdado de sua mãe inglesa, mas essa beleza está longe de ser agradável aos olhos da mulher de mais alto escalão da família Metthanan. Para ela o neto é abominável.

A aterrorizante mulher de meia-idade com fogo nos olhos agarrou o braço do garotinho e o arrastou pelo corredor. Sua outra mão segura uma longa vara de bétula com a qual batia nas pernas do menino até que o menino deixasse as lágrimas escorrerem pelo rosto. Uma voz quebrada clama por misericórdia, mas nunca ninguém veio uma vez.

A mulher orgulhosa... A Sra. Metthanan nunca gostou da pessoinha que chama sua avó.

O neto que ela não pediu. O filho de uma mulher inglesa, cujo bom filho a engravidou e levou de volta com ele depois que fez uma viagem ao exterior. A pessoa que causou a contaminação do sangue da renomada família Metthanan. Nunca, nem uma vez, ele quis que essa criança entrasse em sua família.

O menino ousou desobedecer à ordem de não lhe mostrar o rosto embora esse não seja o único motivo. Ele apareceu quando sua avó estava em uma reunião social trazendo-lhe vergonha. O que ele não suportou e não hesitou em atacar o garotinho com todas as suas forças.

– Mamãe não me abandonou... Mamãe vai voltar para procurar Tul... Huu... Mamãe...

– Como você se atreve a discutir comigo? Você é tão desprezível quanto ela não há diferença entre vocês dois!

Assim que o menino chora, a vara volta para esmagar suas pernas a ponto de quase sangrá-las. Enquanto a criança grita alto de dor fazendo com que todas as pessoas e trabalhadoras domésticas fiquesse imóveis diante do tratamento dado a esta pequena criança sem poder fazer nada.

– Kuhn Tul!

Há apenas um menino da mesma idade que tem a pele levemente escura que brilha ao sol, que deseja ajudar o pequeno no entanto, sua mãe o tem firmemente agarrado aos seus ombros.

– Hin, me ajude! Isso dói... ah...

Tul tenta correr ao encontro do amigo, mas é pego pela terrível avó que segura seu abraço com força e também o puxa para os fundos da casa. Até que ele só consegue gritar chorando em lágrimas. A terrível avó não é diferente de um demônio aos olhos da pobre criança indefesa.

De repente, Tul grita e chora alto quando o menino é jogado na lixeira da equipe de limpeza. Antes que as portas se fechem, ele levanta o rosto, e o que consegue ver é a mulher olhando para ele com olhos gelados apagando a luz e fechando a porta.

– Vovó soltou Tul! Vovó... Vovó... Deixe Tul sair...! Huu... Huu... estou com medo...! Avó....

O pequeno estava empurrando a porta tentando sair, mas parecia tão pesada quanto uma parede de metal. Só a voz terrível da avó falando chegou aos ouvidos do garotinho de quatro anos.

– Se eu descobrir que alguém tentou ajudá-lo, será demitido imediatamente!

– Vovó... Deixe-me sair. Deixe-me sair... Vovó... Huu... Está tão escuro aqui, estou com medo... Vovó... Huu...

Breath - Mestre TulOnde histórias criam vida. Descubra agora