Capítulo vinte e cinco

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Notas iniciais:
A imagem acima é da cidade de Budapeste, que é citada neste capítulo, achei que vocês iam gostar de conhecê-la, nem que seja apenas por foto 🤣❤️
Boa leitura!
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Apesar dos pesares e da situação cabulosa a qual se encontrava, Bulma conseguiu dormir umas poucas horas dentro da carruagem, acordou quando chegava ao seu destino, um tanto perplexa por ter baixado a guarda e deixado o sono vencê-la, porém, nada de mau havia acontecido nesse meio tempo, e Chichi parecia perdida em seus pensamentos, então, pôde concluir que dormir fora o melhor a se fazer. E por conta dessa soneca, não se sentia mais tão cansada como antes.

O chalé, ao qual Kuririn pediu para parar quando chegaram na frente dele, era feito de madeira rústica e o telhado firme com palhas. O lugar, um tanto isolado, tinha um ar sombrio e até mesmo assustador, porém, parecia estranhamente aconchegante. As árvores a sua volta e a grama verde deixava o ambiente acolhedor, mas o barulho da floresta e a áurea em volta daquele chalé, com toda a certeza assustaria alguém supersticioso demais.

Kuririn, mesmo parecendo tranquilo na distração do livro que lera, respirou aliviado quando chegaram a casa de sua prima, parecia acuado e amedrontado desde que a morta-viva entrara na carruagem, entretanto, Chichi também parecia tão a vontade quanto ele naquele situação constrangedora.

O padre porém agradecia interiormente por aquela viagem ter sido silenciosa, não se sentiria confortável em falar de sua prima e o que ela era. De certa forma, foi melhor Chichi ter aparecido para Bulma não insistir naquele assunto. Pois agora que chegaram, a própria Lunch poderia falar dela e o que ela era.

Diante desses pensamentos de alívio, Kuririn desceu da carruagem e caminhou em direção a porta do chalé com a intenção de bater na porta.

Enquanto isso, Chichi e Bulma continuavam dentro da carruagem, aguardando Kuririn voltar com sua prima. Nesse momento, Bulma decidiu invadir o espaço que Chichi criara com seu silêncio e conversar com ela.

A morta-viva estava visivelmente nervosa, apertando uma mão na outra enquanto as olhava fixamente.

- Chichi, eu fico por aqui, quer que Jaco a leve em algum lugar, na casa de algum parente ou um conhecido que você confie?

- Eu... - Chichi gaguejou ainda olhando para as próprias mãos. - Eu não tenho para onde ir... Não tenho amigos, nem família.

- Você não tem ninguém que possa confiar?

- Eu só tinha meu pai, mas agora... - ela engoliu em seco. - Agora ele está morto.

Bulma abaixou as duas sobrancelhas sentindo aquela pontada de solidariedade a consumindo. Estranhou-se diante da sua reação empática, sendo que sempre fora tão egoísta, mas agora, parecia não conseguir ignorar a dor dos outros, pelo menos não a daquela mulher. Sentia que precisava ajuda-la, ampara-la. Talvez fosse o fato das duas estarem fugindo por quase o mesmo motivo da Transilvânia que fazia Bulma sentir tanta necessidade de ajuda-la.

Olhando pela janela da carruagem, Bulma observou uma mulher de cabelos loiros saindo de dentro do chalé e abraçando Kuririn. Ela possuía um sorriso acolhedor e tinha uma aparência bem chamativa. Era muito bonita.

Se voltando para Chichi, ela tomou uma decisão, a ajudaria. Isso é claro, se ela quisesse.

- Então você realmente não tem para onde ir? - Indagou Bulma. - Fugiu da Transilvânia para Budapeste em um ato de desespero, sem pensar aonde ficaria ou o que faria?

- Eu só queria ficar longe dele - sussurrou ela finalmente olhando para Bulma. - Já estou machucada demais.

Bulma finalmente entendeu o porque de sentir tanta necessidade de ajudar Chichi. Os olhos tristes dela eram compreendidos por ela com suas poucas palavras. Elas eram iguais, de certa forma. A única diferença, era que Bulma conseguia camuflar sua dor por conta da experiência que já teve durante sua vida. Sentia dentro de sua alma - se é que ainda ela possuía uma - que Chichi e ela tinham uma ligação.

A Caçadora de MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora