Chapter 43: Black veins

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4 de abril de 1978.

Era um dia sol na bela Escócia, e todos os alunos de Hogwarts estavam no lago Negro molhando os pés na água para se refrescarem do calor, brincando no gramado ou até mesmos os casais, faziam um piquenique. Mas dois alunos muito específicos não poderiam ser tão públicos. Não podiam andar de mãos dadas, se beijarem ou até mesmo sorrir um para o outro. Ninguém nunca poderia saber o quanto realmente gostavam um do outro.

E por isso estavam passando a tarde em uma das arquibancadas do estádio de quadribol. Não haviam treinos hoje e a temporada de amistosos já havia terminado. Lenóra estava sentada em um dos bancos desenhando em seu bloco de notas e Regulus estava deitado, apoiando sua cabeça nas pernas dela enquanto lia entretido o livro em suas mãos.

Ele soltou uma risadinha, e Lenóra se desconcentrou momentaneamente, afastando seu bloco para poder olhar para Regulus. - O que é tão engraçado? - Perguntou com um sorrisinho.

- Eu não vou te contar. - Ele sorriu, virando a página.

- Bom, eu não vou ler só para descobrir. - Na verdade, ela iria sim.

Ele deu de ombros. - Então você nunca saberá.

- Eu não queria saber mesmo.  - Ela voltou á rabiscar seu caderno. Ultimamente, ele estava cheio de esboços do rosto de Regulus, afinal, ele era uma obra de arte viva. Um artista, Van Gogh talvez, havia dito uma vez " A visão das estrelas sempre me faz sonhar". Ninguém poderia ter a definido tão perfeitamente.

Lenóra parou de desenhar, sentindo que havia algo naquele desenho que não se encaixava. O que era ela não sabia, mas alguma coisa estava a irritando. Ela deixou o caderno no banco e seu dedo indicador deslizou pelo rosto dele: Pelas têmporas, pelo decorrer de seu nariz onde havia um pequeno ossinho que o impedia de ser completamente reto, pela sua boca bem desenhada e por suas bochechas coradinhas. Podia até parecer que ela estava fazendo carinho em seu rosto, mas na verdade ela estava apenas estudando a anatomia dele.

- O que você está fazendo? - Ele perguntou com a testa franzida, mas Lenóra estava absorta demais nos detalhes dele.

- Perfeição anatômica... - Ela estava falando mais consigo mesma do que respondendo á pergunta dele. Regulus apenas riu.

- Você é muito esquisitinha, Coração.

- É que a anatomia do seu rosto é fantástica! - Lenóra parecia até meio aborrecida com esse fato.

- Espera só até você ver o resto.

- Eu adoraria pintar isso. - Ela respondeu, contente, acariciando os cabelos dele. - Você é uma pessoa muito desenhável, Regulus. Bonito e atraente, uma linda musa.

Ele ergueu seus olhos para ela, sorridente. - Lena, você me chamou de bonito?

- Claro que não. De onde tirou isso? Eu te chamei de musa,e aliás, é isso que você deveria questionar.

- É que eu gostei de ouvir as palavras "Você", "é" e "bonito" saírem da sua boca.

Lenóra riu, mas antes que pudesse responder uma tosse involuntária surgiu e ela foi obrigada á virar o rosto. Regulus se sentou de imediato, observando atentamente enquanto esperava que a crise dela passasse.

- Você...já foi até a enfermaria para ver isso? - Perguntou cauteloso, enquanto deixava seu livro de lado.

Lenóra balançou a cabeça negativamente, afastando uma mecha de cabelo do rosto. - Tenho certeza de que é apenas uma gripe. É temporário.

Regulus quase riu. - Uma gripe temporária de quatro meses? Isso não é normal, Lena.

Lenóra deu um sorriso modesto, guardando suas coisas na bolsa. - Veja só, Regulus Black está preocupado comigo.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora