Capítulo quarenta e um

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Ele nem precisou atravessar totalmente a porta do chalé para sentir a pequena e estranhamente pesada mão acertar em cheio a sua face.

- Idiota! – Gritou ela furiosa. – Aonde estava com a cabeça quando decidiu andar tranquilamente pela Transilvânia?

- Bom dia para você também, Lunch – debochou Raditz com uma expressão tão tediosa que irritou ainda mais a bruxa.

- Bom dia? Bom dia? – Ela estava a ponto de arrancar os cabelos, só não tinha certeza se seria os próprios ou do lobisomem à sua frente. – Você, seu animal irracional, estragou todas as chances de hoje ser um bom dia.

- Que mau humor! – Raditz revirou os olhos entrando no chalé e sentando no sofá.

Lunch com o estresse a dominando totalmente, suspirou pesada e lentamente para ver se conseguia se acalmar, e, para tentar descontar aquela raiva toda em alguma coisa que não fosse naquele homem com mais de um metro e oitenta e cinco, fechou a porta com toda a sua força e fúria. O chalé chegou a estremecer diante daquele ato violento.

Raditz, entretanto, parecia a mais calma das criaturas sentado naquele sofá enquanto Lunch demostrava sua ira através de seus atos histéricos.

- Você quase colocou tudo a perder – rosnou Lunch ao aproximar-se de Raditz e parando diante dele com braços cruzados.

- Bobagem – resmungou ele. – Nada mudou, as coisas continuam se encaminhando da maneira que deve ser.

- Será? – Lunch ergueu uma sobrancelha demostrando sua dúvida naquela afirmação. – Seu irmãozinho sentiu o seu cheiro, não sentiu? A probabilidade dele se lembrar de quem pertence esse cheiro é gigantesca.

- Kakarotto não é tão bom quanto pensa, Lunch – Raditz se encostou no sofá e cruzou os braços. – É um tolo retraído, que contém seus poderes para salvar vidas humanas, não passa de um coitado.

- Você o subestima. – Lunch balançou a cabeça negativamente.

- Eu o conheço – Raditz sorriu de maneira debochada. – O observo à anos. Não consegue nem controlar o animal que existe nele.

- Ele o controla, não como você, mas...

- Ele o deixa com fome – Raditz a cortou entredentes. – Você sabe melhor do que ninguém o que acontecerá quando a fome vencer. A besta ter escolhido a fêmea somente prova que esse dia está mais do que próximo.

Lunch desviou os olhos.

- Isso não importa – suspirou ela de maneira cansada. – O que importa é que você quase colocou tudo a perder. Deixe as coisas tomarem seus rumos, não entre no destino deles e nem no de Bulma com o Conde.

Raditz revirou os olhos.

- Você também tem muito a perder, Raditz. – Lunch esticou os braços e colocou as mãos no encosto do sofá, se aproximando do rosto dele. – Não estrague tudo.

A bruxa praticamente implorou ao completar sua última frase. Seu tom de voz mostrava isso.

- Não vou estragar – resmungou ele impaciente. – Estava apenas curioso em ver como ela era, não consegui vê-la de perto enquanto esteve aqui.

- Pois controle sua curiosidade – ordenou a bruxa de maneira sombria. – Falta pouco para conseguirmos o que queremos, e você não vai querer estragar tudo só por causa de uma coisa tão ridícula como uma simples curiosidade.

Raditz desviou o olhar e bufou, odiava quando aquela mulher lhe dava broncas.
Lunch ergueu-se e saiu da sala, acreditando que havia convencido aquele idiota de que não deveria se aproximar de ninguém da Transilvânia no momento, como ela havia dito antes, eles tinham muito a perder.

*****

A água cristalina e gélida da lagoa se movia conforme os corpos se agitavam dentro dela.

As risadas se mesclaram ao barulho das águas e aos pássaros em suas árvores, e mesmo o dia amanhecendo nublado, parecia o mais feliz de todos para aquele casal que brincava como duas crianças naquela lagoa.

