Chapter 29: Death eater

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Lenóra tinha certeza de que havia batido a cabeça. Sua nuca latejava de uma maneira terrível. Seu cotovelo e braços foram arranhados quando caiu contra o asfalto, mas em geral, não estava tão ruim. O que tinha que fazer agora era se levantar, não havia tempo para sentir dor.

Enquanto se forçava á ficar de pé, viu pela sua visão vertinosa bruxos caídos no chão, outros, tentando desesperadamente encontrar por abrigo. Os aurores estavam ficando em posição: em fila, de ombro á ombro, como se fizessem uma barragem para que não pudessem passar.

Lenóra olhou para o lado, e viu o auror que brigava com ela caído no chão próximo á loja de artigos para quadribol. Ela olhou rapidamente para o auror de cabelos castanhos no centro da barreira, com varinha em punho preparado para defender o beco bruxo de seja lá qual for a ameaça. Lenóra amaldiçoou a voz na sua cabeça que ainda se preocupava com a vida de seres humanos, e correu até o homem de cabelos pretos para checar se ele ainda respirava.

Ela o segurou por debaixo dos braços e o arrastou para o beco ao lado da loja de quadribol. Lenóra se ajoelhou ao lado dele, e pressionou seus dedos contra um ponto certo do pescoço onde se encontrava a veia arterial. Tinha pulso. Ele só estava desmaiado.

- Acorda. - Lenóra o balançou pelos ombros. A ameaça chegaria logo e ele estava dormindo no meio da estrada. Para o azar dele, Lenóra tinha um jeito diferente de mostrar sua empatia. Ela ergueu seu braço e acertou um forte tapa no lado esquerdo do rosto do homem. Ele se levantou no mesmo instante.

- O que aconteceu?! - Perguntou desesperado, procurando pela varinha.

- Você desmaiou, pra variar. Como é que você foi aceito no quartel dos auror... - Ela não pôde terminar sua frase sarcástica, pois mais uma vez, algo atingiu a ruela, e Lenóra ouviu algum vidro da vitrine se quebrar. Ela só teve tempo para proteger seu rosto dos estilhaços.

Lenóra olhou para trás, e lá no céu, viu sombras, como se fossem fumaça voando em direção ao beco diagonal. Por um breve momento, pensou que mais pessoas como ela existiam, mas a estrutura de um obscurial era diferente. Os olhos enormes perolados podia ser vistos, e no meio dos sombras, um brilho dourado, como faíscas chamuscantes de fogo. Não, aqueles eram comensais da morte.

Eles chegaram com tudo, atacando os aurores, retaliando com movimentos rápidos e precisos.

- Livrem-se desses aurores! - Gritou uma das figuras de preto. - Viemos até aqui atrás do Borgin e apenas dele!

- Temos que tirar você daqui. - Disse o auror de cabelos pretos, se levantando.

- Não preciso da sua ajuda. - E quando Lenóra tentou se levantar, uma dor alucinante a atingiu, e então ela percebeu os pedaços de vidro afiado em toda parte. Costela. Antebraço. Coxa. Pequenos estilhaços por toda a extensão de seu braço. Merlin, como doía.

Talvez a adrenalina tenha feito com que ela não percebesse, mas agora, vendo aquele pedaço grande de vidro enfiado em sua perna e o sangue carmesim manchando sua calça de alfaiataria, Lenóra não conseguia pensar em mais nada além da dor.

- Me deixe tirar isso. - O auror se ajoelhou perto dela. - Precisamos sair da linha de fogo.

- O que? - Perguntou com a voz esganiçada. Ele fechou os dedos ao redor do vidro, e antes que Lenóra pudesse impedi-lo, ele arrancou o objeto da perna dela. Lenóra soltou um grito agudo, e o sangue começou á escorrer mais depressa, formando uma pequena poça no chão abaixo dela.

- Como deixaram você ser auror? Que droga! - Ela pressionou as palmas das mãos contra o corte profundo, tentando ignorar as fisgadas que sentia na costela.
Em algum lugar bem próximo, Lenóra ouviu alguém gritar.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora