Chirai andava de um lado para o outro preocupada. Já fazia mais de uma hora que Broly havia deixado ela e Jaco na torre e seguido seu caminho junto ao lobisomem atrás de Chichi. Segundo o morto-vivo, aquele era o seu lar, o lugar aonde ele vivia.
Surpreendeu-se por ser justamente aquele lugar onde Broly morava, ela era jovem demais para conhecer exatamente a história daquelas terras, mas já ouvira os mais velhos contando as lendas.
Chirai considerava o povo da Transilvânia supersticioso demais, não acreditava nem na metade das coisas que as pessoas falavam, por se tratarem de coisas absurdas e que contradiziam qualquer situação cabível com a realidade.
Porém, em um período muito curto de tempo, Chirai começou a acreditar nas histórias que o povo contava.
Respirando profundamente ela passou as mãos pelos cabelos sedosos, desfazendo o penteado e os soltando, eles caíram soltos pelos ombros. Como podia aquela loucura toda ser possível?
Olhou em volta, analisando a casa de Broly a procura de Jaco, logo o encontrou, dormindo profundamente em frente a lareira, deitado no tapete imenso e com alguns livros abertos próximo dele. Bufou frustrada. Como aquele homem conseguia dormir num momento daquele?
Chirai estava agoniada e agora não tinha como tentar se acalmar conversando, pois seu companheiro de fuga havia dormindo entre os livros que disse que leria para passar o tempo.
Ela não se considerava calma ao ponto de conseguir ler ou dormir num momento como aquele, nem se sentar ela conseguia. Estava apreensiva e alertada demais para não fazer outra coisa que não fosse andar de um lado para o outro.
A loucura da Transilvânia finalmente a estava dominando, concluiu, logo estaria como os velhos malucos assustando os mais novos com histórias absurdas de lobisomens, mortos-vivos e vampiros sugadores de sangue.
Sua cabeça chegou a dar um estalo diante da atual situação de sua realidade. Maldita fora da hora que decidiu ir para aquele baile. Demoraria uma vida para esquecer aquela carnificina.
Ela não sabia o que era pior naquele momento. Se era o fato de ter um governante imortal e sugador de sangue, ao qual ficou adormecido por um século dentro de um caixão. Ou que realmente existia lobisomens, sendo ele o antigo ferreiro da cidade, que tinha um tipo de aliança com o vampiro e que trouxera uma mulher de volta a vida que matara metade da cidade em um baile. Ou talvez fosse ela ter se sentido atraída por um morto-vivo que era provavelmente igual a Chichi.
- Deus... - Murmurou ela sentindo a cabeça girar. - Deveria ter ouvido Remo e ficado em casa.
Chirai parou de caminhar de um lado para o outro e bateu a mão na própria testa.
- Oh, não, Remo! - Gritou como se lembrasse da existência do irmão apenas naquele momento.
Ela não sabia como, mas havia se esquecido completamente de Remo. Seu irmão mais velho ficara em casa, dizendo que não iria ao baile pois estava com um mau pressentimento quanto a ele. Então decidiu ficar sozinho em casa. Chirai ainda tentou persuadi-lo a ir junto dela, dizendo que o conde exigira a presença de todos e era bom evitar sua ira.
- Duvido o conde sentir minha falta, minha existência é nula para ele.
Foi o que Remo disse como desculpa, e realmente era uma conclusão convincente, tanto, que Chirai desistiu de tentar convencê-lo e fora desacompanhada ao baile. Mal sabia ela que estaria arrependida de tal decisão antes do sol nascer.
De qualquer forma preocupou-se com o irmão, ele estava sozinho em casa, e totalmente cego diante do novo perigo que cercava a vila. Uma morta-viva descontrolada andava pelas ruas, em algum lugar, e ele poderia morrer pelas mãos dela se ela decidisse invadir sua casa. As chances eram mínimas, mas Chirai não estava com cabeça para dar chance ao azar. Sua mente latejava de preocupação.
Com isso, colocando uma capa sobre os ombros, Chirai tomou o caminho da porta, decidida a voltar para a casa e ver se seu irmão estava bem. Porém, assim que ela abriu a porta, deu de cara com Broly, pronto para pegar na maçaneta e entrar.
- Aonde está indo, senhorita? - Indagou Broly pegando Chirai pelo braço e a puxando para dentro.
- Tenho que ir buscar o Remo - respondeu Chirai ofegante, enquanto tirava a mão de Broly de seu braço.
- Remo? - Broly franze o cenho enquanto tranca a porta. - Quem é Remo?
- Ele é meu irmão - responde Chirai olhando para Broly. - Eu me esqueci dele.
- Se esqueceu do seu irmão? - Broly indaga de maneira debochada.
- Se levar em consideração a loucura dessa noite é totalmente normal acontecer isso - defendeu-se ela um tanto raivosa.
- Claro! - Um sorriso surgiu nos lábios de Broly. - Muito comum se esquecer do irmão depois de passar a noite com vampiros, lobisomens e mortos-vivos.
- Exatamente! - Disse Chirai afobada. - Mas agora que lembrei de sua existência, preciso ir atrás dele. Remo não quis ir ao baile por conta de um pressentimento ruim, agora ele está sozinho em casa, não sabendo do perigo que está a Transilvânia. Chichi pode...
- Chichi lembrou-se de quem é - Broly a corta, tentando acalmar o pânico na voz dela. O medo dela o estava incomodando.
- Como? - Gaguejou Chirai. - Se lembrou? Então... tudo ficará bem? O perigo se foi?
- Não exatamente! - Broly queria acalmar Chirai, porém, sabia que não podia mentir para ela.
- Não vai ficar? - O pânico era evidente nela. - Por quê não? E aonde está ela e o Lobisomem?
Broly pegou nas mãos trêmulas de Chirai, o medo nos olhos dela partia seu coração. Não sabia o que fazer para acalma-la.
- Chirai, eu preciso que você se acalme - pediu ele. - Vou contar tudo à você.
Chirai respirou profundamente e apertou as mãos que segurava as dela. Assentiu e tentou acalmar-se.
- Vou me acalmar, Broly - prometeu ela. - Agora me conte o que aconteceu, e depois preciso ir atrás de meu irmão.
Broly balançou a cabeça positivamente e começou a contar a Chirai o que acontecera em detalhes desde sua chegada ao cemitério.
*****
Ela queria controlar-se, queria dizer não para aquilo tudo e empurrar aquele vampiro para longe dela, mas essa opção não existia. Seu corpo, seu desejo imperavam a situação.
O beijo caloroso e devorador a mantinha mansa, entregue e completamente excitada nos braços do conde.
Ele a beijava de maneira tão quente que ela tremia conforme aprofundava-se. Sentia a língua penetrar dentro da sua boca, recebendo pequenas mordidas nos lábios enquanto moviam a cabeça.
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A Caçadora de Monstros
FanfictionEssa história se passou em 1830. Bulma era apaixonada por um Vampiro, mas ele partiu seu coração e ela se fechou para o amor. Jurando nunca mais se entregar a ninguém, e após acabar com o vampiro que a usou, Bulma foi embora de sua terra natal e dec...