Certamente era bem verdade que o conde tratava-se de um homem cruel e sanguinário. Sua natureza como vampiro despertava o que havia de pior nele. Em suas costas era carregada a morte de centenas de inocentes.
Benevolência nunca fora uma qualidade sua, ao menos nunca fora após seu trato com Dabura. Desde que tornara-se um vampiro, dedicou sua vida em despertar pavor e desespero nas pessoas. Sentia certo prazer em causar o caos.
Em nenhum momento imaginou que deveria mudar esse seu modo de agir. Porém, mesmo assim, em um único momento de bondade, digamos assim, após sua transformação, Vegeta acabou adormecendo cem anos por conta de um maldito anel, ao qual o velho pintor lhe deu tão generosamente.
Juntando esse fato junto com o de que seu pescoço foi pendurado por uma corta após a traição da mulher que amou, Vegeta tinha a mínima chance de redenção em seus pecados. Na verdade, considerando-se um demônio sem alma, pouco se importava com o seu destino final.
Diante de todo esse processo que moldou, de certa forma, a personalidade do conde, era sempre esperado o pior dele.
E era justamente seu pior que ele mostraria quando deitou-se novamente na cama e deixou-se alçar em seus pensamentos. Se elevando até aonde estava aquela que ele considerava sua. Bulma.
*****
O corpo de Bulma estava tão aliviado após o banho nas águas daquele lago, que tudo que pôde fazer ao chegar ao chalé, foi deitar-se na cama e adormecer profundamente.
Sentia-se tão relaxada que poderia jurar que estava deitada em uma nuvem.
Ressonava calmamente, sentindo o descanso real lhe dominar. A dias não tinha um sono tão bom, tão calmo. A dor e o desejo a mantinha com o corpo tenso e dolorido, até mesmo quando tentava dormir não tinha paz, pois o conde vinha e lhe atormentava.
Mas ela acreditou piamente que não seria assim aquela noite, afinal, havia prometido à Vegeta que iria até ele. Então provavelmente ele a deixaria em paz por alguns dias, ela tinha certeza.
Unindo isso, junto com aquele alívio em seus músculos, Bulma relaxou deliciosamente na cama e deixou-se, pela primeira vez em dias, adormecer com tranquilidade.
Mal sabia ela que não podia estar mais enganada em sua conclusão. Sua noite, que inicialmente começou bem, não continuaria na calmaria ao qual se encontrava.
Bulma dormia em modo fetal, era a forma mais confortável para ela desde sempre.
Ela descansava, sentindo a macies do colchão em sua pele, e a elevação do sono dominar-lhe.
Em meio ao sono, sentiu o colchão ao qual dormia afundar-se, e uma mão áspera passar pelo seu rosto.
Sonolenta, demorou para abrir os olhos, porém, quando o fez, despertou completamente, pelo susto de ver quem estava sentado em sua cama e acariciava o rosto.
- Vegeta? - Sussurrou ela desviando da mão dele e sentando-se na cama.
O conde a olhou lentamente, contemplando ela por inteiro. Balançou a cabeça negativamente e encarou-a intensamente, olhando diretamente para seus olhos.
- Mentiu para mim? - Indagou ele com a voz tão mansa que Bulma chegou a prender a respiração. - Vim vigiar seus pensamentos e está dormindo.
Bulma abriu a boca para responder, mas as palavras não saíram. Não estava se reconhecendo diante de sua covardia em ter medo de falar, era uma caçadora, matava monstros como Vegeta com a mesma facilidade que comia. Porém, após ele a transformar, sua coragem para enfrenta-lo diminuía consideravelmente dia após dia.
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A Caçadora de Monstros
FanfictionEssa história se passou em 1830. Bulma era apaixonada por um Vampiro, mas ele partiu seu coração e ela se fechou para o amor. Jurando nunca mais se entregar a ninguém, e após acabar com o vampiro que a usou, Bulma foi embora de sua terra natal e dec...