Chapter 42: Uncle Black

1K 121 80
                                    

28 de março de 1978. 

 Regulus estava na aula de história da magia quando sentiu a marca negra queimar em seu braço. O olhar que trocou com Evan e Avery no outro lado da sala foi automático, um sinal de que eles também sentiram. Eles não poderiam fazer nada, estavam em Hogwarts, mas aquilo deixou uma tensão no ar. Os comensais estavam se reunindo e eles não sabiam por quê.

- Só eu acho que somos inúteis? - Perguntou Avery enquanto os três se encaminhavam para a próxima aula. - Quero dizer, o que é que podemos fazer se ficamos o ano inteiro presos aqui?

- Devia ter pensado nisso antes de entrar na fila. - Disse Regulus enquanto ajustava os anéis nos seus dedos distraídamente. - E seria mais sensato se parassem de falar sobre isso nos corredores da escola.

 Evan quase caiu para trás quando um par de braços se enrolaram em volta de seu pescoço, num abraço que mais parecia um mata-leão. - Vocês souberam da reuniãzinha que estão tendo nesse exato momento sem a nossa humilde presença? - Bartô Crouch Junior era o único corvino que fazia parte dos comensais. Todos o achavam meio estranho, mas o garoto era esperto o suficiente para conseguir ocultar sua verdadeira natureza da própria família.

- Me larga, Crouch. - Disse Evan irritado enquanto se desvencilhava do corvino. O grupo de agora quatro alunos entrou na sala de D.C.A.T e se sentaram nas carteiras dos fundos, onde ninguém poderia interrompê-los. - Naturalmente todos sabemos, afinal as marcas são para isso.

- Qual é o problema de vocês? - Regulus ergueu a varinha e murmurou o feitiço Abaffiato em volta deles para que ninguém mais ouvisse a conversa. - Por que não saem pelos corredores gritando "somos todos comensais da morte" e terminam de nos expor?

- A paranóia vai te matar, amigo. - Avery deu batidinhas no ombro de Regulus, que o encarou com um olhar gélido. - Relaxa um pouco.

- Todo cuidado é necessário, amigo. -  A última palavra foi dita com um claro tom de desprezo. A amizade que um dia tiveram havia acabado no momento em que Walburga encarregou Avery de não permitir que ele se aproximasse de uma certa grifinória. Regulus não confiava naquele garoto a um bom tempo, sem contar que Avery era claramente um maníaco doente.

- Sobre o quê acham que estão conversando lá? - Bartô bateu levemente a ponta da varinha na própria cabeça, pensativo.

 - Me surpreenderia se estivessem fazendo algo útil. - Ele se distraiu por um momento quando Lenóra entrou na sala usando a típica camisa social e gravata azul e um suéter cinza sem mangas. Era uma coisa meio engraçada, porque toda vez que ele a via parecia a primeira vez, e seus batimentos cardíacos aceleravam um pouquinho. Ele voltou sua atenção para a conversa, e derrepente percebeu que Avery o observava atentamente. Regulus fingiu não perceber. - E afinal, de quê serviu aquele ataque no Beco Diagonal no ano passado?

- Para sequestrar o Borgin, esqueceu? - Disse Bartô.

- Disso eu sei. - Regulus o olhou de soslaio. - Eu quero entender o por quê.

 - Não precisamos entender os motivos do Lorde das trevas. - Avery disse entediado. - Tudo que ele faz leva á uma só coisa: a soberania dos sangues-puros. Nossa soberania. Esse é o objetivo.

 Os rapazes ficaram em silêncio, absorvendo o impacto daquelas palavras. Um mundo sob o poder dos sangues puros parecia, para eles, um sonho. Mas para um Regulus com agora uma mente mais aberta, isso era um pesadelo. 

- Medalhão. - Rosier disse derrepente.

- Como? - Regulus ergueu uma sobrancelha. 

- Quando...Você-Sabe-Quem "interrogou" o Sr.Borgin, ele não parava de perguntar sobre um medalhão. "Você mesmo disse velhote, aquela mulher tola vendeu aquela raridade á você por meros 10 galeões. Me diga onde ele está e talvez você volte com vida para aquele buraco onde trabalha".  Nunca imaginaria que o Lord das trevas é fã de jóias.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora