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DULCE

UMA MENSAGEM DO Christopher apareceu na parte inferior da minha tela. Olhei ao redor, como se eu precisasse ter cuidado com quem estivesse me observando. O que era ridículo, pois ninguém estava prestando atenção na tela do meu computador. E ele me mandava mensagens o tempo todo.
Eu era sua assistente, as coisas funcionavam desse jeito. Mas, por alguma razão, aquela notificação, quase na minha hora de ir embora, parecia ameaçadora. E não no sentido de que eu estava com medo de que ele fosse despejar um monte de trabalho e eu tivesse que ficar até tarde, ou então trabalhar no sábado. Mas porque eu achava que não se tratava de trabalho.

Era sexta-feira e tínhamos conseguido superar nossa primeira semana como chefe e assistente durante o dia, namorado e namorada falsos à noite. As coisas no trabalho estavam mais ou menos normais. Claro, houve a parte em que ele disse "bom dia" quando passou pela minha mesa e, às vezes, me agradeceu pelas coisas. Mas, fora isso, normal. Com exceção de dormir na mesma cama – o que ficava mais fácil a cada noite – fingir um relacionamento era moleza.

Christopher trabalhava muito até tarde, e quando estava em casa, ficava no escritório. Eu decidi que a melhor coisa a fazer para garantir que seu pai e Natália acreditassem no nosso joguinho era me sentir em casa. Então usufruí de sua bela cozinha gourmet e preparei algumas refeições; deitei no meu puff para ler; fiz ioga na sala de estar; coloquei minha coleção de canecas no armário e até sentei na varanda com uma taça de vinho depois do jantar, ontem à noite. Richard era legal e parecia estar se esforçando ao máximo para ser discreto. Ele era amigável, mas costumava se manter reservado quando Christopher estava em casa.
Natália não era agradável, ela me fuzilava com o olhar sempre que me via, mas não estava por perto o suficiente para tornar as coisas terrivelmente desconfortáveis.
Ainda.

Com outro olhar rápido para Steve, para me certificar de que ele não suspeitava de nada – eu realmente não queria que ele descobrisse – cliquei na notificação.

Christopher: Jantar esta noite, às sete.

Verifiquei sua agenda, mas não vi nada.
Eu não me lembrava de ele mencionar um jantar. Estranho.
Do que ele estava falando?

Eu: Você não tem nada em seu calendário hoje à noite.
Precisa que eu adicione algo?

Christopher: Não, eu fiz as reservas para às sete.

Ai meu deus, ele pediu que eu fizesse uma reserva para o jantar e eu esqueci?
Eu nunca esquecia as coisas, nem mesmo o menor detalhe.
Essa era uma das razões pelas quais eu era tão boa no meu trabalho.

Eu: Você me pediu e eu esqueci?
Você poderia ter me lembrado.
Eu: Mas não me lembro de você pedir.
Eu: Estou ficando louca?
Christopher: Venha aqui.

Minimizei nossa conversa e entrei em seu escritório. Sua testa franziu quando ele olhou para mim.

— Me desculpe se esqueci algo.
Acho que estive um pouco distraída esta semana...
— Dulce.
Fechei a boca e pressionei meus lábios.
— Fiz reservas para nós jantarmos.
— Jantar?
— Sim, jantar.
A refeição que geralmente acontece após o trabalho. E, às vezes, as pessoas jantam juntas.
Em um restaurante.

Ai meu Deus, ele estava me provocando?
Minha boca se curvou em um pequeno sorriso.

— Christopher, você está fazendo uma piada?
Ele suspirou e desviou o olhar, como se estivesse irritado, mas pude ver a sugestão de um sorriso em seu rosto.
— Achei que devíamos jantar juntos.
— Ah — disse, me sentindo uma idiota.
— Certo, como um encontro.
Porque nós somos... entendi.
— Sim.
Cruzei os braços.
— Você não deveria me perguntar?
— O quê?
— Se eu gostaria de jantar com você.
Sua mandíbula tensionou.
— Você quer que eu pergunte a você?
Nós deveríamos estar...
— Namorando.
— E morando juntos.
— Bem, eu sei, mas como você sabia que eu estaria livre para o jantar?
— Porque você está namorando comigo.
Por que sua ênfase na palavra comigo era tão absurdamente sensual?
— Namorando com você de mentira.
Eu poderia ter feito planos.

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