Capítulo 29

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O domingo passou rápido e com ele passou aquela angústia. Ainda me sentia triste, mas como minha mãe disse: "Dor de amor dói, mas passa" e foi isso que aconteceu. Não quero mais arrastar essa depressão do término com Bryan, e olhe lá se tínhamos alguma coisa...

Bernardo me mandou algumas mensagens no domingo, ele digitava rápido e eu mal respondia uma mensagem e ele já estava mandando outra. Trocamos fotos do que estávamos fazendo e até recebi recomendações de filmes do gênero romance.

Mas me desanima acordar e saber que irei para a mesma empresa que Bryan, estar no mesmo lugar que ele era uma tortura. Nos primeiros dias eu tinha uma vontade enorme de ir até sua sala, de o abraçar e perguntar o que aconteceu, se sua noiva descobriu algo, mas me segurei. Não queria me humilhar, ele foi um tremendo otário comigo e o mínimo que eu tinha que fazer era o esquecer e fingir que ele existe. Mas é impossível, agora que estou mais próxima de seu irmão mais novo.

Após cumprimentar minha amiga na recepção eu ando até o elevador, e aperto o andar do escritório do meu novo chefe. Estou sozinha então é mais fácil, porém, quando o elevador está fechando, vejo uma mão o parando. As portas se abrem novamente, me fazendo encarar o par de olhos azuis que tanto evitei nessa semana.

Ele entra e assim ficamos em silêncio, eu estou tensa e talvez ele sinta isso, mas mesmo assim me manterei firme. Sua presença ainda mexe comigo, e as memórias das noites de amor que tivemos inundam minha cabeça mais uma vez. Seu olhar é perdido em algum ponto da porta e fico me perguntando; no que está pensando? Ele usa um terno preto com gravata, seus cabelos estão em uma leve bagunça o deixando elegante e sexy. Não posso negar isso, aliás, se tratando Bryan Bennet.

- Bernardo me disse que saiu com ele... - a voz dele ecoa o elevador, não o olho, mas sei que está me fitando pelo reflexo da porta. - nunca achei que meu irmãozinho fosse o seu tipo Violet. - em sua voz trêmula eu consigo identificar amargor e braveza.

Suspiro fundo antes de respondê-lo.

- Sim. E faz. Aliás, ele faz muito o meu tipo! - falo rápida e ríspida. Ele me encara, mas não o imito, continuo ereta olhando para frente, para algo aleatório.

- Está usando ele para me esquecer? - pergunta firme, olhando com seus olhos azuis. Sinto um nó se fazer em minha garganta, talvez ele esteja jogando comigo, mas não deixaria ele ganhar esse jogo tão fácil, então o olho, quase quê profundamente.

- Na verdade... - o elevador apita informando que a porta será aberta - você eu já esqueci, agora ele é quem quero lembrar! - dou um sorriso safado e saio do elevador após as portas se abrirem, ando rebolando e sem olhar para trás.

- Che cazzo! (Que porra!) - ouço ele esbravejar.

Saio do campo de visão do elevador e entro em minha sala, Rodrigo ainda não chegou e eu dou graças aos céus por isso. Ele era convencido e se igualava ao Bryan em tudo, sempre querendo ficar na frente do amigo, talvez fosse uma competição entre eles, a qual era irritante.

Dou uma bela organizada nos papéis e nas mesas, olho para o relógio e marcava apenas dez e quarenta da manhã.

(...)

Estava chegando a hora do meu almoço, então mandei mensagem pra Loisa perguntando se iria almoçar comigo e a safada falou que iria almoçar com o segurança, ou seja... Então me aprontei e peguei minha bolsa, mas sinto o meu celular tocar, olho a tela e vejo o nome do Bernardo. Resolvo atender sem enrolações.

Ligação

- Alô - atendo.

- Olá mia bella signora, estarei no restaurante na esquina da empresa, te espero lá! - ele diz e eu me pergunto; como ele sabe do horário do meu almoço?

Amante Do Meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora