Chapter 15:Fabian (the fool) Prewett

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Regulus Black.

02 de janeiro de 1977.

Regulus observou corte fino já cicatrizado na bochecha da garota.Provavelmente algum gato tivesse arranhado o rosto dela,não era novidade que ninguém gostasse dela.

Ele a viu descer do trem,com um casaco no braço e,apesar de parecer inexpressiva como sempre,estava com um brilho diferente.Quando ela pôs o pé na estação,pareceu ser atingida por algo...positivo.
Ele observou também Fabian correndo atrás dela como um cachorrinho.Ela carregava sua mochila nas costas,e não parou para ouvir o garoto.

- Eu consigo levar minha própria Mochila,Fabian.

- Não disse que não podia. - Ele se explicou. - Só estou tentando ser um cavalheiro.

Meu deus. Regulus pensou,sentindo vergonha pelo ruivo. Ele está fazendo tudo errado.

- Não preciso de cavalheirismo.Preciso ir para o meu dormitório. - Ela se virou para Fabian.Abriu a boca para dizer algo,mas desistiu no caminho. - A gente conversa depois.

Dito isso ela subiu na carruagem e fechou a porta,deixando o ruivo plantado.Que grosseira.

- Você não vai conseguir conquistá-la desse jeito. - Regulus disse sobre o ombro de Fabian,e o garoto quase deu um pulo de susto.

- O que... - Fabian se virou confuso e então viu ele.Seu rosto se fechou automaticamente. - Do que está falando?

- Você está tentando demais,meu caro. - Regulus jogou o braço por cima dos ombros de Fabian,enquanto o guiava para uma conversa da qual ele obviamente não queria participar. - Parece um bichinho desesperado por atenção. Ela não vai querer você desse jeito.

- O que você sabe sobre romance?

- Bem mais do que você, aparentemente. - Fabian abriu a boca para responder,mas Regulus o cortou. - Veja,o problema é que você está muito perto o tempo todo.A coisa tem que ser moderada,nem muito,nem pouco.Um equilíbrio,entende?

- Entendo. - Fabian disse um pouco desconfiado. - E por que você me ajudaria com isso?

Regulus sorriu. - Sou apenas um aficionado pelo amor cujo único desejo é ver duas almas...que... claramente se amam,juntas e felizes.

- Com certeza que é. - Fabian se desvencilhou de Regulus e o encarou com algo perigoso nos olhos. - Eu não sei o que você está planejando,mas pode esquecer.Fique longe da Lenóra,e longe de mim.

Regulus ergueu os braços em rendição. - Tudo bem,o que quiser.Faça do seu jeito,mas depois não chore quando ela estraçalhar o seu coração.

- Ela nunca faria isso.

- Verdade,e também nunca deixaria você sozinho numa estação de trem.

Fabian deu as costas e foi embora.Regulus balançou a cabeça.Que gentinha orgulhosa.Quando brinca se sentem ofendidos,e quando tenta ajudar,recusam.Não dava para ser gentil nesse mundo.

08 de janeiro de 1997.

Era meia noite,e Regulus estava certo de que astronomia era uma das matérias mais fascinantes. Estava na torre,junto com a casa grifinória.As mesas estavam enfileiradas,e todos tinham telescópios para observar o céu estrelado.

No centro da sala,tinha um telescópio incrivelmente grande,provavelmente feito de bronze ou algum metal parecido.Ele era o mais eficiente,e os alunos iam até ele para tomar anotações de vez em quando.

  Quando uma garota de cabelos castanhos se levantou para usá-lo,Regulus sentiu uma fisgada no peito,como se milhares de cacos de vidro tentassem penetrar em seu coração.Doía ver Victória.Era doloroso ver ela por aí e lembrar do que tiveram,e do que poderiam ter sido se os pais dele não fossem do jeito que eram.

Ainda gostava dela,e olhava para suas boas memórias com muito carinho,mas sabia que ela nunca poderia o perdoar pelo que tinha feito.Ele também não se perdoava.Ela era uma pessoa boa demais e ele não merecia bondade nenhuma.

Quando a garota se virou,Regulus foi pego de surpresa,e abaixou a cabeça para o pergaminho,fingindo escrever alguma coisa.Ela retornou ao seu lugar sem perceber.Ou talvez tivesse percebido e apenas fingiu que não o viu.Ela estava ficando boa ignorar a existência dele.

Regulus ajustou o telescópio,procurando pela posição que vênus deveria estar.Quando o encontrou,registrou no papel e,minutos depois,assim que terminou de fazer a mesma coisa com a constelação de Andrômeda,enrolou o pergaminho e o deixou na mesa da professora.

- Já terminou? - Perguntou a mulher sem tirar os olhos da próprio anotação,ajustando e reajustando a régua no papel.

Não,isso é um bilhete na verdade,dizendo o quão péssima você é em dar aulas,apesar da matéria ser incrivelmente interessante.

- Sim. - Ele respondeu. - Posso ir?

- Ahm...Claro,claro.

  Regulus saiu.Enquanto andava pelo corredor,ele bocejou. Estava com sono e teria menos de cinco horas de sono.Na opinião dele,o corpo estudantil deveria rever o horário das aulas de astronomia,ou então recorrer ao uso do teto do salão principal,que é tão realista que parece realmente o céu aberto.

Ele ouviu passos atrás dele.Regulus continuou caminhando,mas prestou atenção no ritmo dos pés do desconhecido.Eram constantes, avançavam numa velocidade normal,diminuía de vez em quando.Regulus discretamente levou sua mão ao bolso,e pegando sua varinha,se virou e apontou para quem quer que fosse.

- Eu esperava algo mais assustador. - Ele disse decepcionado. - Em vez disso recebi um curupira.

- Dá pra abaixar essa varinha? - Falou Fabian,ou Gideon,ou seja lá qual dos gêmeos que existem na família Prewett.

Regulus cerrou os olhos. - O que você quer?

- Eu ofereço uma trégua. - Fabian ergueu os braços em rendição. - Eu talvez esteja mais apto á ouvir o que você tem á dizer sobre... Você sabe.Lenóra.

Um sorriso malicioso se formou nos lábios de Regulus enquanto ele abaixava a varinha. - Está pedindo conselhos amorosos para mim?Você deve estar mesmo muito desesperado.

- A verdade é que eu não sei o que estou fazendo.Ninguém tem muita vontade em me ajudar. - Ele deu de ombros. - Meu irmão acha ela areia demais para o meu caminhãozinho.A própria amiga dela disse que ela não me merece.Não quero desistir,mas ela também não está sendo exatamente razoável.

- Ela é tão simples quanto física quântica.Você não conseguirá nada dela se não entender sua complexidade. - Regulus esfregou o queixo enquanto eles desciam a escadaria.Realmente estava fazendo isso? - Como eu disse,não corra tanto atrás dela,você parece um...

- Um cachorrinho. - Fabian o cortou.  - Eu já entendi.Anotado.

- Pois é,é vergonhoso.Pelo que sabemos,ela nunca saiu com ninguém,então não apresse as coisas,tudo é muito novo,e isso pode afastá-la.

- Você tem a observado muito,não é? - Uma ruga se formou entre as sobrancelhas de Fabian.

- O mistério é fascinante,nada mais. - Regulus rejeitou o assunto com um aceno. - Ah,e o mais importante de tudo. - Regulus ergueu um dedo. - Conheça ela. Descubra qual é o seu livro favorito,sua flor favorita,seu doce favorito.Deixe que ela te conheça também.

- Você parece um manual de como conquistar alguém. - Fabian riu. - Você já foi assim com alguém?

- Só com uma pessoa. - Regulus respondeu sombriamente. - Mas isso não é importante. - Regulus parou quando chegaram na escadaria que levava ás masmorras.

- Isso foi tudo? - Perguntou Fabian.

- Por hoje. - Regulus o observou. - Uma última pergunta:Você acha que o sentimento é recíproco?

Fabian torceu os lábios. - É difícil dizer.

- Não quero perder meu tempo dando conselhos básicos que todos deveriam saber,para um amor que não é correspondido.Você tem que ter certeza.

- Relaxe,Black.O amor está no ar.Nunca de sabe quem pode ser afetado.

Regulus revirou os olhos ao ouvir aquele ditado brega. - Comprarei uma máscara de gás e me esconderei em meu quarto. - Ele deu as costas á Fabian e entrou nas masmorras.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora