Josh Beauchamp
Quando entrei no escritório de Alice para conversarmos, ela não quis saber de rodeios, já me enfrentou e pediu para que eu me afastasse de S/N o mais rápido possível, porque ela estava mandando. Confesso que quis rir naquele momento.
— Escuta aqui, você vai se afastar da minha filha e vai ficar longe dela pro resto da sua vida, entendeu? — apontou o dedo em meu peito e me encarou firme.
— Por que acha que eu faria isso?
— Porque você não quer que eu faça nada com você! — aquilo era para ter sido uma ameaça?
Continuei a encará-la sério, neutro. A mesma se afastou e parece que ela achou que havia me colocado medo, dó dela.
— Acha mesmo que eu vou abandonar ela? — perguntei com desdém, ela se virou em minha direção e sorriu irônica.
— Oh, Johnny... — pronunciou, mas eu a interrompi
— Joshua! — corrigi e ela deu de ombros.
— Josh... — debochou — você não quer me ter na sua cola, eu sou capaz do que você nem imagina, e se eu quero a minha filha longe de você, é porque tenho bons motivos e você irá atendê-los!
O que ela acha que poderia fazer comigo? Eu mataria ela sem nem precisar de uma arma, aliás, poderia fazer isso agora mesmo, porém S/N ficaria furiosa comigo e jamais me perdoaria.
Fiquei em silêncio por alguns segundos, pensando em algo que pudesse fazer para que essa mulher saísse do meu caminho. Ou eu saía com Smith daqui e ia embora para bem longe, ou...
A deixava aqui como sua mãe ordenou. Eu não queria fazer isso. Jamais abandonaria o amor da minha vida, já a perdi uma vez, não sei se aguentaria uma próxima.
Aquela menina de olhos corajosos, sorriso sacana e atitudes desafiadoras me instigava. S/N era o combustível que precisava para me incinerar em um só segundo. Eu era fraco longe dela, ela tinha poder sobre mim.
O Josh de meses atrás gargalharia se alguém dissesse que ele iria se apaixonar por uma adolescente impulsiva e sem limites. Com certeza eu debocharia muito e no final soltaria um; “Nem fudendo!”
É, parece que hoje sua boca toca o chão ao ver o que eu me tornei. Um otário apaixonado que é capaz de tudo para proteger quem ama. S/N Smith me mudou, me regenerou, eu me recriei ao seu lado.
Aquele Beauchamp insensível e rabugento de antes não existe mais. Ele se tornou dócil e sentimental. Smith havia me domado, chegou e quebrou todos as barreiras anti-sentimentos que rodeavam meu coração.
Fiquei tenso por alguns minutos, eu tinha que fazer isso. Seria pro bem dela. Sem mim, ela com certeza viveria mais segura, ao meu lado, corria constante perigo. Além do mais, ela era meu ponto fraco, como já havia acontecido uma vez, ela tinha sido usada como golpe mais fatal contra mim.
Não poderia deixar que ela corresse novamente esse perigo. Eu amo muito S/N Smith para colocá-la em perigo novamente.
— Ok, mas antes eu vou me despedir dela... — falei baixo, não acreditava nas palavras que havia acabado de sair da minha boca.
O que eu estava fazendo? Iria mesmo abandonar a minha mulher? Deixaria S/N sozinha com essa megera intitulada como mãe e seguiria como se não tivesse acontecido entre nós dois?
E tudo o que passamos juntos? Não serviu de nada até agora? Como posso ser tão fraco a esse ponto?
— Ótimo, você está fazendo o certo, Beauchamp! — Alice disse indo em direção a porta para sair e eu a acompanhei.
[...]
— Por favor, meu amor... Não me deixa! — Suas palavras atravessaram meu coração como uma adaga — Eu te amo, Beauchamp!
Em meio a prantos, S/N implorava para que eu não a deixasse. Com dor extrema eu fazia isso, não queria deixa-la, de verdade.
Ela caiu ajoelhada em meio aquela sala, pedia instintivamente que eu não fizesse isso. Me mantive forte perante ao seus soluços, me cortava de diversas formas o seu choro, ver Smith chorando foi a pior cena que eu poderia presenciar em minha vida.
Eu era o causador daquela angústia.
— Adeus, eu te amo muito, princesa... — murmurei me desprendendo do seu aperto e caminhei em direção a porta, sem olhar para trás.
Ver sua imagem debulhada em lágrimas, de joelhos só me deixaria pior.
— JOSHUA! — seu grito doloroso foi a única coisa que ouvi antes de bater a porta e ir em direção ao meu carro.
Espere por mim meu amor. Só isso que peço, tenha paciência. Não acabou. Nunca irá acabar, eu te amo demais para simplesmente deixar você. Sou egoísta demais para não te ter ao meu lado, só para mim.
Embarco em meu carro e canto pneu saindo dali o mais rápido possível. Iria deixar a poeira baixar antes e depois voltaria para pegar o que é meu. Se Alice acha que irá ser fácil assim, está enganada. Joshua Beauchamp não segue ordens de ninguém.
[...]
Estaciono em minha garagem e saio do carro, indo em direção a porta de entrada. Assim que pisei na sala, Joalin apareceu e no momento que pôs os olhos em mim, procurou por Smith, sem sucesso de encontra-la ao meu lado ou atrás de mim suas sobrancelhas franziram e a mesma me encarou confusa.
— Cadê a S/N?!
— Ficou na casa dela!? — falei óbvio e me joguei no sofá. Pus as mãos sobre meu rosto e soltei um suspiro pesado.
— Como assim? — ela se aproximou e parou em minha frente — Ela não iria vir morar aqui? Achei que com essa ida na casa dela, ela viria para cá com as coisas. — sua voz emitia dúvida.
— Joalin, eu não tô com cabeça pra ter uma conversa agora! — levantei do estofado e caminhei em direção as escadas, deixando minha irmã na sala sem entender nada.
Subi para o meu quarto e lá me tranquei. Desabei na cama de bruços e relaxei o corpo, estava tenso e precisava descansar. Só de imaginar como S/N deve ter ficado destruída depois disso tudo me mata aos poucos.
Não queria ter feito isso, mas foi preciso. A amo demais para colocá-la em perigo.
Mas claro que sou egoísta demais para me afastar dela e não te-la ao meu lado, comigo. S/N Smith é o amor da minha vida e eu irei recupera-la o mais rápido possível, nem que para isso eu tenha que meter uma bala na cabeça de uma das pessoas que ela mais ama.
Vocês acharam mesmo que eu vou abandonar a mulher da minha vida?
Esperem para ver...
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Obsessive || Josh Beauchamp
FanfictionS/N Smith é uma adolescente rebelde que não mede palavras. De castigo por ser imprudente, ela não aceita sua punição e sai escondida na noite para qualquer lugar que não fosse seu quarto, e acaba indo para uma boate qualquer. O que não passava por s...