Chapter 39: Condemnation or Redemption?

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Lenóra se inclinou sobre a mesa, suas mãos fincadas em cada uma das extremidades enquanto seus olhos percorriam a manchete de um jornal de agosto do ano passado.

   "Comensais da morte atacam Beco diagonal e deixam dezenas de bruxos feridos.

'Ao anoitecer desta sexta-feira, um grupo de seguidores de Você-Sabe-Quem entrou em um verdadeiro bombardeio contra aurores no famoso Beco diagonal. (...) Muitos bruxos e bruxas saíram feridos, mas felizmente, não mortos. (...) O proprietário da Loja 'Borgin e Burkes' segue desaparecido (...)".

Lenóra massageou suas têmporas. Sua cabeça doía. Acabou passando a noite em claro na seção reservada, lendo jornais do ano passado que tinha conseguido com o professor Evers. Queria desesperadamente acreditar que Regulus não era capaz de fazer parte daquilo, uma coisa tão brutal, aterrorizante... Ele não podia. Tantas mortes inocentes, tanta dor. Sempre pensou que as típicas frases que ele dizia não passavam de palavras de um garoto imaturo.

Lenóra alcançou sua bolsa soterrada por vários papéis de jornal, e de dentro dela tirou um frasco que continha sua poção para aliviar dores. Uma que não fazia uso a muito tempo. Ela o abriu e bebeu, sentindo instantaneamente a dor desaparecer.

Estava em conflito. Sua mente dizia para ir até Dumbledore neste exato momento e dizer que havia um comensal infiltrado na escola. Já seu coração queria entendê-lo, e descobrir se ele realmente era merecedor de alguma redenção. Afinal, ela mesma já havia feito coisas terríveis, e não podia culpar sua idade jovem.

Porém as situações eram completamente diferentes na perspectiva em que ela estava, e precisava manter sua mente aberta para entender a dele. Se julgasse Regulus erroneamente e o dedurasse á Dumbledore, poderia acabar arruinando a vida dele e amizade que construíram nos últimos meses.

Mas se seus motivos para se juntar á um grupo terrorista tão parecido com aquele que causou um holocausto no mundo trouxa não forem plausíveis, ela não o deixará impune, não importa o quanto isso machuque seu próprio coração. Ela não deixará Regulus machucar mestiços, nascidos trouxas, ou trouxas.

- O que está fazendo? - A voz dele pareceu ressoar pela minúscula seção vazia. Lenóra endireitou a postura mas não se virou para trás. Depositou o frasco na mesa, que fez um tilintar ao entrar em contato com a madeira.

- Pesquisando.

- Sobre o quê? - Havia um certo divertimento em suas voz quando se aproximou dela, espiando por cima de seu ombro. Regulus estava tão próximo que ela podia sentir a respiração dele contra o seu pescoço. Se Lenóra virasse o rosto, seus lábios se tocariam facilmente, mas ela resistiu á tentação e não moveu um centímetro.

- Comensais da morte.

A respiração dele vacilou por um segundo, um breve segundo, e então se afastou, e só quando ele se encaminhou para o lado dela que Lenóra percebeu que ele já usava seu uniforme. Ele tocou um dos jornais com a ponta dos dedos. - E o que descobriu?

- Você se lembra do dia em que nos encontramos no beco diagonal? - Perguntou, sem demonstrar nenhum quê de acusação. - Aconteceu um ataque logo depois de você ir embora. Veja. - Ela passou para ele o jornal com a notícia.

Lenóra Finalmente olhou para ele, mas ele parecia bastante concentrado em ler a manchete. Ela então quebrou o silêncio. - Por que você queria que eu fosse embora, Regulus?

Ele ficou com os olhos focados no papel pelo que parecia uma eternidade, provavelmente pensando em alguma desculpa para contornar as suspeitas da garota. Por fim, ele largou casualmente o jornal na mesa. - Você não estava segura lá.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora