Capítulo 4 Verdade Oculta

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Na sala silenciosa, você só pode ouvir o som de água caindo e fluindo no piso de ladrilhos saindo pela porta entreaberta. Apesar de ser um som familiar que costuma ser ouvido todos os dias, desta vez está causando ainda mais estresse no rosto do trabalhador. Neste momento, o jovem criado com a pele cheia de espinhas está na porta sem desviar o olhar, as duas mãos segurando a toalha com força.

Kuhn Tul está no banho há muito tempo... Ele é um homem que não gosta de perder tempo sem motivo, mesmo que seja tomando banho mas neste momento ele está dentro há quase 40 minutos.

O que faz com que o servo se sinta cada vez mais preocupado.

Desde do acontecido de manhã, seu jovem mestre tem estado muito inquieto e quieto. Todo mundo pensa que isso é causado pelo choque, mas para a pessoa que está junto com ele desde a infância e até cresceu junto, sabe que há algo mais. É algo que você não quer que aconteça.

Então hoje, durante todo o dia, aquele que é um verdadeiro tailandês tentou estar perto da outra pessoa o tempo todo detectando seus sintomas e captando anormalidades, temendo que algo acontecesse.

– Kuhn Tul! ! - E então aconteceu.

Atrás da porta Gornhin entrou rapidamente, em meio ao vapor que se espalhava do banheiro, seu coração congelou ao olhar para o corpo nu e alterado do jovem mestiço parado sob a corrente de água fria e batendo os punhos repetidamente contra a parede como se desconhecesse qualquer dor. Mesmo que não haja sangue fluindo, a qualquer momento seus dedos quebrariam.

– Chega, Kuhn Tul!

Gornhin imediatamente agarra o pulso do outro. Independentemente de a água fria molhar suas roupas, ignorando qualquer coisa, ele só se importa com quem está se machucando.

Antes que o punho esquerdo batesse na parede, o criado o segurou a tempo e disse com um grito como se tentasse chamar sua atenção.

– Kuhn Tul, não faça isso!!

O silêncio respondeu antes que o belo rosto se levantasse para revelar seus olhos vazios...

Como os de uma pessoa que morreu.

– Khun Tul, não se machuque assim.

– Eu... eu fiz isso de novo.

No momento de responder, a voz de Tul tornou-se quase inaudível. Mãos apertavam os punhos e embora a água não estivesse tão fria, ele podia sentir o frio saindo de seu coração. Isso faz com que o subordinado respire fundo enquanto olha para o par de olhos afiados.

– Então porque? Por que você não para?

– Pare de machucar os outros porque isso te machuca ainda mais.

Gornhin disse isso com uma voz calmo. Suas pálpebras tremem quando se lembra das inúmeras vezes em que foi o único a ver o que acontece com essa pessoa quando tende a machucar os outros. No final, a dor retornará e atacará seu mestre irremediavelmente. O primeiro dia que ele viu isso foi... o dia em que a vovó caiu da escada. O dia em que tudo mudou.

KhunTul não queria que isso acontecesse, mas essa pessoa levou seu chefe ao extremo. Até a beira da dor, até o fundo do abismo sem volta, até o abismo em que esse homem pensa que está só mas não está...

– Khun, você deve parar. Não machuque mais ninguém...

– Não vou parar!!!

Mas então a pessoa que parece continuar ouvindo sua raiva... Sua parte superior do corpo é jogada em direção aos ombros até que a pessoa a quem ele está agarrado não possa bater na parede atrás dele. Os belos olhos que indicam a combinação de duas culturas brilham como uma chama, e o som da voz se torna mais áspero e alto.

Breath - Mestre TulOnde histórias criam vida. Descubra agora