Capítulo quarenta e cinco

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Kakarotto olhava o anel brilhante e rubro na ponta de seu indicador e polegar. Era curioso como um objeto tão pequeno e aparentemente inofensivo foi a chave para parar alguém tão poderoso como Vegeta.

Na verdade, analisando sinuosamente, seres poderosos tendem a ser destruídos ou parados por coisas consideradas pequenas. O seu pai, por exemplo, um lobisomem tão temido e poderoso, cruel e sanguinário, fora morto por uma bala de prata.

- Ah, você está aí?! – Era Chichi com um sorriso no rosto. – O procurei pela casa toda, já terminei o jantar.

Kakarotto piscou os olhos algumas vezes esvaindo seus pensamentos das lembranças ruins que ali habitavam e olhou para Chichi com um sorriso.

- Jantar? – sorriu ele. – Que bom, estou morrendo de fome.

Chichi riu sentando-se ao lado dele na beirada da cama.

- Você sempre está morrendo de fome, os estômagos dos lobisomens devem ser maiores que o normal.

Kakarotto sorriu um sorriso que se qualquer um de fora visse diria que era um sorriso sincero, mas para Chichi, sendo uma pessoa tão próxima dele, sabia, tratava-se de um sorriso triste.

- Vamos, fale de uma vez! – exigiu Chichi.

- Como? – Kakarotto a olhou de maneira interrogativa.

- Diga o que está te perturbando! Está parecendo triste. – explicou ela. – É por conta da noite passada?

- Não exatamente! – suspirou ele. – Estou acostumado com essas noites agitadas e perturbadoras.

- Então o que exatamente está te incomodando? Te conheço, Kakarotto, está inquieto o dia inteiro.

Kakarotto suspirou novamente, era impossível para ele esconder qualquer coisa de Chichi, ele era transparente demais para ela.

- Esse anel... – Ele ergueu os ombros de maneira humilde. – Estava pensando como algo tão minúsculo parou alguém como Vegeta.

- É por isso que está inquieto? – Chichi tentava entendê-lo.

- Não exatamente! Apenas isso... – Kakarotto mostrou o anel - ...me fez lembrar que foi algo igualmente pequeno que matou meu pai.

Chichi ergueu as sobrancelhas, dando conta de que nunca havia tido curiosidade de quem eram os pais de Kakarotto. Sentiu-se meio estranha ao dar-se conta disso, afinal, era uma das primeiras coisas que deveria saber a respeito do homem ao qual vivia como se fossem casados. Porém, levando em consideração tudo que haviam passado até então, era compreensível terem deixado um assunto como aquele para um segundo plano.

- Você nunca me falou do seu pai, ou da sua mãe...

- Não é algo que gosto de falar. – Kakarotto foi sincero de qualquer forma.

- Me conta! – Pediu Chichi pegando na mão dele, a que estava depositada em sua coxa. – Por favor.

Kakarotto suspirou pela terceira vez, não havia nada no mundo que ele negasse a Chichi, nem que isso fosse abrir feridas que jamais haviam se cicatrizando...

*****

Transilvânia, 1745.

Quinze anos haviam se passado desde que Vegeta tinha sido aprisionado em seu caixão por um velho que ninguém daquela cidade conhecia o nome. A cidade finalmente vivia em paz, com suas dificuldades do dia a dia, mas nada comparado ao que era um pouco mais que uma década atrás.

Alguns poucos moradores, assim que se viram livre da tirania de seu governante cruel, puseram-se a correr dali o mais rápido possível, mudando-se para outra cidade da Romênia para não correr o risco de novamente se verem reféns de alguém como o conde.

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⏰ Última atualização: Oct 20, 2022 ⏰

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