Chapter 41: Astronomy

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14 de fevereiro de 1978.

Lenóra acordou exatamente á meia noite com o som do despertador vibrando na cabeceira de sua cama. Ela alcançou o objeto e apertou o botão de desligar. Adorava as aulas de astronomia, mas odiava que elas tinham que acontecer de madrugada. Sem contar que estava com uma dor de cabeça infernal desde a hora em que se deitara para dormir.

Ela se levantou 10 minutos depois contra a sua vontade, prendeu seus cachos em um rabo de cavalo alto e pôs o uniforme, e então se dirigiu á torre de astronomia. Como os alunos ainda conseguiam passar nessa matéria era um mistério, a maioria estava sempre grogue de sono durante as aulas. Ela bateu á porta, e só a abriu quando ouviu a voz da professora pedindo que entrasse.

A sala estava meio escura, poucos archotes estavam acesos. - Está atrasada Srta.Villin. - A turma inteira virou-se para trás para encará-la. Assustador. - Sente-se com Fabian.

Um braço se levantou no meio de muitas mesas e acenou para ela. Lenóra o identificou e foi até Fabian, e sentou-se ao lado dele sem dizer uma palavra. Era desconcertante estar do lado dele depois de...bom, tudo. Se soubesse que passaria por tanto constrangimento em uma noite só, nem teria se levantado da cama.

A professora pediu para que ela pegasse seu pergaminho e começasse á ilustrar a visão que tinha das luas de júpiter do seu telescópio.

- Boa noite, Nora. - Cumprimentou Fabian, fingindo estar concentrado no seu desenho.

Lenóra ainda estava tentando posicionar o telescópio nas coordenadas corretas de júpiter. - Boa noite, Fabian.

- Como vai? Não nos falamos desde...

- Vou bem. - Ela o cortou antes que pudesse mencionar aquele desastre. - E você?

- Ótimo. - Ele respondeu, dando um riso nervoso. - Você quer ajuda com isso?

- Não precisa, acho que eu vou conseguir posicionar melhor em pé. Já volto. - Ela pegou o telescópio e um tripé no final da sala, e foi para a extremidade da torre, apenas uma grade a separando de uma queda de livre de pelo menos 150 metros de altura.

Quando finalmente encontrou o planeta e suas luas, pegou o pergaminho e começou á desenhar na folha. A imagem era meio embasada, e isso dificultava rabiscar os detalhes. Talvez se fosse até o telescópio maior...No mesmo segundo em que se virou para ver se havia alguém o usando, um aviãozinho de papel bateu em sua testa e caiu no chão.

Ela esfregou a testa, meio carrancuda, e pegou o objeto no chão. Havia um "Abra", escrito na asa, e Lenóra deixou sua curiosidade tomar conta. Ela abriu o avião, e se deparou com uma caligrafia pomposa, de dar inveja. "Sei que está cansada, mas não durma, coração. Me encontre na sala de artefatos no final da aula". As letras desapareceram gradualmente assim que ela terminou de ler. O bilhete nem sequer estava assinado, mas ela sabia quem o havia mandado.

Filch não ter aparecido nos corredores foi com certeza um ato divino, já que em dias normais o zelador estava sempre espreitando pelos corredores na esperança de encontrar algum infrator das regras para punir. Ao chegar no corredor do segundo andar, Lenóra entrou na primeira porta á esquerda e o cheiro de poeira inundou suas narinas instantaneamente.

- Você sabe qual é a estrela mais brilhante do céu noturno? - A voz de Regulus veio de algum lugar da sala cheia de livros, pergaminhos e objetos estranhos.

Lenóra deu uma olhada ao redor e cautelosamente caminhou, procurando pelo Sonserino. - É Sirius, não?

- Exatamente. - Ele respondeu com sua voz aveludada. Finalmente ela o encontrou em uma mesa marrom ocultada por uma pilha de livros. - Nem é preciso de coordenadas para identificá-la, apenas procure pelo cinturão de Orion, você deve conhecer como a constelação de Três Marias. Essas estrelas apontam diretamente para Sirius.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora