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Segunda, 07:01...

Luana!

Deslizei o troco pelo meu bolso, saindo da padaria.

Eu cantarolava uma música baixinho, enquanto entrava em uma viela.

Suspirei ao dar de cara com a minha mãe largada no meio da viela, dormindo seminua no chão.

Luana: Mãe, acorda- me aproximei, encostando nela- vem, mãe. Vamo pra casa- observei seus olhos abrirem lentamente.

Giovanna: Quem mandou você me acordar, sua intrometida? Sai daqui- deu um tapa na minha mão, virando pro outro lado.

Ela fedia a maconha e álcool.

Luana: Vamos pra casa, mãe. O pai...- ela me deu um tapa forte no rosto, cortando minha fala.

Giovanna: Eu já te mandei ir embora- gritou.

Me levantei, engolindo o choro e saí o mais rápido possível dalí.

Rafaela: Eae Lu- passei a mão no rosto, enxugando uma única lágrima que escorria e sorri, me aproximando.

Ela é uma das minhas clientes no salão, uma das que eu mais simpatizo.

Luana: Oi, Rafa!- dei um beijo no seu rosto- cadê Maitê?- perguntei por sua filha, vendo que ela saía de casa sozinha.

Rafaela: Tá na escola- sorriu- aliás, você sabe de alguém que poderia olhar ela pra mim? Seria só hoje na parte da tarde! Eu tô indo trabalhar e a babá dela tá doente, não vai poder cuidar da minha filha hoje- mordeu o próprio lábio- eu pago oq for preciso, mas não posso faltar no trabalho hoje!

Luana: Se você não se importar que ela passe a tarde comigo no salão, eu não me importo de ficar com ela- sorri gentilmente.

A filha dela é um amor, não seria sacrifício nenhum fazer esse favor.

Rafaela: Sério? Muito obrigado- me abraçou- eu vou te mandar tudo direitinho por mensagem, viu? Mas é basicamente buscar ela na escola e dar comida! Agora eu preciso ir, tô atrasada pro trabalho- acenou, já começando a descer o morro- beijo!

Sorri, voltando a subir a favela.

Não demorei a entrar no meu salão, já que ele ficava na rua de cima da padaria.

Luana: Bom dia- coloquei as coisas do café em cima do balcão, dando um beijo na bochecha do meu avô.

João: Bom dia, minha neta!- sorriu pra mim- as meninas ainda não chegaram, você foi a primeira!

Balancei a cabeça, pensando se contava pra ele que encontrei minha mãe.

Por fim, resolvi não contar. Ele não precisava de mais uma decepção, e muito menos de mais um motivo pra se preocupar.

Luana: Comprei aquele pãozinho recheado que o senhor gosta- sorri, abrindo a sacola.
...

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