PERFECT PROPOSAL - Vondy (Adaptação)

22.

CHRISTOPHER

INCLINANDO O QUADRIL contra o balcão da cozinha, tomei um gole do meu uísque enquanto olhava para Dulce. Ela estava sentada naquele puff amarelo feio, lendo um livro, com uma taça de vinho quase vazia em seu joelho. Vestida com uma camisa rosa e um short azul claro que mostrava as pernas, ela era uma explosão de cor na minha sala de estar.
Não apenas na sala. Na minha vida.

Eu não ia tocar no bar esta noite, então normalmente eu teria servido meu uísque e ido direto para o escritório. Em vez disso, me demorei observando-a, meus olhos percorrendo sua pele. Seu cabelo sedoso. Pensando em todas as maneiras que eu queria transar com ela esta noite. Como se pudesse sentir meus olhos sobre ela, Dulce olhou para cima.
A pitada de timidez em seu rosto me deixou louco.
Ela sorriu, mordiscando o lábio inferior, e ficou em pé.

— Oi — disse ela enquanto entrava na cozinha.

Ela terminou o último gole de seu vinho e colocou a taça perto da pia.

Eu olhei para ela de cima a baixo, sem me preocupar em esconder o calor em meu olhar.

— Oi.

Ela era magnética, sua atração irresistível.
Eu diminuí a distância entre nós, deslizando a mão em volta da sua cintura.
Inclinei-me para roçar meus lábios nos dela.

— Chris...
Oh, desculpe.
Eu não queria interromper.

Eu recuei e me virei para meu pai.

— Você precisa de algo?
— Na verdade, eu preciso.
Estou feliz que vocês dois estejam aqui.
Precisamos conversar sobre os detalhes de sua festa de noivado.
— Não precisamos de uma festa de noivado.
— Claro que precisam — disse ele, como se a ideia o chocasse.
— Não se preocupe, vamos manter muito em privado. Sem anúncios públicos e sem imprensa.
Na verdade, manter em segredo aumentará o apelo. Talvez possamos usar isso no tema.
— Tema? — perguntou Dulce, sua voz divertida.
— Estou pensando nos Anos 20.
Algo bem O Grande Gatsby, com brilho e glamour. Jazz ao vivo.
O que você acha?
— Pai, O Grande Gatsby é uma tragédia.
— Verdade, mas eu me refiro ao estilo, ao invés do significado.
E eu sei que todas as coisas do Gatsby estavam na moda um tempo atrás, mas realmente, o estilo é atemporal.

Eu não queria que meu pai – ou qualquer pessoa – nos desse uma festa de noivado.
Não tinha nada a ver com o fato do noivado ser falso. Mesmo se Dulce e eu estivéssemos planejando um casamento de verdade, eu teria vetado uma festa.

— Parece incrível — disse Dulce.

Meus olhos dispararam para ela.
Ela não podia estar do lado dele.
Ela olhou diretamente para mim, um sorriso brincalhão em seus lábios.

— Vamos, Chris.
É só uma festinha.
— Exatamente — disse papai.
— E isto é importante.
Precisamos celebrar.
Apenas uma reunião íntima, nada muito extravagante. Já falei com seu irmão.
Ele e Grant estão ansiosos.
Dulce piscou.
— Está vendo?
Ethan e Grant estão animados.

A pequena megera estava abusando da sorte.
Eu simplesmente teria que fazer o mesmo.

— Bem, teremos que convidar seus pais e irmã, Dulce. Seu sorriso desapareceu, e ela começou a mexer no cabelo.
— Certo. Bem, meus pais moram na Flórida.
Devem estar ocupados e viajam muito.
Não tenho certeza se conseguiriam vir.
— Mas sua irmã... — disse, gostando do jeito que ela estava tentando não se contorcer.
—, ela mora aqui na cidade, não é?
A cor desapareceu do rosto dela.
— Mal posso esperar para conhecê-la — disse papai. — Pensa só nisso: as duas famílias, juntas em um só lugar.
— Eu vou, hum... — Ela se atrapalhou com suas palavras. — Vou ter que verificar o calendário.
— Ótimo — disse papai.
— Vou levar Natália para um almoço beneficente amanhã.
Começaremos a trabalhar nos detalhes.
Vocês não terão que levantar um dedo.
Eu tive que me impedir de gemer com a menção de Natália.
— E só para você saber, as coisas estão melhorando — disse papai. — O mercado está virando a meu favor e tenho alguns grandes negócios em andamento que me tirarão do vermelho.
Direto para o azul, se tudo correr de acordo com o plano.
— Pai... Ele ergueu a mão.
— Nada muito arriscado.
Eu aprendi a lição.
Mas você não terá o querido pai como companheiro de quarto por muito mais tempo.