Capítulo cinco

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Notas inciais:
Esse capítulo mostra o porque de Kakarotto ter libertado Vegeta. O que o levou a fazer isso.
Então, conta a história dele e de Chichi. Boa leitura!
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Transilvânia, 1830.

Meses antes de Vegeta retornar, a Transilvânia era um lugar até calmo para a quantidade de enigmas que rodeava a região. As pessoas ainda eram antipáticas, cautelosas e extremamente supersticiosas. Fechadas e um tanto arrogantes, não confiavam em ninguém, e conversavam apenas o necessário umas com as outras. Porém, a sempre uma exceção.

Chichi era uma garota simpática e muito bem humorada. Talvez porque morasse um pouco distante da vila, em uma casa no campo junto de seu pai. As terras deles eram grandes, e viviam bem estando separados das pessoas mal humoradas da vila.

Claro, que Chichi se sentia muito só, quando era criança distraia sua mente com fantasias e brincadeiras, mas agora, já tinha seus vinte anos, sendo assim uma mulher feita. Balanços e bonecas de sabugo de milho já não lhe interessavam mais.


O problema era que Chichi não tinha permissão para sair muito, seus limites eram as terras de seu pai, que mesmo sendo grande, era um tanto solitária.

Cutelo era um homem como qualquer outro naquele lugar. Supersticioso, rígido e muito religioso. Claro, que mesmo com esse perfil, tratava-se de um bom pai para sua filha, que retribuía o amor e carinho dele com a mesma devoção.

Porém, certo dia, Cutelo precisava ir a vila para comprar mantimentos alimentares para o mês, e uma espada nova, pois mesmo sem a necessidade de comprar uma - por já ter várias -, encucou que iria encomendar uma nova.

Mas algo o impediu de ir a vila naquela manhã. Ao montar no cavalo, o mesmo assustou-se por algum motivo e derrubou Cutelo no chão, o fazendo torcer o tornozelo. A dor não permitiu que ele pisasse no chão sem urrar.

- Não quero discussão sobre esse assunto, meu pai - Chichi mesmo tratando-se de uma filha obediente, era muito cabeça dura quando queria.

- Você é jovem demais para ir a vila sozinha - resmungou Cutelo. - Deixe eu sarar que comprarei o que necessitamos.

- Não! - contrariou Chichi. - O senhor não quer aceitar, mas já sou grande o suficiente para ir fazer algumas compras, não há necessidade de ficarmos sem alguns mantimentos por conta dessa sua proteção excessiva.

Cutelo abriu a boca para falar, mas Chichi não permitiu:

- Além do mais, o capataz e o cocheiro irão comigo.

Cutelo suspirou pesadamente, por estar contrariado, mas consentiu. Sua filha tinha certa razão, e mesmo ainda tendo a opção de mandar um dos homens que trabalhava para ele ir buscar as coisas na vila, achou melhor soltar um pouco Chichi, ele conseguia ver nos olhos dela o quanto ela estava entusiasmada em sair um pouco para além dos muros.

- Tudo bem - finalmente Cutelo permitiu. - Mas não converse com estranhos, não dê muita atenção aos moradores da vila; são pessoas fechadas, e, volte o mais rápido possível.

- Obrigado, papai - Chichi sorriu e beijou a bochecha do velho homem.

*****

Enquanto o cocheiro tratava dos cavalos, e o capataz levava alguns sacos pesados de grãos para a carruagem, Chichi decidiu que iria comprar umas frutas e encomendar a espada nova de seu pai.

Ela não conhecia muito bem a vila, fora poucas vezes ali, então não sabia exatamente aonde ficava cada lugar. De qualquer maneira ativou seu senso de direção e foi caminhando entre os lugares. Já com todas as frutas que deseja no cesto, decidiu que era hora de encomendar a espada e ir para a casa. Estava ficando tarde.

Pra chegar a um dos ferreiros da região, Chichi precisou pedir informação. Apesar da forma hostil, conseguiu chegar em frente a ferroaria.

Estava um pouco nervosa quando entrou no local, apesar de estar animada por finalmente poder sair um pouco de casa, o jeito das pessoas da vila a incomodou. Eram fechados e rudes, ninguém a tratou com educação ou gentileza. Isso a irritou.

Sabia das lendas da região a qual morava, mas nunca acreditou nelas. Vampiros, lobisomens e mortos vivos, eram histórias para assustar crianças segundo sua teoria. E quem acreditava naquilo, eram pessoas mal intencionados e com a cabeça arcaica por não ver que não havia lógica naquilo. E serem mal educados por acreditarem nesse tipo de bobagem era apenas uma desculpa para faltarem com o respeito.

Dentro da ferroaria, Chichi tirou seu capuz azul e colocou a cesta de frutas em cima de um banco de madeira ao lado de um balcão. Não havia ninguém para atendê-la, mas o barulho de marteladas no metal mostrava a Chichi que tinha alguém lá dentro.

- Olá? - Chichi chamou em um tom de voz um pouco alta. - Eu gostaria de fazer uma encomenda.

A resposta não veio, mas o barulho das marteladas continuava, parecendo mais forte a cada novo som.

Chichi esperou alguns poucos segundos antes de tomar a atitude de caminhar em direção ao barulho, os passos eram lentos enquanto ela olhava as prateleiras repletas de aços, ferros e ferramentas.

Foi então, distraída, que ela desviou o olhar de um dos objetos e viu diante dela um homem. Engoliu em seco diante da visão.

Estando sem camisa, o homem martelava o que parecia, ou pelo menos o que se tornaria, uma faca. Ele estava moldando-a. Seus braços musculosos e seu tórax rígido tinha uma fina camada de suor por conta da força que fazia com o movimento do martelo. Os cabelos negros estavam espetado por diversas direções, o rosto franzido mostrava o quanto estava concentrado no seu trabalho.

Arquejando sem querer, Chichi sentiu um arrepio por todo o corpo por se dar conta do quão atraente era aquele homem. Tão viril que lhe dava vontade de arrancar a roupa. De repente, o lugar ficou mais quente do que realmente era.

O homem, ainda não percebendo a presença dela, continuava seu trabalho, com a ponta da faca vermelha por causa temperatura alta que ela encontrava-se.

Chichi precisou segurar o gemido em sua garganta quando o homem ergueu o braço mais uma vez, tensionando cada músculo que havia ali, e um gemido rouco saiu dos lábios dele por conta da força que fazia.

Chichi não resistiu e suspirou trêmula.

O barulho feminino finalmente chamou a atenção do ferreiro. Parando de martelar, ele vira a cabeça para o lado e ergue o olhar. Seus olhos percorreram Chichi dos pés a cabeça.

- Posso ajuda-la? - A voz do homem era extremamente sensual para os ouvidos de Chichi.

- Eu... bom... - Chichi estava em transe, e simplesmente não conseguia falar sem gaguejar.

O homem sorriu, um sorriso cativante, achou fofo aquele jeito da moça. Nunca a tinha visto, e como já era acostumado a ser tratado com indiferença e hostilidade, achou atraente a timidez dela.

Pegando a faca que ele moldava com um gancho, ele coloca na água fria e a fumaça sobe. Terminando isso, ele caminha até a mulher.

Chichi perdeu-se nas sensações do seu corpo quando aquele homem parou diante dela. Ele simplesmente a aquecia com seus olhos penetrantes. Limpando a garganta, ela tentava se recompor. Precisava para de gaguejar e dizer algo antes que obedecesse seus instintos e tocasse o abdômen dele.

- Vim encomendar uma espada.

A Caçadora de MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora