DEZENOVE

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{ — ZIA FORD — }

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{ — ZIA FORD — }

Eu estou confusa.

Quer dizer, David está me deixando confusa.

Passamos a semana inteira nos provocando como sempre, mas dessa vez, com uma empatia a mais, como se estivéssemos realmente nos divertindo, e não só para ter o prazer de magoar o outro.

Desde a cena do banheiro, ele não voltou a falar da mãe, e age como se ela de fato, não existisse. Mas acredito que se vê-la novamente, terá uma reação grande daquelas.

Como se seu cérebro apagasse a informação da progenitora, mas assim que faz contato visual, tudo volta com força.

David é extremamente magoado pelas coisas que a mulher disse, não sei muito, e mal consigo imaginar o resto das falas infelizes que ele deve ter escutado, mas por um breve momento, eu quis estar em todas elas para confortá-lo.

Isso é muito... inesperado.

Por falar em pais, meu celular começa a vibrar na calça enquanto estou subindo no elevador do prédio.

O nome do meu pai brilha na tela e eu preciso de cinco segundos para acreditar que ele estava mesmo me ligando, desde a nossa briga na Inglaterra, não tivemos contato, apenas informações que minha mãe repassou de mim para ele.

— Pai? — atendo.

Um silêncio por algum tempo.

— Olá, Zia.

— O que houve?

Saio do elevador entrando no corredor longo e estreito.

— Nada em particular, eu apenas... hum... quero saber como você está.

Levanto uma sobrancelha.

— Mamãe te obrigou a me ligar?

— Não.

— Jay?

— Desde quando Jayden me dá ordens?

— Estou surpresa, pensei que não quisesse falar comigo.

— Não é só porque você acha que pode brincar de casinha que deixei de amar você.

Reviro os olhos, sabendo que ele está sorrindo do outro lado.

— Eu não estou brincando, eu tenho uma vida.

— Querida, veja, eu... acho que exagerei com você.

Paro de andar no corredor, para me encostar vagarosamente em uma parede qualquer.

— O que?

— Eu disse aquelas coisas porque estava frustrado, e descontei em você.

— Então você não acha que eu sou um fracasso? Porque foi isso que você disse ao seu amigo na biblioteca, eu escutei tudo, pai.

Silêncio.

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