cometendo alguns pecados

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S/n Smith

19h27

— Porra – Resmunguei irritada encarando meus pais que me miravam com olhares severos.

— Você está de castigo e ponto S/n – Minha mãe diz com rigidez na voz.

— Isso não é justo, EU NÃO FIZ NADA DE MAIS – Gritei passando a mão nervosa pelos cabelos.

— Nada de mais? – Ela sorriu irônica — Trinta e sete multas de trânsito não é “nada de mais” para você S/n Smith?! – Vosciferou com as mãos na cintura. Eu já estava farta com meus pais enchendo o saco o tempo inteiro, tudo que eu fazia era uma grande merda para eles. E porra, uma hora isso cansa.

— Estou cansada de ouvir reclamações dos outros por conta das suas atitudes – Sua voz era decepcionada — Todo dia é uma história diferente – Suspirou irritada

— E oque você quer que eu faça? – A olhei — Frequente a igreja? – Fui irônica e ela me fuzilou com o olhar

— Vá pro quarto – Ordenou sem paciência

— Oque foi mamãe? – Encarei ela sorrindo irônica — Quer que eu vire uma freira? – Gargalhei — Prefiro ser enterrada viva

— Pro quarto S/n – Falou respirando fundo

— Deixa eu terminar – Dei a volta na mesa que estava sentada a poucos segundos — Eu não sou a filha perfeita que você tanto sonha, eu sou a porra de uma garota problemática – Apontei o dedo para mim mesma — Não é assim que você me chama quando viro as costas?

Eu estava possessa, todo santo dia ela vinha com esse papo de reclamações e de que eu tinha que mudar o ritmo com o qual eu estava levando a minha vida.

— Mimada que só quer atenção – Olhei pro nada como se imaginasse ela pronunciando tais palavras com um sorriso amargo — Não é assim que intitula sua filha?! – Bati as mãos na mesa me inclinando em sua direção e foi a gota d'água para ela.

— CHEGA S/N, PRO QUARTO AGORA – Rugiu e eu estremeci por um milésimo de segundos, por muito pouco — NÃO QUERO MAIS SABER, ESTÁ DE CASTIGO ATÉ SEGUNDA ORDEM – Decretou com sangue nos olhos e eu não reconheci aquela mulher que falou isso.

— QUE INFERNO – Praguejei antes de sair pisando fundo em direção a escada e subi-la tão rápido como o flash.

Entrei no quarto irada de raiva, me joguei na cama e pus um travesseiro em minha cara, gritei, mas eu gritei muito. O ódio me consumiu por inteira, caralho, como minha vida pode ser tão infernal a esse ponto. Minha mãe não acredita mais em mim e meu pai se quer disse porra nenhuma enquanto ela me colocava nesse caralho de castigo.

Que merda.

Mas isso não irá ficar assim.

(...)

10h39

Me arrumei inteira e então parei na frente do espelho para me ver. Eu estava uma puta de uma gostosa. Peguei meu celular checando o horário e o guardando logo depois.

Se minha mãe acha que vai me por de castigo e eu irei ficar enfurnada nessa merda de quarto sem fazer absolutamente nada, está pra lá de enganada, ela não conhece a filha que tem.

Peguei alguns lençóis da minha cama e amarrei todos em um nó firme, fazendo uma espécie de corda. Quando vi que estava seguro, joguei pela janela e ali me pendurei janela a baixo, pulei no chão intacta e então corri para a rua pedido um uber no minuto seguinte e indo em direção a qualquer boate o mais rápido possível.

Eu iria me divertir aquela noite e esquecer da merda de vida que possuo habitando aquela casa dos infernos.

Alguns minutos depois cheguei a uma boate grande dali, era enorme e perfeita para eu encher a cara até não lembrar meu nome. Paguei o uber e saí do carro, olhando tudo em volta. Guardei a carteira na bolsa e segui para dentro do local, a fila era gigante e me impedia de ver a entrada daquilo.

Obsessive || Josh BeauchampOnde histórias criam vida. Descubra agora