S/n Smith
Já faziam quase uma hora e eu estava quase enlouquecendo sentada naquele sofá com as mãos em meus cabelos e imaginando o que poderia estar acontecendo lá dentro. Maria estava ao meu lado, tão desesperada quanto eu, preocupada comigo.
— Oh, minha querida, não fique assim, tudo vai ficar bem. — Ela abraça meus ombros e eu abaixo a cabeça soltando um soluço de choro.
— Eu não posso perde-lo, Maria. — Lamento pensando em como seria meu fim, se perdesse Joshua.
A apreensão tomava conta de mim enquanto eu esperava naquela sala. Maria tentava de qualquer forma me acalmar, até água com açúcar me trouxe, mas não consegui ficar tranquila só em pensar porquê eles estavam demorando tanto.
De repente a porta se abre e eu levanto na mesma velocidade. Encaro as duas figuras que saem lá de dentro em silêncio. Não expressavam nenhuma reação e isso só me deixou ainda mais curiosa e desesperada para saber o que eles haviam conversado.
— Por que demoraram tanto? — Pergunto abraçando meus próprios braços.
— Vou deixar vocês dois se despedirem, venha Maria! — Minha mãe anuncia e eu a encaro confusa e com as sobrancelhas juntas.
— Como assim se despedir? O que está acontecendo? — Perguntei perdida olhando para Joshua que não disse nada, apenas reprimiu os lábios e encarou seus pés.
Quando minha mãe saiu junto a Maria, me aproximei de Beauchamp, que se afastou rapidamente, não permitindo que eu o tocasse. O olhei com a boca entreaberta.
— O que houve, Josh?
— Eu preciso ir embora. — Ele fala e continua quieto.
— Então vamos, eu vou falar com minha mãe antes e... — Digo, mas ele me interrompe.
— Sozinho, S/N! — Sua voz sai num fio, mas dura o bastante para me cortar em mil pedaços.
— O que disse? — Pergunto incrédula.
— Sua mãe disse que eu não sou homem pra você e mandou que a gente se afastasse... — Conta com o olhar baixo, em momento nenhum ele me encarou nos olhos. — Eu quero seu bem, S/N, e por isso vou fazer o que ela pediu.
— Não, não, você tá brincando... — Rio sem humor, mas Joshua não riu, pelo contrário, ficou em silêncio. — JOSH, OLHA NA PORRA DA MINHA CARA, AGORA. — Esbravejei e ele fez.
— Me dói ter que fazer isso, meu amor... — Me chamou de amor e meu coração se partiu mais uma vez, como se fosse possível. — Mas, eu te amo e por isso tenho que fazer isto!
— Você não pode estar falando sério... — Digo entre soluços. — Você não vai me deixar aqui, Joshua...
Espalmo minhas mãos em seu rosto o trazendo para perto e ele fechou os olhos suspirando profundamente, tentando manter o foco.
— Por favor, meu amor... Não me deixa! — Peço entre prantos. Naquele dia eu tinha batido a minha cota de lágrimas para uma semana. Estava desidratada. — Eu te amo, Beauchamp!
— Por favor, S/N... — Ele tenta se desvencilhou de meus dedos pondo suas mãos sobre as minhas, porém eu seguro firme. — Vai ser mais fácil se você me deixar ir...
— Não, não, eu não quero. — O abraço enterrando meu rosto em seu peito, ele não retribui e isso só contribuiu ainda mais para o meu choro.
— Adeus, eu te amo muito, princesa...
Ele se soltou, apesar dos meus protestos e saiu pela porta.
— JOSHUA! — Gritei em dor. O chamando para voltar, mas ele não olhou para trás e continuou a seguir seu caminho.
Caí ali de joelhos, eu estava despedaçada. Cobri o rosto com as mãos e em seguida meus dedos seguiram para meus cabelos, os puxando.
Em meio aquela sala, eu lamentava a perda do amor da minha vida. Nada fazia sentido se ele não estava mais comigo. Eu queria sumir, evaporar, desaparecer, simplesmente morrer.
— Filha... — Maria me encontrou jogada no chão, e se abaixou para me pegar pelos ombros e me levantar. — O que houve? Meu Deus.
Não respondi, não estava em condições de fazer nada naquela hora. Só queria Josh de volta, que ele entrasse por aquela porta e dissesse que era brincadeira e que eu iria embora com ele. Enquanto eu me desmanchava em sofrimento, a grisalha acariciava meus cabelos.
— S/N, fala comigo, pelo amor de Deus... — Ela pedia, mas eu não reagia.
— Filha, o Josh já foi? — Os saltos de minha mãe ecoaram pela sala e uma onda de raiva e fúria tomaram meu corpo.
— FOI VOCÊ, NÃO FOI? VOCÊ QUEM MANDOU ELE FAZER ISSO. — Tirei forças não sei de onde para gritar.
Ela me encarou confusa e eu me levantei do chão para ficar em sua altura.
— Não sei do que você está falando, querida.
— EU TE ODEIO, VOCÊ ACABOU COM A MINHA VIDA. — Praguejei com todo meu ódio existente e corri pelas escadas, deixando-a na sala.
Chegando no meu quarto, abri a porta devastada e tranquei a mesma. Seguindo para minha cama em seguida. Caindo no colchão e afundando em minha angústia. Gritei de dor, aquele dia foi horrível.
A vontade de viver simplesmente havia evaporado de mim.
(...)
No dia seguinte acordei e olhei em volta, era meu quarto. Não tinha sido um pesadelo. Era real, Joshua havia me deixado. Minha mãe tinha acabado com a minha vida.
Me olhei no espelho e eu estava péssima, olheiras enormes embaixo dos olhos e a expressão cansada, ou destruída, para ser mais exata. Eu estava horrível, mas pouco me importava.
Arrastei meu corpo para debaixo do chuveiro e tomei um banho. Vesti qualquer moletom que encontrei em meu armário. Voltei para a cama e lá fiquei, durante toda a manhã.
Maria ainda apareceu e bateu na porta, pediu que eu abrisse e comesse algo, mas eu pedi que ela fosse embora. Estava na fossa e a última coisa que queria era conversar.
Abracei meus joelhos e olhei para a porta que dava acesso a varanda. E as lembranças me invadiram sem dó.
Aquela noite em que ele e eu entramos em meio a chuva. Que dormimos pela primeira vez juntos. Quando ele me disse que nunca havia só dormido com uma mulher e que eu era a primeira em toda sua vida.
Lágrimas que eu achei já estarem esgotadas desceram novamente por meu rosto. Senti saudades dele. Cravei as unhas em meus braços e escondi o rosto em meus joelhos.
Tudo que eu mais queria era ele aqui. Me abraçando e dizendo que me ama. Como eu senti a falta dele.
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Obsessive || Josh Beauchamp
Fiksi PenggemarS/N Smith é uma adolescente rebelde que não mede palavras. De castigo por ser imprudente, ela não aceita sua punição e sai escondida na noite para qualquer lugar que não fosse seu quarto, e acaba indo para uma boate qualquer. O que não passava por s...