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DULCE

EU JÁ SABIA que Sophie era perfeita. Christopher e eu entrevistamos vários outros candidatos, mas desde o momento em que Sophie entrou na sala, eu soube. Por quê? O fato de ela não ter recuado quando Christopher a encarou – como um robô assustador que não piscava – enquanto ela se apresentava, dizia muito. Entrevistamos um cara esta manhã que murchou tão rápido sob o olhar do Christopher, que nem tínhamos chegado às perguntas antes que ele pedisse licença. Suas mãos tremiam tanto que ele mal conseguiu abrir a porta. E não voltou.
Eu quase disse a Christopher para pegar leve, pois ele estava assustando os bons candidatos. Mas pensei melhor. Quem contratássemos teria que enfrentar aqueles olhos castanhos frios regularmente. Se eles não tivessem coragem de encará-lo em uma entrevista, nunca durariam como seus assistentes. Sophie estava se mantendo firme. Seus cachos loiros escuros estavam presos em um lindo coque, e ela usava um vestido azul de bom gosto com um cardigã bege que ficava ótimo em seu corpo curvilíneo.
Ela sorriu e ajustou rapidamente os óculos.

— Acho que essas são todas as perguntas que temos para você — disse.
— Christopher, você tem mais alguma?
— Não. — Ele empurrou seu currículo para mim, pegou o celular e começou a verificar suas mensagens.

Resisti à vontade de revirar os olhos. Mas Sophie não parecia perturbada.
Ela me lembrava um pouco de... bem, de mim.
Tive a sensação de que ela era o tipo de garota que as pessoas subestimavam, por ter essa aparência doce. Eu também tinha a sensação de que ela seria a única que seria capaz de lidar com Christopher Uckermann. Estar comigo não mudou quem ele era. Ele ainda era estoico e sério e ainda parecia frio e insensível, especialmente no trabalho.
Muitas pessoas não viam o Christopher vulnerável.
O cara que tocava baixo, cujos raros sorrisos deixavam meus joelhos bambas, e que adorava quando eu deixava marcas de mordidas em seu peito. Ele tinha quatro agora. Eu as contei esta manhã enquanto as beijava.

— Obrigada por ter vindo.
— Eu me levantei e apertei a mão de Sophie. — Entraremos em contato em breve.
— Obrigada pelo seu tempo, srta. Saviñón — disse ela.
— Sr. Uckermann.

Os olhos de Christopher se voltaram para ela, mas ele não respondeu. Apenas deu a ela o mais ínfimo dos acenos, então voltou para suas mensagens. Sophie se virou para sair, e a porta se abriu, acertando-a bem na cabeça. Ela tropeçou para trás, segurando a testa. Christopher se levantou, e eu agarrei seus ombros para segurá-la.

— Desculpa. — Era Nina, a recepcionista.
— Eu pensei que você estava entrevistando no escritório do sr. Uckermann.
Eu não sabia que alguém estava aqui. Você está bem? — Sim, estou bem — Sophie disse, e eu podia ouvir o desânimo em sua voz enquanto ela esfregava a testa. — Provavelmente, é minha culpa.
— Não, a culpa com certeza é minha.
— Nina pareceu perceber que Christopher ainda estava aqui.
Seus olhos pousaram nele, e ela empalideceu.
— Eu tenho que voltar.
Vou encontrar outra sala de conferências para a equipe de marketing.
Nina saiu correndo.

Eu ainda estava com minhas mãos nos ombros da Sophie e a senti respirar fundo e endireitar as costas.

— Tem certeza de que está bem? — perguntei.
— Sim. — Ela deu um passo e se virou.
— Eu vou ficar bem.
Obrigada novamente pelo seu tempo.

Inclinei-me um pouco para mais perto dela e baixei minha voz para um sussurro.

— Não se preocupe.
Isso não estragou tudo.
Ela me deu um sorriso brilhante.
— Obrigada.
— Entraremos em contato.

Sophie saiu, e eu juntei os currículos que havíamos coletado.

— Essa foi a última.
O que você acha?
— Vamos contratar a Sophie.

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