Completamente nus, jogavam água um no outro enquanto riam.

Eles não se lembravam em que momento aquela brincadeira começou, apenas sabiam que tinham se amado boa parte da noite e decidiram entrar naquela água quando repararam o quão quentes e suados estavam quando atingiram o estase pela terceira vez.

Finalmente ambos estavam felizes, finalmente se sentiam vivos novamente, os problemas pareciam ter sumido e apenas a alegria reinava entre aquelas duas almas feridas.

- Pare, Kakarotto – riu Chichi quando novamente o lobisomem acertou uma quantidade grande de água em seu rosto.
- Você começou – Kakarotto riu do outro lado enquanto preparava outra quantia de água para acertar ela novamente. – Agora aguente!

Como única opção de se defender, Chichi mergulhou para dentro das águas, cobrindo completamente seu corpo e sua cabeça.

Kakarotto, vendo que ela não tinha lhe dado outra opção, se afundou também, disposto a encontrá-la e agarra-la.

E assim fez, e antes que passasse mais um minuto com os corpos afundados, emergiram novamente para a superfície com as bocas coladas uma na outra.

*****

Broly descia as escadas um pouco sonolento, tivera uma noite bastante agitada e por conta disso havia dormido pouco.

Teria ficado na cama por mais umas três horas se não fosse  o fato de que ao apalpar o colchão, não havia encontrado Chirai deitada ao seu lado, por isso, mesmo com uma preguiça imensa em seu corpo, se levantou para procurar sua esposa.

Era meio bobo da sua parte ficar atrás de Chirai como uma criança carente, mas ele simplesmente não conseguia se conter, cada segundo ao lado dela era precioso, ele não queria perder nenhum segundo.

Mal havia descido todos os degraus da escada e já pôde sentir o cheiro viciante do café sendo passado na cozinha.

- Bom dia, amor – disse ele antes mesmo de ver Chirai.

- Bom dia – a voz afeminada e animada foi-se ouvida aquecendo o coração de Broly.

Terminando de descer as escadas, Broly finalmente chegou a cozinha e contemplou sua esposa vestida num pijama de linho, com os pés descalços e os cabelos soltos e um tanto bagunçados, enquanto despejava a água quente no pó de café.

- Você sempre vai acordar cedo desse jeito? – Indagou Broly abraçando Chirai por trás e cheirando o perfume de seu pescoço.

- Eu amo as manhãs – disse ela fechando os olhos e apreciando aquele momento íntimo que estava tendo com o seu marido.

Broly não disse mais nada, apenas a virou para sua direção e a beijou, enquanto a luz da manhã atravessava as frestas da janela,  tocando a pele de ambos enquanto o cheiro de café impregnou suas narinas.

Aquele momento, aquela manhã nublada, ficaria para sempre em seus corações.

*****

A igreja estava lotada ao fim daquela tarde, Freeza conseguiu puxar ao menos sessenta por cento das pessoas da vila para dentro daquele templo sagrado, aonde velavam os corpos dos dois homens mortos na noite anterior.

As palavras manipuladoras e que faziam todo o sentido para aquelas pessoas, entravam em suas mentes como se apenas aquilo fosse a verdade absoluta.

- O mal existe em todos nós, é a cruz que carregamos nas costas desde que Adão e Eva comeram do fruto proibido. – A voz de Freeza ecoava dentro daquela igreja. – Devemos sofrer durante nossas vidas para aplacar esse pecado e assim sermos merecedores de entrar no Reino dos Céus.

Helles, parada entre os caixões de madeira, escutava tudo que seu pai falava e sentia uma angústia crescendo dentro dela a cada frase que ele terminava, era perturbador para ela ver que as pessoas acreditavam em tudo que Freeza dizia. Ela havia conhecido a morte, nada existia além dela, ao menos ela não tinha lembranças de outra vida além daquela.

- Somos de carne e osso, nossa pele carrega todos os pecados do mundo, mas nossa alma ainda tem salvação, precisamos preserva-la, mantê-la no caminho de Deus.

- E como podemos fazer isso, Padre? – Indagou uma mulher sentada em um dos bancos da frente.

- Eliminado o mal que nos cerca, para assim, termos um lugar ao lado de Deus.
Helles engoliu em seco, ela conseguiu compreender exatamente o que Freeza quis dizer com aquela frase.

- Ajude-me, meus irmãos, a destruir o mal que aqui habita, e eu os salvarei do inferno. – A voz de Freeza saiu grave e forte como um grito de guerra em meio ao início de uma batalha.

Todos que estavam na igreja se ajoelharam diante do padre naquele momento, como se aquele gesto mostrasse suas concordâncias em ajudá-lo.

Freeza sorriu de maneira sombria, estava tudo se encaminhando da maneira que ele queria.

*****

Após sua alimentação bastante satisfatória, diga-se de passagem, Bulma optou por voltar ao castelo para descansar. Quando chegou nele o dia já havia amanhecido e, conforme caminhava entre os corredores, se sentiu aliviada por não precisar esbarrar no conde.

Escolheu um quarto qualquer aonde se banhou em uma das bacias de madeira que havia instalado ali e caiu na cama exausta de sono.

Era estranho para Bulma pensar em como seu sono e a maneira como ela dormia era peculiar para um vampiro. Ela tinha a mesma canseira e a mesma maneira de dormir que um ser humano comum.

De qualquer forma ela não se importava em ser diferente de outros vampiros que ela conheceu, na verdade, até mesmo gostava de não ser igual à eles.

Adormeceu por horas, tendo um merecido e tranquilo descanso. Quando acordou a tarde estava no fim e logo a noite viria.

Sorriu de maneira perversa ao perceber que novamente acordou antes que Vegeta.

Levantou da cama completamente nua e caminhou até um armário de tamanho mediano que havia naquele quarto e abriu as gavetas, procurando algo para vestir, afinal, o robe que usou na noite passada estava manchado de sangue, e ela não queria ficar andando suja.

Qual foi a surpresa de Bulma ao abrir a última gaveta e ver que dentro dela havia ao menos meia dúzia de vestidos, que coincidentemente eram do seu tamanho.

Pegando um dos vestidos justo, Bulma o colocou por cima do corpo nu sem nem ao menos se preocupar em colocar alguma roupa íntima por baixo, estava extremamente confortável em usar apenas aquele vestido fino e preto por cima de sua pele pálida.

Sorrindo, ela jogou os cabelos azuis para trás e saiu porta a fora. Estava ansiosa pelo cair da noite que logo chegaria.

*****

Kakarotto estava abraçado com Chichi em seu quarto no castelo, ambos aconchegados no calor um do outro.

Depois de ficarem a noite inteira se amando e praticamente a manhã inteira brincando naquela água, sentiram finalmente a canseira do corpo e foram para dentro com a intenção de descansarem.

Porém, apesar dos corpos visivelmente exaustos, a mente deles não paravam nem por um segundo, causando assim um tipo de ansiedade e os fazendo ficar acordados.

Mesmo com o aconchego e o calor sendo bastante convidativos para uma deliciosa soneca, eles simplesmente não conseguiam pregar os olhos.

Suas mentes estavam agitadas e repletas de perguntas que queriam fazer um ao outro, mas ao mesmo tempo que queriam falar, também não queriam estragar aquele momento tranquilo e satisfatório.

Por isso, ficaram por intermináveis minutos ali, deitados e em silêncio, esperando o sono finalmente vir ou um dos dois tomarem coragem para falar, enfim, o que viesse primeiro.

- Está dormindo, Chi? – Indagou Kakarotto com a voz tímida, ele resistiu o tanto que pôde, mas não aguentou por tanto tempo assim.

- Não! – Suspirou Chichi aliviada por Kakarotto ter começado a falar, mais um minuto e ela mesma teria quebrado o silêncio.

- Por que... – limpando a garganta Kakarotto tomou o resto de coragem necessária para continuar aquele indagação. – O que aconteceu para você mudar de ideia em sua decisão?

