Amante Do Meu Chefe

(Capitulo 22)

Sinto algo se mexer ao meu lado, e abro os olhos, não esperando a visão que iria ter. Bryan estava de frente para mim, uma mão em minha cintura, e a outra apoiando a cabeça em uma espécie de descanso. Olho os traços de seu rosto enquanto dormia, seus olhos se apertavam levemente, sua sobrancelha baixa, descansada, sua boca em um leve bico, aquela era uma visão espetacular de um homem dormindo. E que homem!

Ele abre os olhos, e vejo um sorriso se formar em seus lábios, parece gostar de me ver feia pela manhã. Me mexo em sinal de desconforto, dormência, parecia que eu estava a muito tempo naquela posição e me incomodava. Ele tira sua mão de minha cintura e passa as mãos no rosto, logo retorna o seu olhar para mim.

- Está linda - diz sorrindo ainda mais, me fazendo dar um sorriso tímido.

- Mesmo com cara amaçada? - brinco.

- Mesmo com cara amaçada - repete.

- Você fica adorável dormindo - eu sorrio e o mesmo me olha quieto, mas logo brinca.

- Estava me olhando enquanto durmo, que safada! - ele chega mais perto, dando um beijo em meu pescoço e fazendo algumas cócegas na minha barriga, me fazendo gargalhar igual a uma criança - vai fazer algo hoje?

Respiro fundo antes de responder, aquela brincadeira realmente me tirou o fôlego.

- Eu não sei, acho que nada - falo fazendo bico e o mesmo o beija.

- Agora tem... - fala e eu fico intrigada.

- Aé?

- Sim senhorita Violet Grims - fala me abraçando mais. Meu nome sai como música de seus lábios - podemos ficar aqui e ir na piscina lá embaixo, ou podemos sair para passear no parque!

- Prefiro parque - falo já preferindo, pois não sou muito chegada à piscina após quase me afogar na infância.

- Ok, vamos se arrumar - fala depositando mais um beijo na minha testa - irei preparando o café e o nosso piquenique enquanto você se arruma, já que mulher demora mais...

- Vá a merda! - falo rindo e tacando um travesseiro em sua direção, o mesmo desvia.

- Me respeita, sou seu chefe ainda - aponta o dedo para mim me fazendo lançar uma língua como sinal de desobediência - ah! Tem algumas roupas de Ingrid no closet, caso quiser...sei que não vai se sentir bem, mas tente procurar algo confortável - fala saindo, me fazendo refletir se era uma boa ideia.

Reviro os olhos, mas vou até o closet, a roupa do dia anterior que usei não estava tão suja, porém não era a melhor roupa para a ocasião. Olhei as roupas que ali estavam e vesti um vestido florido, solto e que valorizava meu decote, foi o único que gostei. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e retoquei a maquiagem, escovei os dentes e desci para tomar café.

Bryan estava terminando as panquecas, sentei na mesa e esperei ele me servir, o mesmo serve e senta a minha frente na mesa. Ele tem seus cabelos levemente bagunçados, me fazendo morder a boca, Bryan era lindo até quando não queria. Por um momento me pego o encarando, ele morde a boca em degustação da panqueca, seus lábios rosados me fazia ter pensamentos impuros, seu olhar azul me encarava enquanto lambia os dedos sujos de calda de panqueca, aquela cena se fazia em câmera lenta em minha cabeça e só sou despertada com o chamar de Bryan.

- Eu? - falo atordoada e ele gargalha.

- Caraio, estava nas nuvens mesmo - fala rindo e eu o olho confusa.

- Na verdade, sim! - afirmo - mas o que estava falando?

- Do quanto você é gostosa - fala e eu arregalo meus olhos - calma, não era nada disso, mas que não deixa de ser verdade. Porém, quero te perguntar se Ingrid falou mais algo?

- Não, ela está de boa até agora - falo dando de ombros, sinto que o Bryan relaxa.

- Qualquer coisa que ela falar para você, me conta imediatamente - ele olha em meus olhos e seu semblante é sério e rígido.

- Tá bom - falo e ele se dá por vencido.

(...)

Chegamos na praça. Tudo estava lindo, tinha um gramado maravilhoso e é nessas horas que eu me orgulho de morar nessa cidade. Saímos do carro e sinto o sol bater em minha pele, me dá uma paz esse ar fresco em meus cabelo. Bryan abre o porta malas pegando a cesta que iríamos utilizar e algumas coisas para que possamos sentar na grama, sem nos machucar. Ele fecha o porta malas e vem em minha direção, seu caminhar é elegante e ele parece sereno.

- Vamos então - ele fala, mas algo me surpreende. Bryan pega em minha mão, para que andássemos de mãos dadas.

Aquilo para ele parecia normal, mas para mim era diferente, eu me senti estranha. Nossa mãos juntas se encaixavam, pareciam feitas para ficarem juntas, ele tinha a mão maior que a minha, por isso a mão dele quase cobria a minha. Não rejeito o afeto, a pego firme também e vamos em busca de um lugar seguro e fresco para ficarmos.

- Aqui está ótimo amor - falo apontando para o lugar, ele acente e então arrumamos as coisas.

- Tomara que não tenha formigas - ele fala quebrando o silêncio e eu gargalho.

- Não acredito que você tem medo de formigas inofensivas! - exclamo e ele me olha sério.

- Claro que não, só...não quero ser picado e nem quero que você seja picada - ele diz se sentando e eu acalmo a risada interna que estava prestes a vir.

- Sempre quis fazer um piquenique - falo tirando as coisas da cesta, tirei banana, maçã, amoras, um suco de laranja, torradas, pão puma e mais algumas coisas. Bryan exagerou na hora da escolha, ele pegou muita coisa.

- E por que não fez? - morde um pedaço de pão e me olha com seus olhos azuis.

- Acho que depois da morte do meu pai, minha mãe deixou algumas coisas de lado, acho que essa foi uma delas - suspiro - meu pai disse que um dia iria nos levar a um piquenique, porém...- uma lagrima insiste em cair de meus olhos, mas a limpo, antes de se desfazer em minha pele.

- Ele parecia ser um homem bom, vocês o amava e ele também, então vocês eram uma família de ouro! - diz Bryan sorrindo e eu sorrio baixo.

- Sim, éramos, mas o câncer veio e o levou - meu sorriso morre e o de Bryan também - mas, ele sempre estará em nossas memórias, sempre!

Bryan se aproxima, depositando um beijo singelo em minha testa. Ali naquele momento, me sinto amada e acolhida pelo meu chefe, sinto que posso contar tudo e me abrir com ele, e ele comigo.

(...)

Bryan me deixa em casa. Claro que tivemos cuidado, eu desci uma rua antes da minha casa. Minha mãe me esperava na cozinha, o bolo de morango cheirava longe, me sinto na minha adolescência de novo.

- Curtiu a noite? - minha mãe pergunta e eu respiro fundo, queria contar tudo que aconteceu, mas tem um detalhe; eu estava com o meu chefe que está noivo de outra mulher!

- Foi boa mãe, eu estou bem cansada, tive um dia...longo, irei me retirar e tomar um banho - falo a beijando em sua bochecha, ela sorri e acente.

Minha mãe sempre foi liberal, ficou do meu lado na maioria da vezes, me tirou de cada confusão na escola que se eu contar vocês não acreditam. Sempre foi uma mãezona mesmo e eu agradeço por tê-la, mas não sei se isso ela me perdoaria, de saber que eu sou amante do meu chefe...não quero desapontar minha mãe, não quero deixar essa memória para ela.

Me sinto em um beco sem saída, perdida e sufocada por guardar segredos que me fazem mal, por mentir para minha mãe a quem eu fui tão fiel que contava até as vezes que eu transava. Porém as coisas mudam. Preciso admitir que estou com medo das consequências, talvez eu esteja me afundando ainda mais no mar dos olhos de Bryan, naquele mar azul que carregam também sentimentos por mim.

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Olá amores, não esqueçam de deixar o coraçãozinho para me ajudar! Bjs.

❤️JEkaLuv❤️.