dilacerada

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S/n Smith

Quando se tem um carinho enorme por uma pessoa e principalmente confiança, nunca passa pela sua cabeça de que aquela pessoa será capaz de fazer alguma coisa para te machucar ou que duvide da sua credibilidade por ela.

E sabe quando você gosta muito de um brinquedo, porém você fica mais velho e tem que abrir mão dele por não ter mais idade de brincar?

Então, eu sinto isso agora. Eu gosto muito do Dylan. Não, na verdade, eu gosto do que eu inventei dele e do que ele me mostrou durante todo esse tempo. Gosto do garotinho de doze anos atrás que me deixava em casa depois da escola. Que me emprestava a sua bicicleta mesmo sendo muito egoísta com o restante dos nossos primos.

Acho que criei uma imagem muito boa de Dylan para não conseguir acreditar no que Beauchamp me disse aquele dia do shopping.

Eu fui embora sozinha, pois não queria que ele ao menos me tocasse e nem queria olha-lo nos olhos. O deixei sozinho naquele estacionamento e arranquei o carro aos prantos. O meu primo é um gângster. E o pior, inimigo do homem que eu amo.

Porra. Oque eu acabei de pensar?

Eu amo Joshua? Quem eu quero enganar? É claro que eu o amo. Já concluí isso a muito tempo. E o dia em que transamos só esclareceu isso mais ainda. Eu já mais havia sentido algo parecido nessa vida. Talvez por eu ser muito nova, obviamente era por isso e por não ter tanta experiência na vida. Mas posso afirmar que não sentiria isso com mais ninguém além do Beauchamp. Ele é um cabeça dura arrogante, mas comigo ele é menos insuportável.

As lágrimas rolavam por minhas bochechas já avermelhadas enquanto eu dirigia nervosamente pelas ruas até chegar em minha casa. Assim que estacionei, corri para dentro de casa procurando por minha mãe para saber onde papai estava.

— Mãe! — Gritei seu nome pela sala indo a procurar na cozinha.

— Oque houve pra você estar assim? Menina. — Ela disse surpresa, a encontrei conversando com Maria que eu nem havia notado que estava ali. Estava muito aflita para prestar atenção em qualquer coisa.

Eu já havia parado de chorar, acho que minha mãe não percebeu isso. Pelo menos uma coisa a menos para me preocupar.

— Onde está o papai? — Perguntei sem respirar.

— Está no escritório lá em cima, por um milagre, ele está em casa hoje. — Disse com um sorriso brotando nos lábios.

— Obrigada.

Saí correndo em direção as escadas, seria mais rápido ele estar em casa. Quanto antes eu falasse, melhor ele poderia me ajudar. Nem notei minha mãe chamando por mim enquanto eu praticamente voei até o segundo andar.

— Pai! — Pronunciei seu nome ao abrir a porta do escritório. Ele estava sentado na cadeira totalmente centrado no computador, tanto que até levou um susto com a minha chegada repentina.

— Porra S/N, quer matar seu pai? — Ele disse com a mão no peito e eu dei de ombros.

— DYLAN É UM GÂNGSTER! — Falei rápido, o que fez o homem mais velho a minha frente paralisar e engrandecer os olhos.

— O que? Que história é essa Smith? — Ele disse após segundos sem se mexer. Creio eu que em choque.

— Foi o que você ouviu. Dylan não é quem diz ser, ele é um gângster e maior inimigo do Joshua. — Enquanto eu dizia meu pai prestava atenção e parecia surpreso, porém, quando falei o nome de Josh, sua expressão mudou.

— Não posso fazer nada. — Após aquelas palavras, minha boca foi ao chão.

— Como assim não pode fazer nada?

Obsessive || Josh BeauchampOnde histórias criam vida. Descubra agora