DULCE
CHRISTOPHER TINHA RAZÃO. Richard gostava muito de planejar festas. Ele sentou-se à mesa de jantar com seu notebook e uma bagunça de recortes de revistas, post-its, listas e cardápios espalhados. Ele passou as últimas semanas imerso nessa festa, e parecia muito feliz. Hoje, ele cantarolava para si mesmo, anotando coisas, segurando amostras, e tinha uma nova ideia atrás da outra. Natália estava sentada em frente a ele, puta da vida.
Ele a convidou para jantar, e eu me perguntava se ela sabia que ele queria jantar enquanto planejava a festa de noivado do Christopher e da Dulce.
O prato de comida estava praticamente intocado na frente dela. Eu tinha certeza de que a refeição dela consistiria principalmente de vodca esta noite. Eu estava na cozinha, fingindo estar ocupada com algo, dando olhares para eles. Era difícil não rir em voz alta.Richard, parecendo superfeliz, pedindo sua opinião sobre convites ou declarando que eu tenho as melhores ideias pela décima vez. Natália, de braços e pernas cruzados, olhando para a confusão que era todo o planejamento de festa do Richard. Como ele não tinha percebido o beicinho dela, eu não sei. Mas Richard tinha a tendência de ver o que queria ver, na maioria das vezes. Christopher achava que sua sensibilidade era sua fraqueza, mas eu discordava. Era seu otimismo desenfreado que parecia ser seu maior problema. Ele via o melhor em todos e em tudo, mesmo quando não existia. Talvez eu tenha reconhecido isso porque compartilhava essa propensão. Provavelmente foi por esse motivo que estive em tantos encontros ruins. Eu sempre tento ver o melhor nas pessoas, e às vezes isso me mete em problemas também. Era por isso que eu gostava tanto do Richard. Eu o entendia. Eu tinha decidido que precisava de alguma representação nesta festa, se fosse parecer autêntica. E Richard me perguntava, todos os dias, se eu já tinha convidado minha família. Meus pais não eram uma opção. Eles eram pessoas que agiam de forma convencional. Pessoas que costumavam seguir as regras. Não concordariam com o falso noivado da filha. E tentar convencê-los de que eu estava noiva do Christopher era uma ideia ainda pior. Eu era criticada sobre estar solteira a cada vez que eu falava com meus pais.
Eu tinha cometido o pecado mortal de fazer trinta anos sem uma aliança no dedo. Se eu dissesse a eles que estava noiva – e nada menos que do meu chefe – e depois tivesse que dar a notícia de que o noivado tinha terminado? Eu seria o fracasso completo. À beira de conquistar a tão cobiçada designação de sra. só para perdê-la antes que pudesse fechar o negócio. Não, meus pais poderiam ficar felizes lá na Flórida, julgando minha solteirice de longe. Tentei igAnahir a voz na minha cabeça que sussurrava sugestões suaves sobre o noivado não terminar. Sobre essa farsa se transformar em um noivado de verdade, algum dia. Desacelere, Dulce. O peso deste anel está mexendo com sua cabeça. Eu precisava ligar para Claudia e perguntar se ela viria. Eu sabia que ela me apoiaria, mas ia ser difícil de explicar.
E precisava dizer a ela que eu não poderia mais pedir ao Christopher para ser seu doador. No que me dizia respeito, eu estar dormindo com Christopher foi o fator decisivo quando se tratava do assunto de doar seus espermatozoides. Havia uma regra não escrita, eu tinha certeza disso. Você não poderia pedir a um homem que tinha seu pênis dentro da sua irmã para ser seu doador de esperma. Parecia errado. Mas eu não queria dizer a ela que estava dormindo com ele. Só a faria se preocupar comigo, e eu não precisava da palestra sobre as consequências potenciais de se envolver em uma relação sexual com meu chefe.Eu amava a minha irmã, mas ela era intensamente prática. Ia ser difícil explicar que passei o último mês fingindo ser a noiva dele. Mas as garotas?
Elas eram fáceis.
Sabia que Anahi e Maite me apoiariam.
Sempre apoiavam.Então enviei uma mensagem no grupo.
Eu: Preciso que vocês duas venham à minha festa de noivado falso e finjam que é real.
Daqui a duas semanas, a partir do sábado.
Vocês receberão um convite pelo correio, mas anotem a data, ok?
Maite: Estou tão feliz pelo seu convite.
Vai ser uma experiência social fascinante.
Maite: Você se importa se eu conduzir algumas entrevistas informais com convidados?
Não para pesquisa oficial, só para minha própria análise.
Anahi: Olhe para você, fazendo o coração amante da ciência da Maite feliz.
Eu: Claro, Maite.
Só não estrague meu disfarce.
Maite: Claro que não.
Vou me comportar como se fosse um experimento às cegas.
Anahi: O que você vai vestir?
E quantos homens solteiros estarão lá?
Eu: Não sei ainda.
Não tenho certeza.
Anahi: Eu irei de qualquer maneira, mas adicione mais homens solteiros à lista de convidados, se puder. Gostosos.
Anahi: Você precisa que eu te ajude com as roupas? Anahi: Ah! Já tenho ideias.
O que você acha de vermelho e branco?
Ou talvez misturar uma estampa animal?
Eu: Vermelho, sim.
Estampa animal, não.
Anahi: Talvez eu use uma estampa animal.
Eu: A festa tem um tema.
Vai ser no estilo dos anos 20.
Ideia do Richard.
Anahi: Ai meu Deus.
Anahi: Você está falando sério?
Maite: Nossas roupas têm que refletir o tema?
Eu: Não é obrigatório, mas podem, se quiser.
Anahi: Ai meu Deus.
Eu: Você já disse isso.
Maite: Anahi, vou precisar da sua ajuda também.
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PERFECT PROPOSAL - Vondy (Adaptação)
RomanceDulce Saviñón é um desastre amoroso ambulante, não consegue nem passar do primeiro encontro. Mas no trabalho, ela é maravilhosa. É a assistente do bilionário Christopher Uckermann que conseguiu permanecer mais tempo no cargo. Seus colegas se pergunt...