A dívida

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S/n Smith

Quinta-feira 07h20 Uma semana depois...

Acordei sem ânimo algum para aparecer naquele inferno intitulado como escola. Já faz uma semana que tudo aconteceu e papai não disse nada para minha mãe.

Olho pela janela e vejo os carros passando, a rua estava ensolarada e as poucas árvores que haviam lá embaixo se moviam acompanhando o vento.

Caminhei até o banheiro e tomei um longo banho, daqueles capazes de acabar a água existente no mundo, na verdade, eu não queria sair dali e nem mesmo ir para a escola, mas era obrigada, se não minha mãe arrancaria meus cabelos.

Ao chegar na cozinha encontrei apenas Elena – a criada e minha pessoa favorita nesta casa – fazendo o café, ela esbanjou um sorriso radiante para mim e eu retribui beijando sua testa.

— Bom dia Elê – A chamei pelo apelido que dei a mesma.

— Ah por favor S/n – Me encarou — Esse apelido é ridículo

Sorri de lado e ela não se conteve e contraiu os lábios sorrido também deixando suas covinhas evidentes.

Elena trabalha aqui em casa desde que me entendo por gente e nunca deixou de ser uma pessoa amável, humilde e cuidadosa. As vezes queria que ela fosse minha vó.

— Cadê o povo dessa casa? – Estranhei por não ouvir nenhuma reclamação vindo de qualquer canto dessa casa por parte de minha mãe.

— Ela teve que sair – Elena disse — Coisas da empresa

— E papai?

— Este eu não vejo desde de ontem – Deu de ombros e eu assenti

(...)

09h56

A aula estava irritantemente entendiante e eu estava a ponto de subir pelas paredes. A professora explicava o conteúdo e eu apenas assentia, mas entender que era o ideal, não.

Graças a Deus, uma força muito boa. O sinal soou alto e eu saí feito um relâmpago daquela sala quente do caralho. Andei pelo corredor logo encontrando meu... Pai?!

Na porta da diretoria, assim que me avistou ele suspirou aliviado e veio em minha direção.

— Que bom filha, eu já iria mandar o diretor te chamar – Pousou a mão no meu ombro e eu o olhei com a testa franzida

— Pra quê pai?

— Precisamos resolver um negócio – Ele me puxou e eu não pude dizer nada, ele me impediu.

Entramos no carro e ele colocou o cinto, eu já estava puta por ele não falar porra nenhuma do que estava acontecendo.

— Oque está havendo? – Perguntei já furiosa.

— Quando chegarmos lá você vai saber – Acelerou o carro e eu me grudei no banco.

As ruas passavam bem rápidas pela janela, meu pai apertava o volante nervoso. Seus olhos dançavam entre a estrada e o relógio, parecendo estar atrasado.

Quando estacionou o carro, desembarquei e vi a fachada do lugar. Era a boate que vim naquela noite que vi papai...

Bom, achei estranho ele me trazer até aqui, afinal oque faríamos ali?

— Por que estamos aqui? – Perguntei para o homem a minha frente, mas fui ignorada.

— Apenas me siga S/n – Murmurou — Deixe seu interrogatório para mais tarde

Revirei os olhos e o segui, era só que me restava mesmo.

Todos ali trabalhavam limpando tudo. As dançarinas treinavam no poledance e os barmans giravam copos no ar, uma verdadeira arte.

Obsessive || Josh BeauchampOnde histórias criam vida. Descubra agora