Capítulo 36

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Meredith Grey

Addison havia recebido alta à alguns dias, como imaginei foi bem difícil voltar para casa e deixar nossos filhos no hospital. Ela chora sempre que voltamos do hospital, vamos lá duas vezes ao dia para os bebês amamentarem. Todas as vezes meu coração se quebra um pouquinho, vendo minha noiva se afundar um pouquinho todos os dias. Ela se recusa a receber visitas, sai do nosso quarto apenas para ir ao dos bebês e fica lá por horas observando o cantinho todo decorado, tem se alimentado pouco. Estava em completo desespero sem saber o que fazer e como ajudá-la.

Estava seguindo para o escritório no segundo andar quando passo pela porta do quarto dos bebês e escuto o choro baixo de Addison mas sei que se entrar ela limpará as lágrimas e fingir que nada está acontecendo, sigo em passos duros para o escritório e adentro o mesmo sendo tomada por um desespero atroz.

- Maldito seja, Derek Shepherd, maldito seja!- berro pegando um vaso e o arremessando na parede, Addison havia me contado o que aquele filho da puta fez, sobre as ameaças, se ele estivesse vivo eu com certeza o procuraria nos quatro cantos do mundo apenas para matá-lo. Pego outro vaso e faço menção de jogá-lo na parede mas a porta é aberta bruscamente e Beth entra com os olhos arregalados.

- Filha, me dê o vaso!- ela pede com a voz calma estendendo as mãos, olho para o vaso e solto um suspiro o entregando para ela.

- Eu não sei mais o que fazer!- falo encostando na parede.- Eu não sei!- balbucio enfiando as mãos no cabelo o puxando com força.

- Meu amor, calma..- Beth pede se aproximando, me entrego à um choro compulsivo e deixo meu corpo deslizar pela parede até encontrar o chão.

Primeira vez que estava chorando desde que voltamos para casa, a três semanas e meia, passei todo meu tempo me dedicando a Addison e todo sentimento foi se acomulando virando uma enorme bola de neve. Tudo que mais desejava era meus filhos conosco. Um soluço escapa dos meus lábios e abraço meus joelhos escondendo meu rosto.

- Eu não sei mais o que fazer, Beth. A mulher que amo vai dormir chorando todas as noites, ela se recusa a ver os pais e a irmã, eu.. eu.. sinto que minhas mãos estão atadas!- falo sentindo meu peito doer, jogo a cabeça para trás fazendo com que atinja a parede. Qualquer dor parecia melhor do que a que dilacerava minha alma.

- Meu amor, não imagina o quanto me dói vê-la assim..- Beth diz passando a mão em meus cabelos, dou uma fungada e ouço o telefone do escritório tocar, ela imediatamente se levanta e caminha até lá.

- Se for para mim diga que não estou!- falo sentindo um nó em minha garganta, passo a mão nos olhos limpando as lágrimas que insistiam em cair.

- É para você.. É o Karev!- ela diz segurando o telefone e imediatamente me levanto avançando sobre sua mão, levo o telefone ao ouvido e ouço meu amigo sorrir.

- Karev, algo aconteceu?- pergunto sentindo minhas mãos tremerem e pânico tomar meu corpo.

- Não, nada aconteceu Mer! Mas que tal você vim buscar seus filhos?- ele pergunta e olho para Beth que me olhava preocupada, sinto um sorriso rasgar meu rosto e novas lágrimas escorrerem.

- Você tá falando sério?- pergunto e ouço sua risada do outra lado da linha.

- Sim, eu havia lhe dito que era questão de alguns dias. Eles estão bem, ganharam peso e estão super espertos.- ele diz e solto um suspiro aliviada. Meus filhos virão para casa.

- Estou indo!- falo e desligo o telefone na cara dele, agarro o corpo de Beth e a abraço com força.- Vou buscar meus filhos, eles virão para casa Beth!- falo enquanto abraço ela e ouço um suspiro.

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