TRIGÉSIMO NONO

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{ — DAVID HARRIS — }

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{ — DAVID HARRIS — }

Todos sabem que ela está indo embora.

Sim, são só seis meses, mas isso pode se transformar em 12 e talvez 24 meses. A este ponto, eu não duvido de nada.

Jay apoia a decisão de Zia, todos apoiaram, na verdade. É uma chance que definitivamente não se tem duas vezes, mas eu realmente acho estranho ela ter que ir antes com uma pequena parcela da equipe.

Não faz sentido Agnes ficar aqui e a minha garota ir, nem que seja a melhor assistente de todas. O que ela precisa ficar fazendo na cidade para ir só depois?
Faltava um dia para Zia viajar, estou na empresa trabalhando apenas meio período e logo depois eu iria para casa me enterrar nela, agarrando cada resquício da sua pele e gosto na memória.

Compramos algumas roupas no shopping ontem e deixamos sua mala pronta, no meio disso, eu a distraí com beijos o máximo que consegui, no fundo do meu subconsciente, estou sofrendo mais do que o normal com a partida.

Estou rindo por fora e apoiando em tudo o que ela possa precisar, mas estou desmoronando a cada dia que passa, eu não consigo dizer que me apaixonei por ela... simplesmente não consigo, parece que vou atrapalhar uma decisão importante e tirar isso dela, não devia pensar assim, mas é como me sinto.

Não que ela fosse largar tudo se eu dissesse o que sentia, certo?
Sinceramente, não sei.

Suspiro alto.

Ela é adulta, quer buscar sua independência e construir seu nome, mesmo que tenha vindo para Nova York apenas para afrontar o pai, ela sentiu na pele sua responsabilidades, experimentou coisas que ninguém poderia tirar dela é isso se tornou todo o ponto dela estar aqui.

Suspiro, novamente.

Meu coração, que nunca bateu por ninguém, se remexe no peito ao lembrar de que ela está indo embora. A ficha não parece cair para mim ainda, não parece me fazer perceber que chegarei em casa pela noite e ela não estará lá me esperando com dois pratos na mesa, seu abajur que foi um presente, também não estará lá, seu cheiro... suas roupas...porra, ela não estará lá.

A cada minuto que passa, estou tentando aceitar isso.

Mesmo que meu instinto grite para eu fazer ao contrário. Homens não são conhecidos pela sua intuição, mas a minha existe, e ela está mandando eu confortar Agnes novamente.

Sei que há algo errado.

Olho para a minha gaveta vendo uma cópia da carta que eu havia escrito para Zia, coloquei na sua bolsa ontem pela madrugada na intenção que ela lesse no avião. Eu sabia que na partida, não poderia haver volta, e mesmo com palavras minhas ali na carta, ela não poderia voltar tão facilmente.

Jogo os papéis da Center Tech na mesa e esfrego os dedos no rosto, apoio a cabeça no encosto e olho para o teto por alguns segundos.

"Confronte-a"

Na Sua Porta Onde histórias criam vida. Descubra agora