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DULCE

O CARRO PAROU NO MEIO-FIO, em uma rua secundária no centro da cidade. Christopher disse que iria me encontrar, então eu peguei um Uber em vez de dirigir. Olhei pela janela novamente.
Uma luz fraca iluminava uma placa que dizia O Escritório, sobre uma porta discreta.
Um casal saiu, o braço do cara apoiado sobre os ombros da garota.

— Acho que é aqui — disse, mas não havia nenhuma confiança em minha voz.
Este lugar parecia um barzinho.

Por que Christopher me pediu para encontrá-lo aqui? Eu saí e coloquei meu celular de volta na minha pequena bolsa.
Ele não me disse o que faríamos, então eu não sabia o que vestir. Optei por uma camisa azul e saia preta com saltos altos. Meu cabelo estava solto, e o afofei um pouco antes de entrar. A música de rock ao vivo preenchia o bar. Era definitivamente um barzinho.

As paredes de concreto eram forradas com recortes de jornais e pôsteres de bandas. Lâmpadas expostas no teto lançavam uma luz fraca, e o chão estava pegajoso. Minha barriga deu um pequeno aperto, porque eu estava muito nervosa para ver Christopher. Aquele beijo.
Eu me surpreendi quando peguei sua camisa e o beijei. Mas nada poderia ter me preparado para a maneira como ele reagiu. Ele me beijou também, me deixando sem fôlego.
E agora?
Eu não tinha certeza do que isso significava. Tudo no hospital foi tão intenso. Deveríamos estar fingindo, mas as coisas estavam ficando muito reais. Presumi que ele me pedira para encontrá-lo porque queria conversar. Mas aqui? Estava lotado e barulhento, e não era o tipo de lugar que eu pensei que Christopher frequentasse. Eu não o vi em lugar nenhum – o que era estranho, porque ele se destacaria como um elefante neste lugar. Estava lotado – surpreendente em uma noite de segunda-feira – e estava claro que as pessoas estavam aqui por causa da música. Alguns se sentaram no bar ou nas mesinhas, mas o resto se amontoava perto do palco. Era uma mistura eclética de pessoas. Homens com tatuagens e piercings. Garotas com cabelos coloridos e batom vermelho. Roqueiros com cabelo comprido e vestindo couro.
Um grupo de caras em camisas sociais, as mangas arregaçadas. Eles pareciam mais com Christopher, mas mesmo eles pareciam muito casuais. Havia pessoas mais velhas, casais jovens e tudo mais. Embora fosse diferente da maioria dos lugares que minhas amigas e eu íamos, eu gostei.
Mandei uma mensagem para Christopher, para que ele soubesse que eu estava aqui, então vaguei pela multidão em direção ao palco, observando o lugar, procurando por ele. A música era boa. Muito boa.

Fiquei um pouco hipnotizada pela melodia. O cantor tinha uma ótima voz, mas era mais do que isso. A banda tinha uma energia que me atraiu. Não admira que este lugar esteja tão lotado em uma noite da semana. A bateria tinha o nome da banda – Incognito.

O baterista tocava com o suor brilhando em sua testa. Um guitarrista cantava em um microfone ao lado da vocalista. O baixista estava na parte de trás do palco, onde a luz estava fraca. Meus olhos quase passaram por ele – onde diabos estava o Christopher? – quando eu dei uma segunda olhada.

Ai meu Deus.

O baixista parecia exatamente com o Christopher. Puta merda.
Era o Christopher.

Eu mal o reconheci, com seu cabelo desgrenhado e camiseta preta simples e jeans. Ele tocava um baixo vermelho escuro, seus dedos ocupados dedilhando, sua cabeça balançando levemente com a batida da música. Ele parecia perdido na música, mal prestando atenção na multidão. Eu tinha visto Christopher Uckermann parecendo um homem de negócios, rico e gostoso, em um smoking de grife ou em um terno perfeitamente ajustado. Eu o tinha visto no final de um longo dia com as mangas de sua camisa de botão arregaçadas até os cotovelos. Eu até o tinha visto em roupas de academia, depois de um treino, e esfregando os olhos de sono na cozinha no início da manhã, enquanto esperava por seu café.

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