sem chão

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S/n Smith

Mais um dia deitada em minha cama, imóvel, sem energias, desidratada de tanto chorar e morta praticamente. Duas semanas havia se passado desde tudo. Fitava o teto constantemente procurando consolo onde eu saberia que jamais tiraria nada.

As cenas daquele dia passavam e repassavam em minha cabeça. E cada replay, meu coração magoava mais. Como minha mãe teve a coragem de tirar o homem que eu amo de mim?

E ainda mais, como Joshua nem sequer lutou por nós dois. Apenas abaixou a cabeça e concordou. Esse não era o Beauchamp que eu conhecia.

Não fui magoada apenas pela mulher que me criou, mas também pelo homem que eu jurava me amar. No lugar dele eu jamais abaixaria a cabeça. Eu lutaria até meu último suspiro para que ficassemos juntos, doa a quem doesse.

Eu teria meu amor, mesmo que isso custasse tudo que eu tinha.

Já não me restava mais nada além de pensar o porquê de ele ter me deixado. O que minha mãe havia dito de tão impactante que houvesse o feito mudar de ideia?

O que o teria feito me deixar, logo ele que disse me amar tanto. Joshua jurou amor eterno a mim quando me deitou em uma cama e me fez amá-lo na mesma intensidade.

(...)

Decidi descer para a sala e ligar para meu único amigo que ainda estava ali por mim. Fazia muito tempo que eu não falava com ele, desde o sequestro não tive mais contato com o mesmo.

Meu telefone havia ficado na bolsa no aeroporto quando Dylan me sequestrou. Por isso, eu estava impedida de entrar em contato com qualquer pessoa.

Então teria que usar o telefone de casa. Já na sala, andei até a mesinha e de lá peguei-o em mãos e disquei o número de Krystian.

Algumas chamadas e depois da quinta ele atendeu.

— Alô?! — Ouvir sua voz depois de tudo era tão bom. Estava sentindo falta do meu amigo.

— Oi. — Minha voz saiu em um fio, quase não havia mais forças em mim para fazer nada. Além de desidratada, também estava desnutrida.

— S/N?! Porra, até que enfim você apareceu. — Sua voz ficou apressada de repente ao perceber que era eu. — Por que só ligou agora?

— Krys... — Falei trêmula, o choro já estava preparado para jorrar de meus olhos.

— Smith?! Está chorando? O que houve? — Krystian pergunta agitado e eu pressiono os olhos para não chorar e ter forças para dizer o que eu queria.

— Ele... me deixou... — Consegui falar com dificuldade, minha voz estava embargada.

— Quem?

— O Josh... — Sussurrei quase que inaudívelmente, pois ao pronunciar seu nome uma pontada dolorosa atingiu meu peito.

— O Josh? Como assim S/N? Eu não estou entendendo. — Ele fala confuso.

— Já veio embora da sua mãe? — Mudo de assunto, ou se não morreria de desgosto.

— Não, pretendo ir essa semana. — Ele fala distante do fone, creio eu que fazendo algo. Ouvi sons parecido com uma colher e frigideira, talvez estivesse cozinhando. — Sexta-feira.

— Quando chegar, promete que a primeira coisa que vai fazer é vir até aqui? — Peço pressionando os lábios.

— Claro, amiga. — Ele fala. — Mas por que o Josh te deixou, S/N? — Ele volta ao assunto doloroso.

— Te falo quando você estiver aqui, eu não estou bem e preciso pensar em algo que não seja isso.

— Ok, meu amor. Preciso desligar, em poucos dias estarei aí. — Ele fala e eu aperto o telefone em mãos. — Te amo, pequena. Fica bem.

Obsessive || Josh BeauchampOnde histórias criam vida. Descubra agora