Regulus Black.
Regulus observou os archotes presos ás paredes de pedra á medida que avançava no corredor frio ao lado da garota de cabelos exageradamente cumpridos.
Decidiu que iria fingir que não estava ciente da presença dela,mas os passos de Lenóra eram tão leves e macios,sua respiração tão suave que nem parecia que ela estava lá de qualquer forma.
O silêncio parecia constrangedor e desconfortável,mas não seria ele á quebrá-lo.Lenóra não o responderia de qualquer forma.Os dois eram bem cientes de seus status sanguíneos.Regulus não iria desonrar sua família ao se misturar com pessoas como ela,e Lenóra não iria ir contra sua moral ao se permitir ser algo parecido com uma amiga para um supremacista.
Derrepente a garota parou quando eles se encontraram numa bifurcação.
- Você vai por aquele corredor que eu vou por esse. - Lenóra apontou para o corredor á direita.Regulus a olhou pela primeira vez naquela noite.
- Você só abre a boca para dar ordens?
Lenóra revirou os olhos. - Você tem a tendência de criticar tudo que eu falo não é?
- Vocês faz o mesmo.
- A diferença é que você só fala besteira.
Regulus olhou de soslaio para a garota pouco mais baixa.Se perdeu um pouco nos detalhes de seu rosto,seus olhos tão escuros que mal dava para distinguir íris de pupila,seus cílios grandes e grossos,o delineado,sua pele escura.Lenóra Villin era uma bela garota e só um tolo discordaria.
Regulus deu as costas á ela e caminhou pelo corredor á direita,atento á qualquer coisa incomum ou presença humana.Chegando ao final do corredor,a coisa mais estranha que encontrou foi o Barão Sangrento,fantasma da sonserina,flutuando por aí com suas correntes pesadas presas ao redor de todo o seu corpo.
Cinco minutos antes das 21:00rs,Regulus estava novamente na bifurcação,onde se separara de Lenóra.Ela chegou segundos depois dele.
- Nada? - Ele perguntou.
- Nada. - Ela balançou a cabeça,e os dois andaram juntos de volta á escadaria principal,onde cada um poderia voltar á sua sala comunal.
- Posso te fazer uma pergunta? - Regulus perguntou depois de um longo tempo.
- Dependendo da pergunta, não.
- O que alguém como você foi fazer na floresta proibida em plena tarde?
O passo de Lenóra diminuiu de velocidade derrepente,e ela passou a caminhar com cautela,como se não esperasse a pergunta.
- Eu?Na floresta proibida?Você só pode estar enlouquecendo.Não seria nenhuma surpresa.
- Na verdade, não estou.Eu vi você entrando lá.O que foi fazer?
Lenóra soltou um leve suspiro. - Fui conversar com meu amigo centauro secreto em busca de ingredientes para poções. - Regulus franziu o cenho. - É,e logo depois fui na câmara secreta bater um papo com o monstro que vive lá.
- Você é uma coisinha bem irritante,mas eu não me surpreenderia se algumas dessas coisas fossem verdade.A dissimulação faz parte de você.
- Oh como você é rude,seus pais não lhe ensinaram á como tratar bem uma dama? - Ela ergueu as sobrancelhas,seus olhos precisam quase inocentes,isso se ele não tivesse notado o sarcasmo em tudo aquilo.
- Querida,meus pais me ensinaram muito bem,e você não é exatamente o que eles descreveria como dama,se é que me entende.
- E como você me descreveria?Ou você ainda não conseguiu adquirir opinião própria? - Regulus ficou quieto por um momento.Lenóra franziu o cenho e inclinou a cabeça,o analisando. - O que você acha da supremacia de sangue,Black?
Regulus sabia o que ela estava fazendo.Soube no momento em que hesitou que havia cometido um erro.Mas ele não era como o seu irmão,ele não iria trair sua família quando o destino dela dependia dele.
- Acho que você deveria se por no seu lugar, mestiça.
Lenóra levantou a cabeça,e seus olhos se tornaram frios. - Sabe,Regulus Black,eu estou cansada de ter que explicar para pessoas como você o por quê de terem que me tratar com respeito.Posso ser paciente,mas não me faça explodir.
Ela então foi embora,o deixando sozinho no corredor escuro.
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Lenóra - Regulus Black
Fanfiction" Eu espero que em algum dia, quando eu me for, alguém em algum lugar pegue minha alma dessas páginas e pense: Eu teria amado ela". - Nicole Lyons- Uma garota com uma vida atormentada se cansa de conhecer apenas a solidão. Cri...