Chichi, que não podia olhar para o rosto de Kakarotto naquela posição que se encontrava, pois ele estava a abraçando por trás, inspirou profundamente antes de responder.

- Foi um sonho – ela foi sincera quando falou.

- Um sonho? – Kakarotto franziu a testa.

- É... bom, na verdade eu fiquei um tanto na dúvida em minha decisão quando você me perguntou o que eu teria feito se fosse ao contrário. Digo, se fosse você que tivesse morrido.

- Ah...

Chichi virou-se, acreditou que deveria olhar nos olhos de Kakarotto para ter aquela conversa.

- Depois que você me disse aquelas palavras, eu fiquei com aquilo na cabeça, acabei dormindo nesse quarto e tendo um sonho horrível.

- O que você sonhou?

- Misturou minha realidade com a inversão dos papéis.

- Como assim? – Kakarotto estava visivelmente confuso.

- Sonhei com aquele dia, com o dia da minha morte.

Kakarotto chegou a apertar a cintura de Chichi com mais força ao ouvir as palavras, aquele com certeza foi o pior dia de sua vida.

- Só que eu não morria naquele cenário que minha mente criou, quem morria era você.

Kakarotto observou a tristeza nos olhos de Chichi conforme ela falava, ela com certeza se impressionou com o tal pesadelo. Ele queria beija-la para conforta-la, mas não queria cortar aquela conversa, então manteve-se em silêncio como ouvinte.

- Eu vi você morrer, e depois vi sua lápide, aquilo me desesperou de uma maneira que...

- Então é por isso que você estava gritando ontem de manhã quando eu a acordei.

- Isso – Chichi acariciou o rosto de Kakarotto. – Eu... eu não quero te perder, não quero vê-lo morrer.

- Então esse sonho e as minhas palavras fizeram você ver como eu me sinto, e o porque de ter feito o que fiz.

- Sim, eu o entendo, meu amor, mas...

- Mas? – Kakarotto enrugou a testa preocupado quando ela não terminou a frase.

- O que será de nós agora? Digo... somos dois monstros que pode perder o controle a qualquer momento e...

Kakarotto calou Chichi tocando seus lábios no dela.

- Eu nunca perdi meu controle, nunca matei nenhuma pessoa.

- Nunca? – Chichi sentiu uma espécie de déjà-vu, como se já tivesse visto um lobisomem matando alguém, o que ela achou estranho, afinal, nunca tinha visto de verdade, pelo menos não se lembrava de ter visto.

- Não! – Kakarotto foi sincero. – Eu controlo o monstro que habita em mim, você também pode, Chi. Juntos vamos conseguir.

Chichi apenas balançou a cabeça e se encolheu nos braços de seu amado, se sentia segura naquele aconchego.

Ficaram em silêncio por mais alguns minutos antes de Kakarotto voltar a falar:

- Você conseguiu se lembrar o motivo de ter ido até aquela lagoa? E o porque de ter dormido lá?

Chichi franziu o cenho erguendo sua cabeça.

- Não! – Respondeu ela com sinceridade. – É como se minha mente tivesse apagado minhas memórias. Eu só me lembro de ter ficado conversando com Bulma no jardim e depois...

- Depois?

- Depois ela entrou no castelo e eu fiquei do lado de fora e então escutei um barulho.
- E que barulho foi esse? – Kakarotto estava mais do que curioso.

- Eu não sei, era um barulho estranho... Sei lá, não consigo me lembrar de mais nada a partir daí.

Kakarotto fez uma careta, aquilo estava soando muito estranho para ele, isso sem falar daquele cheiro que ele sentiu, mas de qualquer forma não quis mais falar naquele assunto, queria mesmo era aproveitar aquele momento de plenitude.

- Que estranho! – Deu ele por encerrado aquele assunto. – Mas me diga, o que tanto você e Bulma conversaram, vocês parecem ser bastante próximas.

