Chapter 45: Colapse

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Regulus deixou aquela sala o mais rápido que pôde.

Ele afrouxou a gola de sua camisa enquanto se afastava em passos largos da sala de artefatos. Não conseguia respirar direito, o ar estava deixando seus pulmões e por um bom motivo: Ele não estava apenas nervoso, estava apavorado. Não por Lenóra ser um obscurus, mas pela dura realização que ela não estaria ali para sempre. É óbvio que, como mortais, morrerão algum dia, mas ter a certeza de que o fim dela estava tão próximo era devastador. E Regulus não aceitava.

Ele apontou a varinha para o próprio pescoço e sentiu o oxigênio encher suas vias respiratórias. Era o suficiente. Ele se apoiou contra a parede enquanto tentava estabilizar sua respiração, e ao mesmo tempo, parar de chorar. Pare de chorar, recomponha-se. Ele dizia á si mesmo mentalmente. Mas não conseguia. As lágrimas jorraram de seus olhos incontrolavelmente enquanto caminhava decidido para o andar de baixo, sem se preocupar se a biblioteca estaria fechada. Não dava a mínima.

Ele murmurou o feitiço "Alohomora" e entrou na vasta biblioteca, tomada pela escuridão. E passou a noite lá. Passou a noite em claro buscando nos livros conhecimento. Queria entender mais sobre a condição dela. Queria descobrir se existia algo que pudesse salvá-la, e se não existisse então ele criaria, por que ele simplesmente não suportava a ideia de deixá-la ir sem lutar por ela.

E quando a manhã chegou, ele ainda estava debruçado sobre os livros. Leu tudo que encontrou sobre história, poções, até magizoologia que pudesse ajudar. Seus olhos queriam se fechar e ter o descanso que precisava, mas ele se recusava. Afinal, o que era uma noite sem sono comparado á uma vida inteira sem Lenóra?

- O que você pensa que está fazendo?? - A voz da bibliotecária soou nos ouvidos dele, mas parecia estar tão longe. - Á quanto tempo você está aqui, Sr.Black?

- Cheguei de manhã. - Ele mentiu, fechando um dos livros que recém terminara e o adicionando á pilha dos já lidos.

- A porta estava trancada. - Disse Madame Pince, aquele tom de acusação bem presente em sua voz.

- Eu destranquei.

- Não devia estar na aula?

- Estou matando aula para conseguir estudar, Madame. Se você já foi uma estudante, com certeza entenderá.

Ela o olhou de cima a baixo com desconfiança, mas ao ver o quão acabado ele parecia, se virou. - Que seja. Não esqueça de pôr tudo no lugar quando terminar. E tenha muito cuidado com meus livros.

- Sim, Madame Pince.

Claramente ele não fez isso. Enfiou todos que conseguiu na mochila, o restante levou no braço e saiu o mais apressadamente da biblioteca antes que ela o visse novamente.

Para seu infortúnio, saiu de lá em momento de troca de salas. Só precisava chegar em seu dormitório e terminar de ler tudo. Falaria com Lenóra logo depois. Lenóra. Ele parou de repente, sentindo uma onda de culpa abatê-lo. Regulus havia a deixado sozinha. Ficou tão preocupado com o obscuro que nem parou para pensar que ela precisava dele. Que talvez, tenha sido difícil demais dizer a verdade.

Ele se odiou por isso. Ele estava tentando tanto ser uma pessoa melhor, tomar decisões certas. Se estava tentando tanto, por que não conseguia fazer nada direito? Por que continuava machucando as pessoas mesmo quando queria ajudar? Talvez a coisa instável e destrutiva não fosse ela no fim das contas.

- Ei, Black! - Uma voz conhecida o chamou na multidão. Regulus só queria continuar seguindo seu caminho, mas Avery o alcançou rapidamente. Quando o viu, observou o rosto dele atônito. - Você não voltou para o dormitório, pensei que tivesse passado a noite fodendo com alguma garota. Mas pela sua cara de acabado não pode ter sido isso.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora