saudades

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S/n Smith

Vagarosamente abri meus olhos, uma luz forte atingia meu rosto. Espremi minhas pálpebra tentando ganhar mais foco e assim que consegui avistei o teto branco. Espera, onde eu estava?

Meu corpo doía, principalmente meu estômago. Não consegui me mover por conta da dor insuportável que agora me atingia. Virei o rosto para o lado e vi que estava em um quarto, será que era o do Dylan? Será se eu ainda estava em suas mãos?

Até que reconheci o quarto de hóspedes da casa do Beauchamp. Eu estava salva, graças a Deus, e ele. Sentei na cama e a tontura me atingiu em seguida, pus a mão sobre a testa e fechei os olhos tentando voltar ao normal.

Ouvi conversas do lado de fora vindo em direção a porta e me ajeitei.

— Cala a boca, Josh. Vai acordar ela! — Joalin sempre com sua paciência repreendendo seu irmão.

A porta foi aberta e as duas figuras loiras adentraram o cômodo, a surpresa tomou conta de suas expressões e em seguida um sorriso genuíno no rosto de Joalin se fez.

— S/N! Ainda bem que você já acordou. — A de olhos azuis veio em direção a cama e me abraçou fortemente, grunhi de dor em resposta ao aperto. Ela logo se afastou.

— Oque aconteceu, eu não lembro de nada. — Perguntei tentando recordar quaisquer coisa.

Josh observava tudo de longe, perto da porta. Estava quieto, com expressão neutra e de braços cruzados. Pelo visto mesmo comigo nesta situação ele ainda está bravo.

— O Dylan te sequestrou e rolou toda uma história, aliás, longa história... — Joalin disse — Depois eu te conto. — Levantou-se indo em direção ao irmão.

— Vou deixar vocês dois conversarem, além do mais, foi muito tempo, não é? — Falou humorada e saiu deixando nós dois a sós.

Ele não disse nada, continuou escorado no batente apenas a me observar. Senti vergonha e descruzei nossos olhares, deixando uma mecha de cabelo cobrir meu rosto. Senti a beirada do colchão ao meu lado afundar e deduzi que ele havia sentado.

Permaneceu em silêncio, apoiou os cotovelos no joelhos e as mãos cobrindo a boca.

Por mais que Josh fosse fechado e impermeável, era possível saber quando ele estava triste. Aquilo de Dylan ainda mexia com ele, mas eu já tinha repetido milhões de vezes que eu não sabia de nada. Ele quem não acreditava.

— Obrigada por me salvar. — Murmurei o olhando por baixo.

Ele não disse nada. Enquanto eu brincava com meus dedos ele manteve a postura quieta e pensativa.

Silêncio.

— Eu tive tanto medo... — O encarei. Finalmente algo havia saído dele.

— Eu também tive, Josh... — Falei quase que num sussurro. Pela primeira vez, sua imensidão azul me encarou. As lágrimas eram perceptíveis, elas queriam sair, porém ele não queria deixar.

— Eu tive pânico em pensar que nunca mais iria te ver... — Já era eu quem se emocionava, toquei seu braço e ele por um momento hesitou o meu toque, mas em seguida cedeu.

— Por que mentiu pra mim, Smith? — Não acreditei nas palavras que acabaram de sair de sua boca. O fitei incrédula.

— Como tem coragem de ainda acreditar nisso, Josh? — Levantei da cama num impulso e fiquei de frente para ele que não olhou para mim. — Olha pra mim! — Mandei.

— Eu não sei mais no que acreditar... — Choramingou entredentes e escondeu o rosto entre as mãos. Parecia uma criança assustada.

Amoleci no mesmo segundo. Não consegui permanecer brava. Me aproximei e toquei suas mãos.

Obsessive || Josh BeauchampOnde histórias criam vida. Descubra agora