Chapter 44: Is it better to speak or to die?

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12 de Abril de 1978.

- Você não faz sentido nenhum. - Firenze balançou a cabeça, exasperado. - Simplesmente não faz.

Lenóra estava sentada em um tronco de árvore caído, o observando com um certo divertimento no olhar. - Por que não?

- Você odeia sangues puros! - Ele exclamou. - A anos reclama para mim sobre o quanto despreza todos eles, e de repente me aparece dizendo que está apaixonada pelo rapaz mais odioso daquela escola?

- Sim. - Ela respondeu simplesmente, dando de ombros. - Até porque uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Firenze riu, mas não de alegria. - Eu não entendo você.

- Nem mesmo eu me entendo. - Ela suspirou, massageando as têmporas quando subitamente sua cabeça começou á doer. - Mas Regulus é uma pessoa boa, sua mente era confusa, assim como seu coração. Você não imagina o quanto a família pode ferrar com sua cabeça, acredite, eu sei disso melhor que ninguém.

- Isso está claro, você é a prova viva disso.

Ela olhou para ele, segurando um sorriso. - Não por muito tempo. -  E por algum motivo, achou isso muito engraçado, e riu. Firenze não se juntou á ela nessa

- Não é engraçado, Lenóra.

- Merlin, você é mais chato que eu.

- Estou preocupado com seu estado. - Ele a observou com uma expressão pesarosa. - Toda vez que você vem aqui eu sempre penso que vai ser a última visita.

- Você sabia que rir diminui o estresse físico e emocional?

Ele a olhou de soslaio. Sabia que ela estava fugindo do assunto principal. - Lenóra...

- Sabia que meu pai não está mais falando comigo? Sinceramente, considero isso um alívio, só que o mais engraçado é que...

- Lenóra, você vai voltar ou não?

A garota ergueu a cabeça para encará-lo. A luz do sol conseguiu atravessar uma fresta entre as árvores, iluminando seus olhos negros. - Não me faça perguntas e eu não responderei com mentiras.

- Acredito que isso já seja uma resposta. - O centauro refletiu, encarando o nada. - Se eu puder ajudar em alguma coisa, apenas diga. Você vai fazer falta, Nora. E se aquele rapaz estranho pensar o mesmo, ele não irá te julgar por uma coisa que não é culpa sua.

E mesmo depois de toda conversa com Firenze, o coração dela parecia que estava prestes á sair pela boca. Sua mente era bombardeada por milhões de " E se...". E se no fim das contas ele não gostasse tanto assim dela? E se a odiasse depois de tudo? Afinal, todo o mundo bruxo desprezava seres como ela.

Sem nem perceber, seus pés a levaram até a sala de artefatos, onde Regulus a esperava. Lenóra o encontrou tentando ler nomes de países em um globo velho e empoeirado, com seus braços atrás das costas e seu tronco ligeiramente inclinado para frente. Quando ele ouviu os passos dela, se virou de imediato.

- Boa noite, Sr.Black. - Ela deu um leve sorriso. - Pronto para a nossa ronda?

Ele assentiu. - É claro. Mas...vamos fazer uma ronda, ou vamos fazer aquela ronda?

- Uma ronda de verdade. Afinal, é nosso trabalho como monitores.

- Uma pena. - Ele reprimiu os lábios. - Vamos?

Lenóra se virou e saiu para o corredor, sabendo que Regulus vinha logo atrás. Ela conseguia sentir seu próprio coração batendo forte contra o peito pelo nervosismo. O som dos sapatos dele batendo contra o piso pareciam estranhamente altos. Talvez ela estivesse apenas focando demais em cada movimento que ele fazia.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora