"É um pensamento simples:Os seres humanos foram criados para atormentar uns aos outros".
Fiódor DostoyevskyRegulus saiu correndo das estufas de herbologia assim que deixou a garota presa lá dentro.Não era nada pessoal,ele realmente precisava daquilo para ter sucesso na missão que foi dada á ele,foi apenas um joguinho sujo.
Além do mais,Lenóra não precisava da Felix Felicis,a usaria para quê?passar nas provas finais?Ele enfiou a poção no bolso e continuou seu caminho.
Ele subiu as escadarias que levavam ao saguão,e de lá,entrou na densa escuridão das masmorras.Assim que chegasse lá,entregaria o frasco brilhante para Slughorn e finalmente receberia sua recompensa.
Foi então que os archotes presos ás paredes de pedra,de um em um,foram se apagando.Não ventava,mas derrepente as masmorras do castelo ficaram muito frias. Regulus diminuiu seus passos,enquanto tentava entender o que estava acontecendo.
Ele pensou ter ouvido algo vir lá de trás e se virou rapidamente,pegando a varinha caso tivesse que se proteger.Talvez os joguinhos de Slughorn não tivessem acabado afinal.
Foi então que ao virar-se ele ouviu um som vindo do outro lado,um baixo suspiro fantasmagórico que ecoou pelo corredor e fez os pelos de sua nuca subirem.Logo o rapaz já não conseguia mas distinguir de onde vinha o barulho,que parecia estar vindo de todos os lugares.
A pronunciar o feitiço lumus, uma luz saiu da ponta de sua varinha,e quando ela refletiu no teto,Regulus viu algo se afastar.Era quase como uma sombra.
- Está com medo,Regulus? - Ele quase deu um pulo ao ouvir a voz de Lenóra atrás dele,tão leve e suave quanto uma pena.
- Como chegou aqui? - Perguntou enquanto sua varinha apontava para o pescoço da garota.Ela parecia uma assombração,com seus cabelos e vestes molhadas,seus braços atrás das costas como se fosse um demônio enviado do além para atormentá-lo.Ela não deveria estar ali,ele tinha a deixado presa e sem varinha.
- Você é um garoto cruel. - Ela continuou sem dar ouvidos á pergunta dele. - Eu realmente achei que respeitasse...
- Como chegou aqui?
- ...As mulheres,apesar de ter nascido tão escroto.
- Você não deveria estar aqui. - Ele cerrou os olhos,enquanto sua mente tentava achar alguma resposta racional para a presença de Lenóra.
Ela abriu um sorriso afiado e cruel. - Você também não.Não deveria estar correndo para a sala do professor para comemorar a sua vitória suja?
- Deveria. - Ele respondeu cauteloso. - Mas estou tendo uma péssima sensação sobre você.
- Eu provoco apenas um tipo de sensação,e pode ter certeza que não é ruim. - Seu sorriso diminuiu gradualmente até desaparecer totalmente. - Pode ir, não tenha medo,não vou te morder,mas saiba que sou uma pessoa rancorosa,e nunca me esquecerei da forma que você me enganou nesta manhã.
Ela ficou lá parada o observando até que ele tomasse coragem e fosse para a sala.Lenóra no entanto,não voltou para a aula de poções.Podia parecer calma,mas por dentro estava delirando de ódio por Regulus Black.Eles tinham feito um trato e ele o quebrou quando a deixou presa no visgo do diabo.
Não era como se ela não soubesse que ele a trairia.Lenóra sabia,tanto que tinha até pego um frasco idêntico no armário do mestre de poções para poder enganar Black.Porém sofreu um lapso de burrice momentânea e deixou o verdadeiro nas mãos de Regulus.
É claro que ela não o deixaria ficar com a poção da sorte.Lenóra não confiava nele,e sabia que nada de bom poderia vir de gente como ele.Ela sempre o julgou ordinário e apenas mais um elo no pior corrente existente.Mas havia algo á mais.Ele era mais complexo do que isso.
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Lenóra - Regulus Black
Fanfiction" Eu espero que em algum dia, quando eu me for, alguém em algum lugar pegue minha alma dessas páginas e pense: Eu teria amado ela". - Nicole Lyons- Uma garota com uma vida atormentada se cansa de conhecer apenas a solidão. Cri...