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CHRISTOPHER

MEU FOCO MUDOU assim que cheguei à sala de conferências – do trabalho para Dulce. Eu estava lendo um e-mail do meu CFO, mas assim que ouvi sua voz, parei do lado de fora da porta. Aquela voz doce me fez sentir como se estivesse desmoronando. De repente, tudo que eu conseguia pensar era no gosto de seus lábios, a sensação de sua pele, a pressão de suas unhas nas minhas costas.
Ninguém suspeitaria do que a garota com o sorriso ensolarado era capaz de fazer no quarto. Eu ainda tinha suas marcas de mordida no meu peito.
Eu era um viciado, e ela era minha traficante secreta. Nunca fui indulgente com uma mulher da maneira que era com ela. Ela me mordia, me arranhava, e eu amava. Eu não conseguia o suficiente dela.
Meu corpo ansiava pela poderosa estimulação sensorial. Não era dor para mim, mas sim intensidade bruta. Cada mordida e arranhão cortava minha paralisia emocional e me fazia sentir. Trabalhei muito para manter minha vida pessoal longe dos olhos do público. O fato de que o esquivo magnata dos negócios, Christopher Uckermann, tinha uma queda por dor no quarto se espalharia como um incêndio nas colunas de fofoca, se algum dia vazasse. Até Dulce, eu nunca confiei essa informação a nenhuma mulher. Não gostava de confiar muito nas pessoas, pois me deixava vulnerável. Mas eu confiava nela em tudo. Seu tom trouxe minha atenção de volta à realidade. Havia uma nitidez em sua voz. Teríamos uma reunião em cerca de dez minutos, mas ela estava falando com alguém na sala de conferências. Parecia Damian Fillsburg, chefe de vendas.

— O sr. Uckermann precisa desses números até segunda-feira.
— Para quando?
— Damian parecia distraído, como se ele estivesse apenas ouvindo pela metade.
— Estou bem aqui, Damian — disse ela.
— Tenho certeza de que você me ouviu dizer segunda.
Exatamente como no e-mail que enviei.

Espiei pela porta parcialmente aberta.
Damian estava na frente dela, os olhos em seu celular. Ela estava com os braços cruzados em torno de uma pilha de pastas azuis. Eu praticamente podia sentir a irritação vindo dela. Não que eu a culpasse. Damian era bastante novo, e sua arrogância já estava me irritando. Ele ergueu os olhos como se só naquele momento tivesse percebido que ela estava ali.

— Você pode simplesmente falsificar algo para mim, certo? Me fazendo parecer bem para o chefe?
Dulce apertou os lábios enquanto balançava a cabeça. — Não, eu não posso falsificar algo para você.
— Dulce, me dê uma ajudinha — disse ele, inclinando a cabeça.
Ele deu um passo para mais perto dela.
— Que tal isso?
Venha jantar comigo na sexta e podemos trabalhar juntos.

Um pulso de raiva passou por mim.
Como ele ousa paquerar minha mulher?
Eu estava prestes a intervir e demitir o filho da puta, mas Dulce não se perturbou. Ela estalou a língua.

— Lamento ouvir isso, Damian.
— Lamenta ouvir o quê?
— Que Autumn terminou com você.
Autumn era o nome da sua namorada, certo?
Aquela com lindos cabelos loiros, que usou um vestido de verão no piquenique da empresa?
Na verdade, você não a pediu em casamento alguns meses atrás? É uma pena que acabou.
— Espere, o quê?
Não.
Quero dizer, Autumn é o nome dela, mas nós não...
Do que você está falando?
— Bem, você acabou de inadequadamente me convidar para jantar, o que eu presumo que signifique que você e Autumn terminaram. Ou eu entendi errado o que você estava perguntando?
— Não, eu não quis dizer... — Damian se atrapalhou com as palavras.
— Nós não terminamos.
— Ah, entendo — disse Dulce.
— Então você não estava me convidando para jantar, porque é claro que você não trairia sua linda noiva.
— Não, claro que não.
— Então você também não me pediu para falsificar dados nos relatórios de vendas, não é?
Eu devo ter entendido isso errado também.
Ele a encarou, boquiaberto, por alguns segundos.
— Certo, não.
Eu não pediria a você para fazer isso.
— Eu achei que não — disse ela com um sorriso amigável.
— Então, que tal você ter esses relatórios para mim até sexta, em vez de segunda, apenas para que eu possa ter certeza de que tudo está correto e pronto a tempo?
— Ah, sim, sexta. — Ele se endireitou, exibindo um sorriso falso, como se pudesse recuperar sua dignidade.
— Os relatórios das vendas estarão na sua caixa de entrada.
— Excelente.
Obrigada, Damian — disse ela.

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