O sorriso nos lábios de Chichi fora imediatos, ela tinha muito o que falar de Bulma, que agora era praticamente uma irmã para ela.

*****

Em outras circunstâncias, Vegeta acreditaria que estava amolecendo em relação a vampira que ele transformou, mas o conde no fundo sabia que seu problema com aquela mulher era orgulho.

Apesar da situação como um todo, Vegeta apenas não a obrigava a fazer suas vontades porque ele não queria.

Não que ele pudesse exatamente controlar as vontades da antiga caçadora. Como já havia sido explicado, seu poder sobre ela era intensificar suas vontades e sentimentos, isso sem falar também de que ele podia invadir seus sonhos, coisa que ele achou divertida por um tempo.

Mas agora, algo mais alto falava em seu interior, seu ego extremamente abalado não deixava ele agir da maneira que deveria. E isso fazia o conde parecer piedoso.

A frustração de Vegeta era tão grande naquele momento que até mesmo seu transe do sono foi abalado por sonhos com a mulher de cabelos azuis.

Era uma maldição, ele acreditava, pois desde que se tornara um vampiro, até mesmo quando foi preso pelo anel por um século em sono profundo, não tivera sonhos, até mesmo acreditava que não tinha mais essas coisas humanas em seu ser, mas agora percebera que apenas não tivera motivos para sonhar.

Seu humor era dos piores quando despertou assim que a noite caiu, estava com a cara de alguém que acabara de mastigar marimbondos.

Assim que colocou os pés no chão, desejou que ninguém durante aquela noite aparecesse no seu caminho, pois se isso acontecesse, descontaria toda a sua raiva nessa pessoa.

Saiu do quarto um tanto atordoado, sem saber muito bem para aonde iria, queria parar de pensar em Bulma, mas a infeliz simplesmente se negava a sair de seus pensamentos. Era irritante para ele aquilo.

A maldita não tomava logo uma decisão sensata, preferia ficar naquele frescura de indecisão, e Vegeta, com seu orgulho, não a forçava a ver a verdade de seu querer. Era como se os dois estivessem andando em círculos.

Ele estava tão aliviado antes, quando ela voltou de seu esconderijo, tinha acreditado por um curto período de tempo que ela realmente havia se rendido. Que tolo que ele foi.

A mulher era teimosa, não aceitava as amarras que a prendia à ele.

- Como se fosse tão ruim assim – resmungou ele em meio aos corredores.

Se sentia um idiota por ficar falando sozinho, e ficava furioso ao  perceber que todas as vezes que fazia isso era porque queria dizer as palavras a ela.

Desde quando o príncipe das trevas agia como uma mula? Apesar que a teimosia era bastante parecida com a desse animal.

Bufando de raiva Vegeta continuou a caminhar, estava pronto para matar o primeiro que visse apenas para distrair a mente, e com isso foi caminhando sem muito rumo para a sala do trono, afinal, era o único lugar que conseguia pensar em ir agora.

Abriu as pontas duplas com as duas mãos espalmadas, mais um pouco de força que usasse arrancaria as pobres dos seus fechos.

Assim que atravessou as portas, ainda com mesmos passos raivosos, observou que algo estava diferente dentro daquele salão.
O trono, ao qual ficava ao lado do seu, não estava mais ali.

- Que diabos...

Se aproximando, ele percebeu que na verdade o trono pertencente a rainha na verdade estava ali sim, só que agora não passava de um monte de cinzas.

Em questões de segundos várias coisas passaram em sua mente, Vegeta sabia quem havia feito aquela obra de arte, ele somente não entendia o motivo... ainda.

Será que ela havia feito aquilo como sinal de recusa em ficar ao seu lado? Ou...

- É a primeira vez que vejo essa expressão no seu rosto, Conde. – A voz adocicada de Bulma entrou nos ouvidos de Vegeta como uma melodia.

Ele odiava admitir, mas estava extremamente satisfeito por ela estar dentro naquele salão.

