Chapter 31: Patronum

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" Cubitum Eamus?"

"What?"

"Nothing".

A história secreta - Donna Tart.

15 de setembro de 1977.

Feitiços não-verbais não eram difíceis. Lenóra estava sentada na escadaria que levava ao saguão fazia quase uma hora. Era sábado, e a maioria dos alunos estavam lá fora aproveitando o dia de Sol para ficarem perto do lago.

Lenóra encostou suas costas na parede, apoiou seu queixo em um joelho enquanto brincava entediada com uma pena de coruja que estava usando para treinar feitiços de levitação.

Ela estava se sentindo estranhamente solitária esse ano, e não sabia bem o motivo. Desde que ela se entendia por gente, ela era sozinha. Quando vivia com sua mãe em um lugar isolado do resto do mundo, eram apenas elas duas. Quando foi levada para a casa de seu pai, se encontrou num lugar onde podia ter tudo, menos o amor e o cuidado que necessitava.

A solidão era tudo que ela conhecia, mas ela tinha de abituado á uma coisa que não sabia identificar. Seria a falta de um amigo? Provavelmente. Antes ela tinha Camaria, que no fim das contas nem era realmente sua amiga, e depois, mesmo que fosse duro admitir, tinha Regulus.

Ele era mais importuno do que agradável, mas ele tentava. Ela sabia que ele tentava - flertar, fazê-la rir - Mas não sabia até onde ele estava sendo ele mesmo ou apenas fingindo. Ele já usou de sua carisma falsa para enganá-la uma vez. Até hoje Lenóra tentava entender o porquê dele precisar tanto da Felix Felicis.

- Srta.Villin - A professora McGonagall havia parado no topo da escadaria, a encarando com suas mãos na cintura. - O que está fazendo neste chão empoeirado?

- Treinando feitiços. - Respondeu Lenóra esticando suas pernas na extensão do degrau em que estava sentada.

- Hm. - Minerva reprimiu os lábios em uma linha fina. - Num dia ensolarado desses não deveria estar no lago ou fazendo seja lá o que os adolescentes fazem hoje em dia numa tarde de verão?

- É que eu não tenho... - Ela parou no meio da frase, e sorriu para a professora. - Você sabe.

- Sei. - Minerva olhou para o grande portão escancarado, observando dois alunos jogando bexigas perto da fonte de água. - Pessoas não mordem, Srta.Villin.

- Estou ciente disso, senhora, mas acho que você não entende.

- Então por que você não me explica? - Ela cruzou os braços. Lenóra a olhou de soslaio, e quando Minerva fazia aquela olhar severo significava que você não tinha outra opção senão ceder.

- É que... - Ela não sabia como verbalizar seus sentimentos sem que parecesse estúpida. - É... Tão difícil para mim falar com as pessoas. Não é que eu tenha medo delas, nem de falar com elas, mas é que eu sei que causo uma impressão desfavorável.

-Você está falando comigo. Quem tiver a oportunidade de conhecer um pouco da sua personalidade vai entender que tipo de pessoa você é. Mas você tem que permitir. - Minerva deu um leve sorriso. - Você nasceu para brilhar, Srta.Villin, não se esconda.

Então ela foi embora. Lenóra continuou lá, sentada na escadaria. Ela voltou á brincar com a pena, tentando decidir se ficaria ali mesmo ou iria para o seu dormitório pintar. Já decidida, Lenóra se levantou e guardou sua varinha no bolso de trás de sua calça e seguiu pelo corredor.

Em seu caminho, cruzou com uma dupla de primeiranistas que corriam descontroladamente, provavelmente indo para a rua. Assim que bateram os olhos em Lenóra, pararam imediatamente, reduzindo sua corrida atrapalhada para uma caminhada estranhamente lenta.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora