Capítulo dezeseis

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Todos dentro daquele salão viraram suas cabeças em direção a mulher encharcada pela chuva nas portas duplas que haviam sido abertas com violência.

Os olhos de alguns se arregalaram ao reconhecerem a figura feminina naquela situação degradante.
Apesar de sempre manter-se longe da vila, isolada em sua casa junto ao seu pai, o rosto de Chichi não era exatamente irreconhecível, muito pelo contrário, muitos moradores a conhecia, e era justamente esses que agora se assustaram com a presença dela.

- Santo Deus! - Jaco praticamente entrou em paralisia. - O Lobisomem conseguiu, a morta voltou a vida.

Em certo momento, um pouco antes do baile iniciar, Jaco foi levado por Vegeta a ala onde Kakarotto estava, ele já encontrava-se acorrentado e com a boca tampada, mas seus olhos e ouvidos estavam atentos enquanto o conde e o lobisomem conversavam, observou o ambiente, a máquina e o corpo sem vida preso na maca.

Não foi difícil para o pajem concluir o que de fato estava acontecendo ali, e o que aquela máquina faria com o corpo sem vida. O medo o consumiu, mas ele não teve como correr, ou gritar, sua única opção era tremer como uma vara verde e rezar em pensamento para conseguir sumir daquele lugar com vida para nunca mais voltar.

- Eu pretendo trazê-la essa noite, Vegeta, nada e ninguém irá me impedir, muito menos um baile de máscaras idiota.

- Que seja, não me importo com isso, mas fique avisado que o castelo estará cheio e você com seu amado cadáver podem ser descobertos.

Ouvir a conversa deles foi o suficiente para Jaco ter certeza de suas suspeitas, e quando foi arrastado para fora dali, pelas mãos do conde, Kakarotto já começava a ligar a máquina, isso apenas o apavorou mais.

Quando Chichi deu o primeiro passo para dentro do salão, Jaco se pôs a correr para a direita, precisava se esconder ou fugir até os confins da Terra.

Entretanto, outros convidados daquela festa não tivera a mesma reação, estavam assustados e paralisados com aquela mulher que todos consideravam morta, entrando, com vida dentro daquela salão.

Broly, que até aquele momento não havia movido um músculo sequer, nem mesmo quando Jaco havia corrido desesperadamente, olhava espantado para Chichi. Ele podia sentir em seus ossos a semelhança entre eles, era como se ele fosse um animal praticamente em extinção e encontrasse uma igual.

Mas Broly não estava feliz com isso, os olhos daquela mulher estavam ofuscados, vazios, e de sua pele começava a emanar uma áurea verde, prova que o ódio a consumia.

Alguém havia feito com aquela mulher o que Dr. Gero fez com ele anos atrás, e pelo jeito ela não se lembrava de quem era, senão não estaria agindo daquela maneira, e não estaria com aqueles olhos monstruosos. O cérebro dela não havia destravado, ela não se lembrava de sua vida antes da morte, e tudo que a movia era os instintos, e Broly sabia o que os instintos mandaria ela fazer, e isso o apavorou.

A primeira vítima de Chichi, foi uma mulher que inocentemente tocou em seu ombro. Era uma mulher com seus trinta e poucos anos, e havia abaixado a máscara de mão antes de chegar perto da morta-viva.

- Chichi? É você mesmo?

Chichi, movendo-se assombrosamente e com o estralar dos ossos evidente, moveu a cabeça em direção a mulher com lentidão. Olhando primeiramente para a mão que a tocava, para depois olhar para o rosto assustado da moça.

- Por Deus - murmurou a mulher com a voz um tanto trêmula. - É você mesma, mas... O Lobisomem não a tinha matado?

Chichi, porém, não respondeu, apenas espremeu os olhos e pegou - com uma velocidade surpreendente - no pescoço da pobre mulher, o quebrando com facilidade, os dedos pareciam de aço diante da falta de esforço para tal atrocidade. O barulho do creck fez algumas mulheres no salão gritar e alguns homens darem um passo para trás.

A Caçadora de MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora