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DULCE

FIQUEI OLHANDO PARA o meu celular, me perguntando o que tinha acontecido.
Meu chefe acabou de me dizer para encontrá-lo no Four Seasons? Às nove da noite de sexta-feira?

E essa não foi nem a parte mais estranha.
Ele me chamou de Dulce.

Eu não tinha ideia do que estava acontecendo. Nunca tinha ido a um evento com ele antes. Ele sempre marcava com um de seus encontros ou ia sozinho. O que estava acontecendo para ele precisar de mim lá? E vestir algo sensual? Que diabos? O baile da Sociedade Filantrópica de Seattle requeria um traje de gala. Os homens estariam em smokings, e as mulheres em vestidos de noite formais. Eu não sabia se tinha um vestido que me colocaria para dentro da porta, muito menos um que fosse sensual.

Esta era realmente uma emergência.
Então, eu fiz a única coisa que consegui pensar: liguei para Anahi.

— Oi, querida — disse ela.
— Ai, graças a Deus você atendeu.
Está ocupada?
Eu tenho uma emergência e literalmente não tenho tempo.
— Fale comigo.
— Meu chefe precisa que eu vá a um evento de gala. O carro dele está vindo me buscar.
E ele disse para vestir algo sensual.
— Chego em um segundo.

Soltei um suspiro de alívio e entrei no banheiro para olhar no espelho o meu cabelo liso e rosto sem maquiagem. Eu não dei a ela muito com que trabalhar. Mas se alguém conseguia fazer isso, era Anahi. Mal tive tempo de contemplar por que o sr. Uckermann me colocou nesta posição, antes de Anahi bater na minha porta. Eu atendi, e ela entrou com uma bolsa pendurada no ombro e uma pilha de roupas nos braços. Ela foi direto para o meu quarto e jogou tudo na cama.

— Muito obrigada por ter vindo — disse.
— Estou muito perdida nesse momento.
Você estava ocupada?
— Max estava lá, mas disse a ele que precisava sair. — Ai, Deus, eu sinto muito.
Ela acenou com a mão.
— Não sinta, está tudo bem.
Quanto tempo você tem?
— Eu não sei, talvez dez ou quinze minutos?
Ela revirou os olhos.
— Puta merda.
Ok, vamos lá.
Tira tudo.

Tirei minha camiseta e leggings enquanto ela procurava na minha gaveta de calcinhas, resmungando coisas como algodão sem graça e não tem nada decente.
Ela escolheu um sutiã sem alças e uma calcinha preta. Eu os vesti enquanto ela começava a segurar os vestidos.

— Não — disse ela, jogando um de lado.
— Não.
Também não.
Não.
— Ela jogou outro no chão e pegou um longo vestido vermelho, que brilhou na luz.
— Ah, este aqui.
Pode ser esse.
— Vermelho?
Não sei.
— Você está brincando?
Você vai arrasar nele.
Coloque.

Ela me ajudou a vesti-lo e fechou o zíper nas costas. Eu parei na frente do meu espelho de corpo inteiro e me encolhi. Era sem alças e tão justo que me sentia nua. A parte inferior da saia se alargava apenas o suficiente para dar um toque de silhueta de sereia, e a fenda na perna era a única maneira que eu seria capaz de andar nesta coisa. Eu o alisei, passando minhas mãos da minha cintura até meus quadris.

— Não diga uma única palavra. — Ela parecia um pouco sem fôlego.
— Eu nunca vou usá-lo novamente, porque fica magnífico em você.
Mas tem que tirar a calcinha.
— Perdão, o quê?
— Você vai ter que ir sem nada para não ficar aparecendo.
— Mas...
— Não, não há tempo. — Ela levantou o vestido e puxou minha calcinha para baixo antes que eu pudesse dizer outra palavra.

Arrumei o vestido, alisando-o nas costas, mas me senti ainda mais nua do que antes. Ela jogou uma toalha em volta dos meus ombros, empurrou-me para a beira da cama e atacou meu rosto com maquiagem. Dez minutos depois, eu estava olhando para uma estranha no espelho.

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