Chapter 36 : Carpe diem

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"E então ela sorriu, era isso que eu procurava, um sorriso em seus olhos, o som de sua risada".

23 de dezembro de 1977.

Enquanto estava sentada no braço da janela, observando uma quantidade imensa de alunos de todas as casas saírem com malas e gaiolas com animais de estimação, Lenóra se perguntou onde estava a neve, que nunca chegava.

Natal não era natal se não tivesse neve. Havia algo aconchegante sobre o inverno. Talvez fosse a ideia de ler um bom livro ao lado da lareira junto de uma xícara de chá ou chocolate quente, enrolada em cobertas. Ou de apenas poder fazer o que quisesse sem derreter de calor.

Seu dormitório estava vazio. Suas colegas de quarto já haviam arrumado seus pertences e ido embora. Todos estavam indo embora para o recesso de fim de ano, para comemorá-los com a família. Lenóra não tinha a mínima vontade de voltar para a casa do pai esse ano, então simplesmente decidiu não ir. Ele também não fazia questão que ela fosse depois da briga.

Durante a manhã Lenóra se confinou no seu dormitório, decidida á terminar uma leitura que nunca acabava, e se esquivar um pouco de sua tristeza. Era uma época em que se sentia, normalmente, bastante melancólica. O natal era uma comemoração bastante especial entre ela e sua mãe. Elas faziam suas próprias atividades, criaram suas próprias tradições. Tradições essas que já não eram mais seguidas.

Quando um raio de luz surgiu entre as nuvens cinzentas do inverno e iluminou a janela de Lenóra, ela finalmente decidiu sair, então pôs a sua camisa social de manga longa e um colete de lã roxa. Só percebeu que o castelo estava extremamente silencioso quando pôs o pé para fora da comunal. Não havia ninguém naquele andar. Lenóra não viu uma alma viva por um tempo, até ver dumbledore cantarolando em um corredor mais ao longe. Ele sim era excêntrico.

Ela desceu até o salão principal, onde encontrou seu professor de feitiços revirando uma caixa de papelão cheia de itens de decoração natalinas. Sentado no chão de pernas cruzadas ao lado da caixa estava um segundanista da lufa-lufa, atrás dele, sentado no banco com os cotovelos apoiados na mesa de trás estava Regulus, com cara de quem estava sendo obrigado á estar ali.

- Olá. - Disse ela, atrás do professor.

- Srta.Villin! - Exclamou Flitiwick virando-se para ela. - A garota das artes. Será bom ter o seu toque artístico na nossa decoração.

Lenóra o encarou por breves segundos, tentando se lembrar em que momento tinha se oferecido para ajudar. - Okay, então.

Ela se sentou no outro banco, e seu olhar inconscientemente foi para o Sonserino no outro lado. Ele já a observava, mas assim que seus olhos se cruzaram ele virou o rosto para o lado oposto. Talvez eles estivessem um pouco envergonhados. A última vez em que ela tinha o visto, tinha o abraçado enquanto chorava. Ele tinha a envolvido nos braços e dito palavras de conforto. Não era isso o que eles faziam. Em dias comuns, ela era rude, ele era sarcástico de uma forma implacável. Foi um momento estranho.

- Vamos precisar de seis pinheiros grandes, colocaremos três em cada lado do salão. - O professor Flitiwick olhou ao redor. - Sr.Williams, peça para Hagrid nos trazer seis árvores de pinheiro, por favor.

O lufano assentiu com a cabeça e se levantou, correndo o mais rápido que conseguia para fora do salão principal.

- O que acham de decorar tudo com azul? - Perguntou o professor, tirando uma bolinha de enfeite azul Royal de dentro da caixa.

- Ótima idéia. - Disse Lenóra.

- Péssima idéia. - Discordou Regulus. - Eu entendi o que vocês estão fazendo. Se for o caso, por que não decoramos tudo de verde?

Lenóra - Regulus Black Onde histórias criam vida. Descubra agora