Chapter 37: Ad astra

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- Eu não entendi.

- Merlin! - Exclamou Lenóra impaciente. Eles estavam nas masmorras, em um corredor escuro iluminado apenas por poucos archotes presos ás paredes de pedra. - Eu vou fechar os olhos e contar até trinta e você só se esconde.

- Em qualquer lugar?

- Qualquer lugar.

- Ahm... - Ele coçou o queixo, parecendo um pouco confuso. - Qual é o ponto dessa brincadeira?

- Não tem ponto, você só se esconde e eu te procuro.

- E se você não me achar?

- Aí eu terei de desistir.

- E se eu não souber que você desistiu?

- Que tal cortarmos esse ítem da lista? Você já está acabando com a minha paciência.

- Os trouxas tem brincadeiras tão sem sentido. - Ele balançou a cabeça, voltando ao presente. - Nós bruxos temos jogos melhores, e não - Ele disse rapidamente quando a viu abria a boca para argumentar. - isso não foi um comentário com notação supremacista. Podemos ir?

- Mostre-me o caminho, Black.

Ele desencostou da parede e caminhou á frente dela pelo corredor escuro. Ambos tinham trocado de vestes depois da chuva: Ele agora usava uma blusa com mangas e gola alta na cor preta, e calças igualmente escuras. Lenóra podia dizer usava uma combinação parecida, exceto por seu casaco pesado na cor de indigo. Estava com mais frio do que o normal.

Quando Black parou em frente á entrada de sua sala comunal, Lenóra riu. - A sala comunal da sonserina? Sabe que está cometendo uma heresia, não sabe? Levando alguém com um sangue tão sujo quanto o meu para dentro de um lugar tão puro...

- Para de ser idiota. - Ele a cortou, e logo murmurou a senha para entrar na sala: Sangue puro.

Ele a olhou de canto, e Lenóra o encarou com cetisismo. - Que surpresa.

- Vamos.

Tudo que Lenóra conseguiu pensar no momento em que entrou lá resumia-se em uma simples palavra: luxo. Era um tanto escura devido ao fato de ficar em baixo do lago Negro, mas a vista que proporcionava, dos Grindyllows e sereianos, era magnífica. Os sofás, todos eles, eram estofados em couro preto, e haviam tanta prataria para decorar o local que era quase inacreditável.

Regulus logo a levou até uma das lareiras, sentou-se á frente dela para se aquecer com o calor das chamas. Lenóra fez o mesmo.

- Diga-me, Srta.Villin - Disse ele antes de murmurar um feitiço convocatório que fez voarem até o encontro deles um saquinho com bexigas, uma caixa com um jogo de xadrez e um baralho de cartas. - Tem algo parecido com isso no mundo trouxa?

- É praticamente igual. - Respondeu ela. - Lá tem xadrez, bolinhas de gude e baralho. Estou inclinada á pensar que os bruxos roubaram as idéias de lá.

- Porém, melhoramos. - Ele contrapôs. - Por acaso as bolinhas de lá esguicham um líquido fétido caso você erre sua jogada? As cartas explodem aleatoriamente? As peças de xadrez destroem umas as outras?

- Acho que isso apenas nos mostra que os bruxos são bárbaros e muito esquisitos.

- É, você é meio esquisitinha mesmo. - Disse tentando contornar o assunto, e pegou o baralho explosivo. Não queria entrar em uma discussão sobre trouxas e bruxos hoje. Com Lenóra Villin, esse caminho era perigoso demais.

- Ah, mas não esqueça que eu sou apenas metade bruxa. - Disse enquanto observava Black distribuir as cartas. - Isso significa que cinquenta porcento da minha esquisitice é cem porcento em você.

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora