29.

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CHRISTOPHER

DULCE TOSSIU A NOITE toda. Quando me levantei para tomar banho e me preparar para sair, ela resmungou algo sobre não chegar atrasada. Mas quando saí do banheiro, ela ainda estava na cama. Sentei-me na beira da cama e acariciei suas costas.

— Como está se sentindo?
— Estou bem — resmungou ela.
— Você não está bem.
Está doente.

Como se seu corpo quisesse provar que eu estava certo, ela se encolheu com um ataque de tosse.

— É apenas uma alergia.
— Você tem alergias?
— Não, mas eu nunca fico doente.

Continuei esfregando suas costas.
Pareceu ajudar a relaxá-la.

— Mesmo assim, você vai ficar em casa hoje.
Ela gemeu e se virou para mim.
— Eu não posso ficar em casa.
Nunca tirei um dia de folga.
— Pode, sim.
Não há nada no trabalho que seja mais importante do que você melhorar.

Colocando as mãos sob a bochecha, ela me deu um sorriso fraco. Mesmo com os olhos avermelhados e sem cor nas bochechas, ela era adorável.

— Tudo bem, vou ficar aqui por enquanto.
Mas se eu me sentir melhor esta tarde, vou...

Toquei em seus lábios com meu dedo.

— Não.
Você não tem permissão para sair da cama hoje, exceto para necessidades físicas ou para comer.
Caso contrário, quero você aqui.
— Eu gosto quando você é mandão.
Você deveria me manter na cama o dia todo com mais frequência.
Um dia na cama com Dulce parecia o paraíso.
— Faremos isso quando você não estiver tossindo e quase colocando o pulmão para fora.
— É justo.
Ligue se precisar de alguma coisa.
Não, Dulce.
Não vou ligar para falar de trabalho com você hoje.
— Não se preocupe.
Não pense no trabalho, apenas descanse.
Ela acenou com a cabeça, e eu beijei sua testa.

Antes de entrar no escritório, trouxe o café da manhã, um grande copo de água e uma caixa de lenços de papel. Peguei o Kindle dela e algumas revistas que ela havia deixado na outra sala, e me certifiquei de que ela estava com o controle remoto da TV.
Gostaria de poder ficar aqui com ela, mas tinha reuniões que não podia perder. Encontrei com meu pai na cozinha quando estava saindo.

— Bom dia.
Olha, Dulce está doente.
Mantenha distância, você não pode se dar ao luxo de ficar doente agora. Seu sistema imunológico já está comprometido.
— Ela está bem?
— Acho que sim.
É só uma tosse.
Ela estava quente ontem à noite, mas não acho que esteja com febre.
Vou ver como ela está mais tarde e tentarei chegar em casa mais cedo.
— Tudo bem.
Obrigado, filho.
— E, pai, não tive a chance de falar com ela sobre Natália.
— Vou deixar isso para você — ele disse.
— Posso fazer alguma coisa para ajudar?
Comprar sopa para ela ou algo assim?
— Talvez você possa levar o almoço para ela mais tarde, mas não chegue muito perto e não a deixe tossir em você.
Não toque em nada.
— Já entendi.
Vou tomar cuidado.
— Obrigado.

Eu ainda não gostava da ideia de deixá-la aqui e estava preocupado com o fato de meu pai ficar doente. Seus tratamentos de radiação haviam terminado e ele estava bem. Mas um pequeno vírus poderia ser muito perigoso para ele naquele momento. Eu teria que chamar a faxineira e pedir uma faxina extra para desinfetar tudo. No trabalho, estive ocupado o suficiente para manter minha mente longe de Dulce durante a maior parte do dia. Mandei mensagens para ela algumas vezes, entre reuniões e chamadas de conferência. Ela me garantiu que estava bem e que não precisava de nada, mas eu ainda estava ansioso para voltar para casa, para ela.
Passei por sua mesa vazia, sentindo a sua falta. O que era tão estranho. Eu a tinha visto esta manhã.
Ela estaria lá quando eu fosse para casa esta noite. Mas não era o fato de que ela estava doente em casa hoje que estava me incomodando. Estávamos em uma encruzilhada. Nossa razão de vivermos juntos se foi. Natália estava fora do cenário. E as chances eram de que Dulce não trabalharia para mim por muito mais tempo. Não fiquei nem um pouco surpreso que outra pessoa a estivesse recrutando, porque ela é incrível. Cameron Whitbury seria louca se não a contratasse.
E se não fosse Cameron, seria outra pessoa.
Entrei em meu escritório e fechei a porta. Sentei e esfreguei meu queixo. As palavras do meu pai continuavam ecoando na minha cabeça.
Você está apaixonado por aquela garota. Eu estava? Eu tinha me apaixonado pela Dulce? O problema era que eu nunca tinha me apaixonado antes. Como eu sabia se estava apaixonado? Peguei meu telefone e liguei para Ethan.

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