Com um sorriso discreto, que surgiu no canto de seus lábios, Vegeta cruzou os braços e virou-se em direção a voz. E assim que seus olhos pousaram em Bulma, ele tinha a certeza de que se seu coração ainda bombasse em seu peito teria acelerado naquele momento.

No canto esquerdo do salão, um canto escuro comparado aos outros, estava Bulma, encostada em uma das colunas que ali existia. Em sua boca vermelha havia um sorriso provocante, seus olhos estavam rubros, sua pele pálida e em seu corpo escultural um vestido preto favorecia seus seios fartos.

A garganta do conde chegou a ficar seca diante da visão tentadora.

- E que expressão seria essa? – De qualquer forma ele fingiu indiferença e indagou com a voz calma.

- De preocupação – respondeu Bulma desencostando da coluna e caminhando lentamente em direção à Vegeta.

- Pensei que não a veria tão cedo. – O conde ergueu o queixo de maneira arrogante. – Parecia tão confusa e com medo na noite passada.

- Está triste por me ver? – Bulma fez um biquinho falso e seus olhos brilharam como brasa.

Com um sorriso mostrando os dentes Vegeta revirou os olhos enquanto balançava a cabeça.

- Você me confunde de uma maneira que nem consigo descrever – soltou Vegeta enquanto voltava seus olhos para ela.
Bulma a essa altura já estava diante do Conde, a centímetros do corpo dele, suas mãos se ergueram e seguraram os braços enquanto seus seios se aproximavam do estômago dele.

Vegeta sentiu a mandíbula se tensionar assim que os bicos rígidos relaram em sua barriga. A boca dela estava tão próxima da sua que ele podia sentir o gosto dela somente com a respiração.

- É bom eu o confundir, nunca saberá minhas reais intenções assim – Bulma sussurrou as palavras com lentidão.

- Acha que isso me assusta? – Sussurrou Vegeta de volta.

- Não! – Bulma lambeu os próprios lábios. – Mas eu sei que isso te frustra.

A mão de Vegeta ergueu-se e agarrou a cintura de Bulma, fazendo assim ela se aproximar mais de seu corpo.

- O que você está querendo com esses joguinhos?

- Nada. – Bulma mordeu o lábio inferior e espalmou as mãos no peitoral musculoso do conde. – Quero apenas vê-lo assim, sem saber o que fazer, sem saber o que esperar de mim. Eu posso tentar mata-lo, posso tentar tirar as amarras que me prendem à você de alguma forma, posso ir embora a qualquer momento, ou... posso ficar aqui e aceitar ser sua pela eternidade. De qualquer forma, você nunca vai ter certeza de nada.

Vegeta chegou a franzir a testa diante daquelas palavras. Como aquela mulherzinha conseguiu de repente virar o jogo daquela forma? Como ela conseguiu, mesmo estando em total desvantagem, pela natureza, deixar seu criador totalmente de mãos atadas em sua decisão.

O conde tinha certo poder sobre ela, ambos sabiam disso, mas esse poder tinha um limite e ela descobriu esse limite, e pior, estava usando contra ele naquele momento.

Vegeta tinha duas opções agora:

A primeira era ele largar daquela vampira insolente, a empurrando para longe e começando uma discussão sobre quem era que estava no poder naquela merda – que no caso era ele.

E a segunda foi a que no caso ele optou por seguir...

Abaixando as duas mãos, que até então ainda estavam segurando a cintura de Bulma, Vegeta com certa brutalidade, agarrou as nádegas com força, erguendo assim a mulher mais para cima.

Bulma arfou com a atitude selvagem do vampiro, mas não teve tempo para muito protesto – não que ela realmente fosse protestar – pois logo sentiu a boca dele invadindo a sua com voracidade.

Era óbvio que ele havia pegado ela de surpresa, afinal, Bulma estava esperando uma discussão acalorada antes daquela reação do conde, mas já que ele havia agido um tanto mais rápido do que o previsto, ela não ia impedi-lo. Por isso envolveu seus braços no pescoço dele, o segurando com força enquanto retribuía o beijo avassalador.

