Josh Beauchamp
Fechei a porta, joguei as chaves sobre a mesa de canto e larguei o corpo sobre o sofá. Um suspiro escapou dos meus lábios entreabertos e com a mão massageei meu cabelo tentando relaxar.
Tinha acabado de chegar após conversar com Úrsula, e foi muito cansativo, porém revelador. Minha cabeça estava a mil por hora e sem previsões para parar por um tempo. Minha cota de energia tinha acabado por hoje. Estava exaurido.
— Josh?! — ouço a voz doce de que tanto amo ouvir soar pelo corredor — ouvi um barulho e... — ela me olhou com o cenho franzido quando me viu jogado sobre o sofá e vejo até mim — Você tá bem?
— Tô. É só que é muita coisa pra processar. — suspirei sem olha-la.
S/N sentou ao meu lado no estofado e apoiou a mão em uma das minhas coxas, que estavam abertas. Ao sentir o seu toque tudo pareceu melhorar, ela me fazia sentir melhor. Sua mão quente entrou em contato com o tecido da minha calça, os pelos da região atingida se eriçaram, um leve ânimo percorreu até minhas partes mais sensíveis.
Smith apertou sutilmente ali, querendo mostrar que estava comigo se eu precisasse conversar sobre a conversa com Úrsula.
Depois que saímos do restaurante, a levei até um lugar mais vazio, com pouca circulação de pessoas. A primeira coisa a qual eu perguntei foi sobre por quê ela deixou duas crianças sozinhas com o pai sem o seu cuidado materno. Eu estava magoado? Sim. Queria entender o porquê de tudo aquilo.
Tive que passar anos e anos até aceitar a suposta morte dela e a angústia de não saber nada sobre a mesma porque ele não queria me contar nada, sempre evitava ao máximo assuntos que levassem até ela.
Quando eu completei dezoito, criei a gangue e assumi parte da responsabilidade de criar minha irmã, educando-a e a protegendo junto ao meu pai. Foram poucas as vezes que parei por um instante e pensei que: “porra, eu não vou conseguir fazer isso.”
Porque, era muita coisa, tinha a gangue, os compromissos, cuidar de Joalin e garantir que ela tivesse uma boa educação e se sentisse amada. Nunca deixei minha irmã pensar que eu não gostava dela, sempre fiz o que pude para ela e por ela.
Meu coração chegava doer quando ela me perguntava sobre nossa mãe, afinal, meu pai nunca falou dela depois que Joalin cresceu e começou a entender as coisas. Ele queria poupa-la de um sofrimento inútil. Mas eu? Comigo não foi assim, eu tive que passar anos e anos tentando aceitar o fato de que nunca a veria, nem receberia seu amor.
Todavia chegou um dia em que eu decidi deixar isso de lado, ignorar totalmente essa vontade dentro de mim. Não agregaria mais em nada saber sobre ela. Eu já era um homem feito, tinha minha vida arranjada e minha irmã estava bem sem saber sobre ela. Qual motivo de querer descobrir tão tarde?
Segui em frente e deixei essas questões queimarem em uma enorme fogueira.
— Beuachamp?! — Smith me tirou de meus pensamentos, com o olhar interrogativo sobre mim.
— O que foi?
— No quê tá pensando? — sussurrou alisando a mesma parte da minha perna e eu juro por Deus que se ela continuasse com aquilo não iria acabar nada bem.
— Úrsula me disse um monte de coisas sobre o passado e agora isso me deixou totalmente contrariado. As que meu pai vagamente disse não condiz nada com o que ela falou. — encostei a cabeça no encosto e fitei o teto pensativo.
𝗳𝗹𝗮𝘀𝗵𝗯𝗮𝗰𝗸 𝗼𝗻
— Por que foi embora dos Estados Unidos quando eu nasci? — me mantive forte o tempo todo, não era hora de chorar. Não tinha motivo, já havia se passado e lágrimas só atrapalhariam tudo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Obsessive || Josh Beauchamp
Fiksi PenggemarS/N Smith é uma adolescente rebelde que não mede palavras. De castigo por ser imprudente, ela não aceita sua punição e sai escondida na noite para qualquer lugar que não fosse seu quarto, e acaba indo para uma boate qualquer. O que não passava por s...