Chapter 26: Kreacher

955 117 43
                                    

14 de julho de 1977.

- Você terá que encontrar outro jeito, Black. - A voz de Severus estava mais baixa do que o normal.

Os portões da mansão dos Malfoy se abriram para que eles saíssem. Já era tarde da noite, e o céu estava cheio de nuvens. Regulus abriu a boca para falar, e sua voz saiu rouca. Ele estava quieto a muito tempo. Não costumava falar muito nas reuniões, mas ficou muito silencioso naquela em específico.

Os comensais estavam planejando atacar alguns pontos de Londres: A ponte do relógio, o beco diagonal e uma renomada universidade trouxa chamada Oxford ( Regulus tinha certeza de que era o nome de um sapato ), mas isso apenas quando o ano letivo começasse e tivesse mais trouxas no local.

Regulus não tinha certeza se queria machucar as pessoas, mas também não queria que os mais experientes, como sua prima Bellatrix, rissem da cara dele, então ficou quieto.

- Para quê ele quer essa espada afinal? - Perguntou quase num sussurro enquanto avançam pela estrada de terra. Voldemort não estava lá, mas todo cuidado era pouco.

- É melhor não questionar, Regulus. - Respondeu Snape, taciturno. - Se o Lorde das trevas precisa daquele objeto é porque ele realmente é importante. Uma pena você não ter mais a felix felicis.

- Bem que você poderia preparar outra. - Falou casualmente. - Não é você o mestre das poções?

- Ainda não cheguei nessa aula. - Snape deu de ombros. - Mas verei o que posso fazer, desde que não deixe aquela mestiça interferir nos seus planos novamente.

Regulus deu um sorriso ladino. - Você a chama de mestiça de uma forma tão ofensiva que nem parece que você também é um.

- Está defendendo ela, Black? - Snape o encarou com seus olhos negros.

- Eu só estou dizendo - Regulus sustentou o olhar de Severus, nem um pouco intimidado. - Que é hipocrisia sua usar a palavra "mestiço" como ofensa.

  Eles ficaram encarando um ao outro por breves segundos, antes de Snape soltar um suspiro e olhar para o nada mais além. - Vamos, tenho que te levar para casa. - Ele sorriu. - Crianças tem hora para dormir, não?

Regulus o olhou com ceticismo antes de apoiar sua mão no ombro do outro e desaparatarem. Em alguns dias essas piadinhas sobre sua idade acabariam e Regulus teria o prazer de azarar Snape sem se preocupar em perder sua varinha. Severus o deixou em frente ao Largo Grimmauld e foi embora sem dizer uma palavra.

Regulus subiu os degraus de pedra e girou a maçaneta de prata ( tinha a forma de uma serpente enroscada ). Ao entrar no Hall, deparou-se com o elfo doméstico da casa. Ele estava de pé, suas pernas tremiam um pouco e seus olhos pareciam cansados.

- O que você está fazendo aí, Monstro? - Perguntou Regulus franzindo o cenho enquanto fechava a porta atrás de si.

- Mestre Regulus, que bom que voltou. - Monstro continuou parado. - Sua mãe ordenou que Monstro ficasse aqui de guarda até que o senhor retornasse de sua reunião.

Regulus balançou levemente a cabeça. Odiava a forma que tratavam o elfo. - Você pode se sentar agora, Monstro.

- Monstro tem que lavar a louça, mestre. E também...

- Você faz isso depois. - Regulus rejeitou o assunto com um aceno. - Agora eu quero que descanse. É uma ordem.

- Oh, obrigado mestre... - Monstro caiu de joelhos, agarrando-se ás pernas de Regulus. - O senhor é tão bom, monstro não merece essa gentileza.

- Regulus? - Uma voz soou do andar de cima. Era sua mãe. - Venha até aqui, querido.

- Pare, monstro. - Regulus se desvencilhou do elfo e seguiu o corredor, subindo as escadas. Ele tentou ignorar as cabeças dos antepassados de monstro encolhidas e penduradas numa placa na lateral da parede.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora