Capítulo catorze

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Os trovões estrondosos ecoavam no céu de uma maneira assustadora, as gotas gordas de chuva caiam fortemente. A tempestade havia chegado, e por sorte, todos estavam no baile de máscaras protegidos dentro do castelo. Mas o castelo não era exatamente o local mais protegido do mundo, e não pelo fato do príncipe das trevas ser o morador e proprietário daquele palácio glorioso.

Em uma ala, um pouco afastada da festa, alguém quebrava as leis da natureza e desafiava Deus na sua loucura de amor.

Kakarotto, completamente encharcado pela chuva que caia em seu corpo, por conta do teto aberto daquele salão, amarrava o corpo gélido de Chichi na maca.

Ele sabia que era arriscado trazer Chichi de volta aquela noite, por conta do baile que acontecia do outro lado do castelo, mas Kakarotto não poderia perder aquela oportunidade, sabia que outra tempestade daquela demoraria acontecer, e ele não estava com paciência para esperar mais dias. Não perderia aquela oportunidade por nada.

Mais um trovão ecoou forte no céu, fazendo assim, o lobisomem sorrir satisfeito. Era o momento perfeito, certamente era.

Passando a mão na cabeça de Chichi, ele volta a olhar as feições sem vida da mulher.

- Chegou a hora, meu amor.

Se afastando do cadáver preso na maca, ele anda até a mesa de botões rapidamente. Assim que estava diante da mesa de botões que ligava a máquina, ele aperta o botão vermelho, ativando os cilindros, que começam a girar sem parar, atingindo velocidades cada vez mais rápidas.

Colocando as mãos nas alavancas, com certa firmeza, o lobisomem espera o raio atingir os cilindros - coisa que não demora muito acontecer -, então ele empurra as alavancas, fazendo assim, o raio atingir o corpo morto.

O corpo da um salto, movendo-se como se ativasse os músculos, mas logo volta a ficar imóvel, nenhum sinal de que voltara a vida.

Kakarotto aperta a beirada da mesa, vendo que o um raio não era o suficiente, esperou mais uns poucos segundos quando novamente os cilindros foram atingidos pelo raio e ele, novamente, puxou as alavancas.

Dessa vez, quando o raio atingiu o corpo de Chichi ela apertou os punhos e mexeu os pés, seu pescoço se ergueu levemente para trás, mas, infelizmente, sua respiração não havia voltado e tornou-se a ficar imóvel.

Kakarotto socou a mesa, e as lágrimas começaram a descer em seu rosto se misturando a chuva que caia, a frustração começava a doma-lo e o medo de não dar certo começava a atormenta-lo. Será que não havia esperança? Será que estaria condenado a viver até o último dia de sua vida sem a mulher que ama?

Limpando os olhos que se ofuscavam com as lágrimas e a chuva, ele colocou as mãos na alavanca de novo. Não desistiria, não se desesperaria, traria Chichi de volta, nem que para isso precisasse matar alguém.

Um raio, mais forte do que os outros dois, atingiu os cilindros, e, Kakarotto, puxou as alavancas pela terceira vez, implorando mentalmente para que desse certo dessa vez.

O corpo de Chichi foi atingido com força e seu peito estufou para frente com o choque, a respiração doeu em seus pulmões que a pouco estavam mortos, um grito de dor sai de seus lábios trêmulos e seus punhos se apertam enquanto seus olhos se abririram para a nova vida.

- Viva! - gritou Kakarotto desligando a máquina e correndo em direção a Chichi. - Você está viva!

Chegando a maca, ele começou a desamarra-la com as mãos trêmulas, estava louco para tê-la em seus braços novamente.

*****

Bulma olhava a cena ainda surpresa, ela esperava tudo naquele baile, menos que o conde a chamaria para dançar.

A Caçadora de MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora