Regulus Black.
Largo Grimmauld n°12. - 24 de dezembro.
Regulus se juntou a seus pais na sala de estar.Era uma manhã bastante fria,e tudo que ele queria era ficar sentado na batente da janela lendo poesia.Mas era véspera de natal,e em feriados como esse a família deveria ficar reunida.
- Olá. - Ele disse ao entrar na sala,já sendo aquecido pelo calor da lareira.
Walburga bebia chá em uma xícara ornamentada.Ela ergueu seus olhos a ele,e mesmo não tendo sorrido sua expressão se iluminou. - Achei que não se juntaria á nós.
- Regulus - Disse Orion,sem tirar os olhos do profeta diário. - entre e feche a porta,está deixando o calor escapar.
Regulus pôs seu livro debaixo do braço e fechou a porta atrás de si.Ele beijou a testa de sua mãe e deu um sorriso fraco para o seu pai.Eles não eram sentimentais mas Regulus ainda tentava extrair algo deles.Ele precisava de algo parecido com amor,se é que isso existia.
Ele então se sentou em uma poltrona ao lado da lareira,e abriu seu livro de poemas,sendo atingido por palavras em preto e branco.
Eu não sou ninguém! quem é você? Você também não é ninguém?
Então há um par de nós...Monstro veio até ele,segurando uma bandeja com bule de chá e xícaras.Ele estendeu á Regulus,mas o garoto balançou a cabeça. - Não quero,Monstro,obrigado. - O elfo fez uma exagerada mesura e saiu se arrastando da sala.
Segredo — Ou mandam-nos p’ro degredo.
Que enfadonho ser alguém!
Tão público — como o sapo
Coaxando seu nome, dia vai, dia vem
Para um boquiaberto charco.- O que está lendo,Regulus? - Walburga perguntou antes de bebiricar o chá,o observando com atenção.
Regulus teria respondido muito entusiasmado se não tivesse se lembrado que estava lendo poesia.Poesia trouxa.
Ele tinha encontrado o livro em baixo de uma carteira na sala de história da magia,e nunca o devolveu.Não sabia a quem pertencia de qualquer forma,e acabou de interessando muito pelos poemas.- Ahm... - Lentamente ele arrastou seus dedos para a capa,cobrindo o nome de Emily Dickinson. - É apenas meu livro de poções.
Walburga fez uma careta enquanto devolvia a xícara para o pires. - Estudando em pleno feriado?
Regulus encarou a lareira crepitante,observando as chamas dançarem serenamente sendo guiadas pela brisa. - Tenho uma nêmesis. - Ele respondeu. - Lá em Hogwarts.
Orion abaixou o jornal. - Uma. - disse ele pensativo. - E ela é tão boa quanto você?
Regulus já estava se arrependendo de ter aberto a boca.
- Melhor,em certas matérias. - Quase todas,na verdade,com excessão de aritmância. - Eu fico em segundo lugar,em algumas ocasiões,e estou tentando contornar isso.
- Sabe o que dizem do segundo lugar? - Walburga ergueu o queixo. - Que é apenas um título para o primeiro perdedor.
Regulus ficou quieto.
- Quem é essa nêmesis,afinal? - Perguntou Orion.
Regulus pensou nos cachos escuros batendo no quadril,e naquela voz irritantemente suave e hipnótica.Seus olhos brilharam com um lampejo de raiva,por que por mais que procurasse ele não conseguia encontrar um defeito naquela garota.E como ele poderia vencer alguém que não comete erros? - Lenóra.Lenóra Villin.
A surpresa atingiu Orion no peito. - Você disse Villin?
Regulus mordeu a língua para não fazer nenhum comentário sarcástico.Ele apenas assentiu com a cabeça,pois se abrisse a boca seria torturado de cinco maneiras diferentes.Uma pena,por que teria sido hilário.
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Lenóra - Regulus Black
Fanfiction" Eu espero que em algum dia, quando eu me for, alguém em algum lugar pegue minha alma dessas páginas e pense: Eu teria amado ela". - Nicole Lyons- Uma garota com uma vida atormentada se cansa de conhecer apenas a solidão. Cri...