Era incrível como todas as vezes que eles se tocavam era aquele fervor todo. Era como se existisse uma saudade incurável e apenas a conexão mais íntima possível pudesse aplacar aquela paixão.

As bocas se beijavam com fervor enquanto as línguas se tocavam sensualmente, era um beijo repleto de vontades. Vontades essas que eles logo iam saciar.

Vegeta, com uma vontade de Bulma, que ele soube naquele momento, jamais conseguiria aplacar, a afastou dele apenas para pegar no decote de seu vestido com as duas mãos e rasgar a peça em duas partes, fazendo assim a mulher diante de seus olhos ficar completamente nua para ele.

A expressão no rosto de Bulma mostrava sua luxúria, enquanto seu corpo queimava de desejo, ela precisava ser invadida da maneira mais primitiva possível.

O conde, vendo aquele olhar que se misturava entre o azul e vermelho olha-lo daquela forma, agiu como um demônio enlouquecido e agarrou o pescoço de Bulma com sua direita, apertado levemente.

Bulma sentiu o líquido quente e viscoso de sua vagina escorrer entre suas coxas apenas com aquele ato bruto de Vegeta.

Inspirando profundamente de olhos fechados, Vegeta sentiu sua ereção crescer mais ainda em suas calças enquanto o cheiro de excitação de Bulma entrou em suas narinas. A maldita tinha um cheiro que o enlouquecia.

Virando Bulma em direção ao trono – ao trono que ainda existia naquele salão – ele a jogou sem nenhuma delicadeza para sentar nele.

Bulma praticamente caiu em cima dele com as pernas abertas.

Vegeta se ajoelhou diante dela, e Bulma chegou a prender a respiração quando percebeu o que ele faria com ela.

- Vegeta... – Sussurrou ela um tanto afobada.

- Me diga, mulher. – Vegeta já ajoelhado pegou na vulva de Bulma com dedos e abriu suas línguas para um melhor acesso. – Por que queimou o trono que existia ao lado desse?

Bulma abaixou as sobrancelhas, um tanto pela raiva dele não estar com a boca afundada em sua boceta, outro tanto por estar confusa do porque dele estar fazendo aquela pergunta num momento daquele.

- Você não acha que devemos...

- Apenas responda – rosnou ele passando o polegar no clitóris dela.

Bulma mordeu o lábio que começou a tremer.

- Eu... eu apenas não queria sentar em um trono que ossos estavam antes de mim.

Vegeta curvou os lábios para o lado.

- Então pretende governar ao meu lado?
Bulma hesitou em responder, mas logo começou a falar quando novamente Vegeta tocou em seu ponto mais sensível, com mais força dessa vez.

- Pretendo – respondeu ela num suspiro pesado.

- E está pronta para isso?

Que inferno, ao invés daquele maldito fode-la de uma vez por todas ficava com perguntas idiotas.

- Estou mais do que pronta, seu...

Ela não terminou a ofensa que pretendia dizer à ele, pois antes que o fizesse Vegeta abaixou a cabeça e afundou seus lábios na vagina de Bulma. A chupando somente como um vampiro sabia chupar.

Bulma, completamente excitada jogou a cabeça para trás enquanto suas mãos agarraram os braços do trono, gemendo baixinho enquanto mordia o lábio inferior.

O conde muito habilmente, passou sua língua nas camadas de Bulma, deixando somente a ponta tocar seu clitóris. Seu dedo, o da mão direita, afundava na fenda rosada e molhada enquanto os lábios estavam na boceta.

Bulma se contorcia, mexia os quadris enquanto a boca do conde a enlouquecia, rebolava da maneira que dava para estimular ele a tocar aonde ela mais desejava.

As pernas abertas começavam a tremer conforme ele trabalhava sua língua na maciez de Bulma. Contornava a ponta com habilidade, fazendo os gemidos aumentarem naquele salão, e quando finalmente ela chegou ao êxtase, segurou os próprios cabelos e fechou os olhos.

Vegeta, com um sorriso maldoso nos lábios se ergueu, e sem demora começou a desabotoar a calça, para então colocar sua magnífica ereção para fora.

Bulma, um tanto atordoada pelo orgasmo, demorou para perceber a rapidez de Vegeta, somente se deu conta da situação, quando as mãos possessivas dele agarraram suas coxas e as colocou no meio dos braços dele e, antes que ela pudesse perceber, ele a penetrou, gostosa e deliciosamente.

Os quadris do conde não se demoraram a se movimentar com velocidade, ele não estava com paciência para mais provocações, queria socar o útero daquela mulher com força, queria deixa-la dolorida, com a vagina inchada de tanto bombar dentro dela.

Bulma começou a gemer cada vez mais alto, enquanto sentia as investidas violentas de Vegeta, suas pernas ainda tremiam pelo orgasmo e seu útero latejava, mostrando que já estava pronto para novamente se aliviar.

Vegeta também gemia, enquanto entrava e saia de dentro de Bulma, sua voz grossa emitia um gemido másculo e grave, deixando a vampira mais entorpecida de tesão.

O estalos pelas peles que batiam uma na outra se misturava com os gemidos, enquanto o cheiro de sexo impregnou aquele salão.

Em certo momento, Vegeta tirou sua ereção de dentro de Bulma,  pegando na cintura dela e a erguendo de pé, para logo a abaixar, fazendo-a ficar ancorada no trono com a bunda empinada.

A ação dele foi tão rápida que em um único suspiro de Bulma ela já havia mudado de posição.

O conde em sua maldade absoluta, colocou lentamente a cabeça de seu pênis na entrada dela para logo em seguida penetrar com força, uma força grande o suficiente para fazer Bulma se encolher com a investida.

- Empina – ordenou ele ao ver Bulma encolhida.

Bulma mordeu o lábio inferior segurando o sorriso insolente em sua boca. Ela amava receber ordens daquele vampiro, apenas não admitia em voz alta.

Obedecendo prontamente, porém, de maneira lenta, Bulma voltou a se empinar para o lado do conde.

E assim que ele teve ela novamente da maneira que queria voltou a repetir o ato cruel e deliciosamente excitante. Mas dessa vez Bulma não se encolheu, lutou bravamente contra as reações naturais de seu corpo e manteve-se empinada, não importava o quão forte ele a fodia.

Em certo momento, louco de tesão, Vegeta agarrou os quadris de Bulma e a penetrou o mais profundamente possível, se movimentando cada vez mais rápido, cada vez mais forte.

Os gemidos voltaram a crescer naquele salão, chegando a fazer eco nas paredes. 
Não podendo mais resistir aquela paixão, Vegeta, com uma das mãos agarrou os cabelos azuis e os puxou, enquanto se abaixava e aproximava a boca do pescoço dela.

- Goza! – Ordenou ele com a voz rouca e excitada.

Bulma não resistiu aquele pedido, pois assim que ele fez, daquela maneira tão quente, apenas se derramou na ereção dele com um gemido sensual e feminino.

Vegeta sentindo as paredes vaginais apertando sua ereção, não resistiu mais, então, gozou deliciosamente dentro de Bulma enquanto jogava a cabeça para trás e apertava os quadris dela.

Caídos no chão daquele salão, minutos mais tarde, ambos estavam com as respirações descompensadas e olhavam para o teto enquanto se recuperaram.

Em certo momento dois pares de olhos desviaram do teto e se cruzaram. Bulma sorriu da maneira mais cafajeste possível, e Vegeta tinha um brilho em suas pupilas. Naquele momento o príncipe das trevas soube que tinha encontrado sua princesa, alguém realmente digna de governar ao seu lado.
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Notas Finais:
Oieeee, olha eu aqui de novo 🤭🤭🤭
Tô pegando o ritmo, gente, glória à Deus 😂❤️
Próximo capítulo teremos a passagem de tempo 😁
ALELUIA 🙌🏻🙏🏻
Beijinhos e até o próximo 😘🥰

A Caçadora de MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora